O Escritor (Português Do Brasil). Danilo Clementoni

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Название O Escritor (Português Do Brasil)
Автор произведения Danilo Clementoni
Жанр Героическая фантастика
Серия
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9788835408147



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perguntar aos nossos amigos do exército. Afinal, ainda faço parte do ELSAD. Com todo o equipamento sempre posicionado para o céu, com certeza uma ocorrência desse tipo teria sido registrada.

      — Até Lulu notou.

      — Acho que essa gatinha é muito mais esperta do que nós dois juntos.

      — Os felinos são uma raça superior — disse Elisa, ao apanhar a gatinha de novo. — Ainda não percebeu?

      — É. Os antigos egípcios também os adoravam, quase como se fossem divindades.

      — Exatamente, amor — disse Elisa, contente de que a discussão mudara para um assunto em que era bastante versada. — Por exemplo, Bastet era uma das divindades mais importantes e veneradas da antiga religião egípcia, representada como ou sob a aparência de uma mulher com cabeça de gato, ou diretamente como um gato. Inicialmente, Bastet era uma divindade do culto solar, mas com o tempo, tornou-se mais e mais uma deusa do culto lunar. Quando a influência grega se estendeu para a sociedade egípcia, Bastet se tornou permanentemente uma deusa lunar, quando os gregos a identificaram com Artemis, a personificação da "Lua Crescente".

      — Ok, ok. Obrigado pela aula, Ilustríssima Professora — Jack disse com ironia, enfatizando a frase e se curvando levemente. — Mas agora vamos tentar entender o que diabos acabou de acontecer lá em cima. Vou fazer uns telefonemas.

      — Não tem de quê, querido, pode contar comigo sempre — respondeu Elisa, elevando a voz gradualmente, enquanto o Coronel se afastava rumo à tenda do laboratório.

      Tranquila novamente e de olhos fechados, Lulu estava desfrutando das carícias que a sua amiga humana lhe dispensava sem parcimônia.

      Cápsula Espacial Seis - Inspeção lunar

      Após a mão invisível de temor que lhe apertara o estômago finalmente desaparecer e deixar-lhe em paz, Azakis começou a caminhar agitado na ponte de comando da cápsula, murmurando sentenças ininteligíveis.

      — Quer parar de andar em círculos como um pião? — Petri lhe deu uma bronca. — Vai desgastar o chão e vamos acabar à deriva no espaço como dois satélites velhos e abandonados.

      — Mas como pode estar tão calmo? A Theos foi destruída, estamos a milhões de quilômetros do nosso próprio planeta, não podemos entrar em contato com ninguém e mesmo se conseguíssemos, seria impossível alguém vir nos buscar, e o que você está fazendo? Fica aí largado na poltrona como se estivesse de férias, sentado nas falésias do Golfo de Saraan, apreciando a vista ao pôr do sol.

      — Relaxe, meu velho, relaxe. Vamos achar uma solução, você vai ver.

      — No momento, não consigo pensar em absolutamente nenhuma, qualquer que seja.

      — Por que está tão preocupado? São as ondas gama que o seu pobre cérebro cansado está emitindo, impedindo que raciocine com lucidez.

      — Acha que é isso?

      — Claro — Petri respondeu com um grande e belo sorriso. — Venha e sente-se ao meu lado, respire fundo algumas vezes e tente relaxar. Você verá, em breve tudo vai parecer bem diferente.

      — Talvez tenha razão, amigo — disse Azakis, enquanto ao seguir o conselho do companheiro, jogou-se pesadamente na poltrona cinza do segundo piloto, — mas no momento, consigo fazer tudo, menos relaxar.

      — Se prometer ficar calmo, vou deixar que fume uma daquelas coisas nojentas e fedorentas que sempre carrega consigo.

      — Na verdade é uma boa ideia. Sei que ajudaria um pouco — Tendo dito isso, tirou do bolso um charuto enrolado à mão, longo e escuro, e após cortar as pontas com um estranho aparato multicolorido, colocou na boca e acendeu. Rapidamente tragou várias vezes, deixando pequenas nuvens azuladas de fumaça dispersarem na sala. Com um leve chiado, o sistema automático de purificação de ar foi acionado. Em poucos instantes, a fumaça desapareceu e com ela, o aroma doce e acre.

      — Mas assim não tem graça — exclamou Azakis, que já estava de bom humor. — Tinha me esquecido da eficiência dos nossos sistemas de purificação.

      — Foi você quem os projetou — respondeu Petri. — Não poderia ter sido de outra forma.

      A tensão pareceu desvanecer lentamente.

      — Vamos fazer um balanço da situação — propôs Azakis, enquanto com o charuto ainda entre os lábios, habilitava uma série de hologramas que se posicionaram em pleno ar, à volta dos dois alienígenas. — Temos quatro cápsulas operacionais, incluindo a nossa. A Theos-2 já aterrissou em Nibiru e as duas estão fora do alcance de ação do sistema de comunicação de vórtices ópticos — Ele expeliu mais algumas baforadas de pequenas nuvens de fumaça, depois continuou: — Combustível e estoques de comida estão a noventa por cento.

      — Muito bem, vejo que está assumindo o controle da situação de novo. Prossiga — Petri insistiu, satisfeito.

      — Todos os seis membros remanescentes da tripulação estão em perfeito estado. Os escudos e os equipamentos estão em eficiência máxima. O único problema é que não temos mais o H^COM para entrar em contato com os Anciãos e reportar sobre a situação.

      — E é aí que você se engana — exclamou Petri.

      — O que quer dizer?

      — Ainda tem um H^COM funcionando.

      — Mas o único que tínhamos foi destruído com a espaçonave.

      — E o outro que deixamos com os terráqueos?

      — Caramba, tem razão! Não pensei nisso. Temos que voltar e convencê-los a dar para nós.

      — Relaxe, meu velho, relaxe. Temos tempo para isso. Primeiro, vou dar uma olhada na Lua, para ver se conseguimos recuperar alguma coisa da nossa bela nave que você alegremente partiu em pedacinhos.

      — Eu? O que tenho com isso? Foi você que a explodiu lá em cima.

      — E quem foi que perdeu o sistema de controle remoto?

      — Mas isso foi culpa sua. A fivela estava com defeito.

      — Está bem, ok! Já está feito. Agora vamos procurar resolver essa situação. Embora eu seja um otimista incurável, no momento, não consigo ver nenhuma solução brilhante.

      — São as ondas gama — retrucou Azakis, devolvendo o troco ao amigo. — Assumindo, é claro, que os quatro neurônios vagando na sua cabeça oca ainda sejam capazes de emiti-las.

      — Depois dessa piada lamentável, finalmente posso anunciar que o velho Zak está mais uma vez entre nós. Bem-vindo de volta.

      — Então, consegue levar essa cápsula para o local da explosão sem colidir com nenhuma elevação lunar?

      — Certamente, senhor. Às suas ordens — exclamou Petri, imitando as maneiras militares que observara nos seus amigos terráqueos. — Destino: Lua — acrescentou animado, após ligar os motores e estabelecer o curso rumo ao satélite.

      Levou apenas alguns minutos para chegar ao lugar onde a Theos havia desintegrado. A cápsula começou a sobrevoar lentamente a área da face oculta da Lua que sofrera o impacto da explosão. O solo, normalmente muito irregular e cheio de crateras causadas por antigos impactos de centenas de meteoritos, que durante milhões de anos, literalmente o haviam perfurado, agora parecia incrivelmente liso e plano por cerca de seiscentos quilômetros quadrados. A onda de energia gerada pela explosão havia destruído tudo. Rochas, crateras e depressões não existiam mais. Era como se um rolo compressor gigante tivesse passado por cima da área, deixando para trás uma extensão interminável de areia leve e cinza.

      — Inacreditável — exclamou Petri. — É como sobrevoar o imenso deserto de Sihar em Nibiru.

      — Fizemos um grande estrago — Azakis disse, desanimado.

      — Não.