O Escritor (Português Do Brasil). Danilo Clementoni

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Название O Escritor (Português Do Brasil)
Автор произведения Danilo Clementoni
Жанр Героическая фантастика
Серия
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9788835408147



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A espaçonave se foi.

      — Se foi? O que quer dizer?

      — Explodiu. O sistema de autodestruição foi ativado, e conseguimos escapar a tempo, antes de tudo explodir em mil pedaços.

      — Mas somente você poderia ativar esse procedimento com o seu sistema pessoal de controle remoto. Como algo assim pôde acontecer? — perguntou o Ancião, atônito.

      — Houve uma série de determinados eventos, e devo tê-lo deixado cair.

      — E alguém achou e ativou no seu lugar?

      — Ainda não conseguimos determinar o que realmente aconteceu, mas isso é bem provável.

      — E agora? Como pretende voltar para cá?

      — É por isso que entramos em contato. Nós precisávamos de uma solução boa e rápida para esse probleminha.

      — Probleminha? — respondeu o Ancião, saltando de pé com uma agilidade surpreendente. — Percebe o que está dizendo? Seu prazo está quase no limite. Já deviam ter partido e está dizendo que a Theos não existe mais e que estão praticamente presos na Terra. O que faremos agora?

      — Bem, realmente não sei. Vocês são os Anciãos. Confiamos que, com sua experiência e sua sabedoria infinita, serão capazes de nos ajudar a sair dessa situação.

      O idoso homem sentou-se de novo, deixando o seu peso cair na poltrona cinza e macia, depois apoiou os cotovelos na mesa em frente e colocou as mãos nos longos cabelos brancos, ficando em silêncio total. Permaneceu imóvel por alguns segundos, depois ergueu o olhar novamente e disse: — Vou tentar convocar o Conselho imediatamente e colocar todos os nossos melhores Especialistas para trabalhar. Espero poder dar notícias boas a vocês em breve — e terminou a comunicação.

      Pasadena, Califórnia – O nerd

      — É só isso? — exclamou o sujeito grandão, definitivamente obeso, enquanto observava o estranho dispositivo que o jovem nerd estava segurando. — Não vai dizer que nos fez esperar mais de um mês só para nos mostrar essa coisa piscando.

      — Posso garantir que está funcionando — respondeu o garoto, aterrorizado. — Na verdade, acho que já fez o que devia, conforme foi projetada.

      — Sim, mas vai nos contar o que é que fez? — o magrelo alto berrou ao pular de pé. — Agora estou realmente perdendo a paciência.

      No porão repleto de equipamentos, monitores e computadores de todos os tipos, iluminado por uma fraca luz led que se refletia nas paredes gastas, o rosto macilento do garoto parecia mais pálido do que na realidade era.

      — Escute aqui, se não contar para que serve, juro que farei você engolir essa coisa inteirinha — exclamou o gordo, segurando o nerd pelo pescoço.

      — Mas te disse — respondeu o garoto, ainda mais assustado. — É um sistema para ativar um procedimento à distância.

      — Mas que procedimento? Qual? — o gordo continuou, enquanto sacudia o garoto como se estivesse chacoalhando Margaritas.

      — Não sei bem — o jovem tentou responder. — Mas acho que ativamos algo bem peculiar e perigoso, tendo em vista os sistemas de proteção que precisei contornar.

      — Explique — disse o gordo, ainda sacudindo o garoto.

      — Se me soltar, vou te mostrar.

      — Ok. Mas seja convincente, senão o maior pedaço de você que restar só será visível por microscópio.

      O garoto endireitou a sua camisa, arrumou os longos cabelos que não eram lavados há um bom tempo e foi até o posto de trabalho com dois teclados e uma série de computadores desmantelados pela metade. Ele digitou rapidamente vários comandos incompreensíveis, e depois de alguns segundos, uma imagem tridimensional do estranho objeto que lentamente revolvia sobre si mesmo apareceu num monitor gigantesco pendurado no teto.

      — Este é o nosso misterioso controle remoto.

      — Ah, agora virou um controle remoto?

      — Bom, considerando a sua função, acho que seguramente podemos chamá-lo assim.

      — Prossiga — disse o magrelo, enquanto se acomodava numa cadeira maltrapilha, para poder observar melhor o grande monitor.

      — Certo, o maior problema era como reativá-lo. Tive muitas dificuldades, porque provavelmente, além de estar desligado, o dono não queria que ninguém jamais ligasse de novo.

      — Viu, não foram as pilhas que pifaram, seu tonto — exclamou o gordo, falando com o seu comparsa.

      — Não, não há pilhas dentro — o nerd continuou. — Acho que funciona por meio de uma fonte externa de alimentação, uma espécie de fluxo eletromagnético, que é capaz de captar e transformar em energia pura.

      — Interessante — o magrelo comentou. — Mas qual é o alcance?

      — Teoricamente, talvez centenas de milhares de quilômetros.

      — Diacho — o gordo exclamou enquanto segurava o estranho objeto na mão. — Está dizendo que essa coisinha seria capaz de transmitir um sinal daqui para a Lua?

      — Acho que sim, e provavelmente já fez isso.

      — E o que deve ter transmitido?

      — Aí é que vem a parte interessante — continuou o garoto, enquanto trazia uma nova imagem para o grande monitor. — Esses são os símbolos que apareceram na frente dele depois de ser reativado.

      — Parece um tipo de linguagem antiga — comentou o magrelo. — Tenho certeza que já vi antes.

      — De fato, é cuneiforme. Os sumérios a usavam há milhares de anos antes de Cristo.

      — E como foi parar num instrumento tecnológico tão avançado?

      — É a linguagem dos nossos visitantes alienígenas.

      — Está dizendo que aqueles brutamontes que nos capturaram falam cuneiforme? — perguntou o gordo, um pouco surpreso.

      — Bem, — o garoto tentou explicar, — não se fala cuneiforme, exatamente. É um tipo de escrita. Mas acho que é a linguagem deles.

      — E conseguiu traduzir?

      — Na verdade, para enviar o comando, tive de inserir uma espécie de senha. Na prática, ao tocar os símbolos na ordem correta, acessei o modo operacional.

      — Basicamente, igual ao sistema de desbloquear o celular?

      — Sim, mais ou menos — disse o nerd sorrindo, contente que os dois sujeitos finalmente compreenderam o que ele estava falando.

      — Você fez um trabalho excelente — disse o gordo, parecendo satisfeito.

      — Sim, mas ainda não entendemos a função real dele — retrucou o magrelo, meio decepcionado.

      — Eu poderia arriscar um palpite que acho que seria bem realista — disse o garoto, de mansinho.

      — Então, está esperando o quê? Fale — respondeu o gordo, movendo-se a alguns centímetros do nariz do outro.

      — Acho que é um sistema para ativar o procedimento de autodestruição de uma espaçonave, incluindo sabe lá mais quantas funções.

      Os dois comparsas se olharam surpresos por um instante, e então, como se alguém lhes tivesse dado o presente mais maravilhoso do mundo, o mais gordo exclamou: — Por favor, me diga que os mandamos pelos ares.

      — Com toda a probabilidade, os alienígenas tiveram tempo de se salvarem, mas seu veículo deve ter tido um fim terrível.

      — Filho, você é um gênio — exclamou o gordo. Então ele retirou um pendrive USB do bolso, e acrescentou: — Ponha todos os dados que têm dessa coisa e depois cancele tudo. Se descobrirmos