O Escritor (Português Do Brasil). Danilo Clementoni

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Название O Escritor (Português Do Brasil)
Автор произведения Danilo Clementoni
Жанр Героическая фантастика
Серия
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9788835408147



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movimento e ignoramos o fato de que você o havia deixado cair.

      — Agora se acalmem, rapazes — disse o Coronel, reforçando suas palavras com gestos da mão. — Em todo caso, pelo que entendi, não podem fazer nada sem a Theos, correto?

      — Bem, talvez eu possa bolar algo, apesar de tudo — disse Petri coçando a cabeça.

      — Perdoe a minha reação, amigo — disse o Capitão, arrependido. — Sei que não é culpa sua. Esta é uma má hora para nós dois — Então, pousando uma mão no ombro de Petri, acrescentou: — Veja o que consegue fazer. Acho que é muito importante recuperarmos esse objeto assim que possível.

      — Não se preocupe, Zak. Não é um problema. Vou tentar pensar em alguma coisa, me virando com o pouco que nos resta.

      — Somente você pode fazer isso. Estamos em suas mãos.

      — Estou indo — e sem dizer mais nada, o Especialista saiu da tenda do laboratório, deixando para trás umas nuvens pequenas de poeira.

      — Será que ele consegue? — perguntou Jack, hesitante.

      — Claro. Não tenho nenhuma dúvida. Petri é incrivelmente engenhoso. Mais de uma vez o observei fazer coisas que uma equipe dos melhores Artesãos não teria sido capaz de fazer. É uma pessoa excepcional. Eu lamento ter sido um pouco rude. Tenho grande afeição por Petri e prontamente daria minha vida por ele, em qualquer instante.

      — Relaxe, Zak — disse Elisa numa voz bem doce. — Ele sabe disso. É um momento difícil, mas vamos superar, sem nenhum problema. Não tenho nenhuma dúvida.

      — Obrigado, Elisa. Realmente espero que sim, do fundo do coração.

      Pasadena, Califórnia – O esconderijo

      Assim que abriu a porta, o sujeito obeso sentiu uma corrente de ar fresco. O ar-condicionado da sala, que estava ligado desde a noite anterior, fizera um trabalho excelente.

      — Maravilhoso — ele exclamou. — Não conseguia aguentar mais aquele calor sufocante.

      — Talvez se você resolvesse seguir uma dieta rigorosa e se livrar de toda essa banha, o calor não te incomodaria tanto.

      — Por que você é sempre negativo sobre as minhas reservas?

      — Chame-as de reservas, se quiser. Você poderia seguramente passar um mês inteiro sem comer — exclamou o magrelo, explodindo em gargalhadas logo depois.

      — Vou fingir que não escutei isso.

      A decoração do pequeno apartamento que os dois usavam como base era definitivamente modesta. Na sala principal havia apenas uma mesa simples de madeira clara com quatro cadeiras da mesma cor e um pesado sofá cinza escuro com assentos e apoios de braço gastos. No canto, perto da janela francesa que tinha vista para um sombrio pátio interno, um pote marrom de plástico continha os restos de uma pequena palmeira-de-saia, que apesar da grande resistência a climas secos, morrera há várias semanas por falta de água. O pequeno banheiro também mostrava sinais evidentes de desleixo. Vários azulejos haviam caído e grandes manchas negras no teto desbotado eram evidências de infiltração de água que não fora reparada. Dois quartos surrados, com uma única cama e um criado-mudo barato, junto a uma kitchenette com um armário que tinha, pelo menos, vinte anos, completavam a mobília do apartamento que era tudo, exceto agradável.

      — Bom, uma coisa é certa, em termos de gosto na escolha dos nossos refúgios, você é ótimo mesmo, hein? — comentou o sujeito magrelo e alto.

      — Por quê? O que tem de errado com esse lugar?

      — É um muquifo. É isso o que tem de errado. Aqui estamos, sempre falando sobre montes de dinheiro, mas no fim, sempre terminamos nesses malditos muquifos.

      — Ah, você sempre reclama — respondeu o grandão. — Vamos tentar obter um acordo e então verá, poderemos viver no sossego de uma vez por todas.

      — Você que diz... Não estou muito convencido.

      — Vamos, me dê o laptop e te mostrarei uma coisa.

      O magrelo puxou uma mala preta com uma alça de ombro de trás do sofá e retirou um notebook cinza escuro. Olhou para o mesmo um momento e então deu ao comparsa, que o colocou na mesa e o ligou. Ambos se sentaram, quietos por um instante, olhando para a tela enquanto o sistema completava o processo de inicialização, até que em um momento, o magrelo desabafou: — Não suporto mais essas coisas. Passo horas vendo barras de progresso, ampulhetas girando, atualizações diversas... Por que simplesmente não fabricam um computador que funciona como uma televisão? Aperte o botão e ele liga.

      — É, isso seria muito bom. Em vez disso, o que eu mais odeio é quando você acaba de usar e quer desligar para terminar, ele mostra uma simpática mensagenzinha que diz "Não desligue. Instalando atualização 1 de 325..." e você tem que esperar meia hora enquanto ele faz o que quer. Poxa, não podia fazer as drogas das atualizações antes? Realmente tem que esperar até eu estar pronto pra terminar?

      — Hum, isso é a tecnologia da informação. Os programadores que projetam esses sistemas provavelmente se divertem vendo nós, pobres mortais, ficarmos cada vez mais irritados quando nos deparamos com as suas "criações".

      — Está dizendo que fazem de propósito?

      — Ao pensar que hoje em dia, só para escrever uma carta precisamos de um computador com uma capacidade de processamento bilhões de vezes maior que a das missões Apollo que levaram o homem à Lua, acho que alguma coisa não deu certo no progresso tecnológico.

      — Bem, você é o especialista — comentou o magrelo. — É certo que eles nos fazem perder muito tempo, mas não seríamos capazes nem de ir ao banheiro sem esses aparelhos agora.

      — Vamos parar por aqui, é melhor. Em vez disso, veja o que descobri durante minhas noites em claro.

      O sujeito obeso trouxe uma série de imagens à tela, que devia ter tirado de algum arquivo que não era exatamente público. Ele navegou por algumas e então disse: — Aqui estão. Acho que o que está vendo é uma série de combinações de caracteres cuneiformes, capazes de ativar funções adicionais nesse pequeno dispositivo.

      — E onde conseguiu isso? — perguntou o magrelo, com espanto.

      — Se dissesse, teria de matá-lo — respondeu o gordo, bem sério.

      Por um instante, o sujeito magro e alto ficou paralisado, então percebeu que o comparsa obviamente tinha feito uma piada, e depois de socá-lo, exclamou: — Que imbecil. Vamos, deixa ver essa inefável descoberta.

      — Espere, primeiro me deixe ver o que o nerd nos deu — e conectou o pendrive que extorquiram do garoto no computador. Ele verificou rapidamente uma série de arquivos, abrindo alguns aleatoriamente, até a sua atenção se voltar a uma imagem que já havia visto. — Veja isto — exclamou.

      — O que é?

      — É uma sequência de caracteres que conheço.

      — Não entendo.

      — Você é realmente caquético. Esta é a combinação que ativou o comando de autodestruição da espaçonave e tenho certeza que já vi nas minhas buscas.

      Para evitar de ser repreendido de novo, o magrelo só murmurou.

      — Aqui está — disse o grandão novamente, mostrando a mesma série de imagens que estiveram olhando antes, mas destacando uma delas com o mouse. — É esta.

      — Sim, e daí?

      — Daí que, se essa sequência já funcionou uma vez, então as outras indicadas aqui provavelmente estão ativas também.

      — Seu raciocínio faz sentido.

      — Que tal experimentarmos uma?

      — Mas não será perigoso? Acho que já causamos estragos suficientes.