Название | De Volta À Terra |
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Автор произведения | Danilo Clementoni |
Жанр | Научная фантастика |
Серия | |
Издательство | Научная фантастика |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788835400417 |
A área estava protegida.
Abriu a porta traseira e gentilmente estendendo a sua mão direita, ajudou a convidada a descer do automóvel.
Elisa agradeceu o militar pela gentileza e saiu suavemente do carro. Ela olhou para cima e encheu os pulmões do ar limpo da noite clara, pausando um momento para contemplar o magnífico espetáculo que só o céu estrelado do deserto poderia proporcionar.
O Coronel ficou por um momento indeciso se ia ao seu encontro ou se ficava dentro da sala esperando a sua entrada. Por fim, escolheu se sentar, na esperança de disfarçar melhor a sua agitação. Em seguida, fingindo indiferença, se aproximou do balcão, sentou-se em um banco, descansou o cotovelo esquerdo na madeira escura, balançou um pouco o licor em seu copo e parou para observar a semente do limão se depositar lentamente no fundo.
A porta se abriu com um leve chiado e o motorista militar se inclinou para verificar se tudo estava em ordem. O Coronel deu um leve aceno de cabeça e o militar acompanhou Elisa, convidando-a para entrar com um amplo gesto de mão.
— Boa noite, Dra. Hunter — disse o Coronel, levantando-se do banco e mostrando o seu melhor sorriso. — A viagem foi confortável?
— Boa noite, Coronel — Elisa respondeu com um sorriso deslumbrante. — Foi tudo bem, obrigada. O motorista foi muito gentil.
— Você pode ir, obrigado — o Coronel disse ao motorista com uma voz autoritária. Com uma saudação militar, o jovem se virou e desapareceu na noite.
— Uma bebida, doutora? — perguntou o Coronel, chamando com um aceno da mão o barman bigodudo.
— O mesmo que o senhor — Elisa respondeu imediatamente, apontando para o copo de Martini que o Coronel ainda estava segurando. Então, ela acrescentou: — pode me chamar de Elisa, Coronel, se preferir.
— Perfeito. E você pode me chamar de Jack. “Coronel” vamos deixar para os meus soldados.
É um bom começo, pensou o Coronel.
O barman preparou cuidadosamente o segundo Martini e entregou à recém-chegada. Ela aproximou o próprio copo ao do Coronel e brindou.
— Saúde — exclamou alegremente e deu um grande gole.
— Elisa, devo dizer que esta noite você está realmente maravilhosa — disse o Coronel, passando o olhar da cabeça aos pés da sua convidada.
— Você também não está nada mal. O uniforme pode até ser charmoso, mas prefiro você assim — disse, sorrindo maliciosamente e inclinando a cabeça ligeiramente para um lado.
Jack, um pouco sem jeito, voltou sua atenção para o conteúdo do copo que tinha na mão. Ele o observou por um momento, então bebeu tudo num gole.
— Que tal seguirmos para a mesa?
— Boa ideia — disse Elisa. — estou faminta.
— Pedi que preparassem a especialidade da casa. Espero que você goste.
— Não me diga que você conseguiu que cozinhassem o Masgouf! — ela exclamou com espanto, abrindo os belos olhos verdes. — é quase impossível encontrar o esturjão do Tigre nessa época do ano.
— Para uma companhia como a sua, não poderia faltar o melhor — disse satisfeito o Coronel, vendo que a escolha parecia ter sido apreciada. Ele gentilmente estendeu a mão direita e convidou a doutora para segui-lo. Ela, com um sorriso maroto, apertou a sua mão e se deixou acompanhar à mesa.
O local era decorado no estilo típico local. Luz acolhedora e suave, grandes cortinas em quase todas as paredes, descendo do teto. Um grande tapete com desenhos Eslimi Toranjdar cobria quase todo o chão, enquanto alguns menores foram colocados nos cantos da sala, como que para enquadrar o total. E claro, de acordo com a tradição, a refeição deveria ser consumida enquanto estivessem sentados no chão em almofadas agradáveis e macias, mas, como bom ocidental, o Coronel havia preferido uma mesa “clássica”. Essa fora cuidadosamente preparada e as cores escolhidas para a toalha eram perfeitamente compatíveis com o resto da sala. Um fundo musical em que uma Darbuka9 acompanhava a batida Maqsum10 com a melodia de um Oud11 preenchia de modo delicado a sala toda.
Uma noite perfeita.
Um garçom alto e magro se aproximou e educadamente, com uma reverência, convidou os dois para se sentar. O Coronel fez Elisa se sentar primeiro, ajudando-a com a cadeira e em seguida, sentou-se à sua frente, tomando cuidado para não deixar a gravata cair dentro do prato.
— Aqui é realmente lindo — disse Elisa, olhando ao redor.
— Obrigado — disse o Coronel. — devo confessar que estava preocupado com a sua opinião. Então me lembrei da sua paixão por esses lugares e achei que seria a melhor escolha.
— Pois acertou em cheio! — Elisa exclamou, mostrando mais uma vez seu maravilhoso sorriso.
O garçom abriu uma garrafa de champanhe, e enquanto enchia os copos de ambos, outro se aproximou com uma bandeja na mão, dizendo: — Para começar, por favor, aceite um Most-o-bademjan.12
Os dois convidados pareciam satisfeitos. Pegaram os dois cálices e beberam novamente.
A aproximadamente cem metros do local, dois tipos estranhos em um carro escuro mexiam em um sofisticado sistema de vigilância.
— Você viu como o Coronel mima a donzela? — disse sorrindo um homem indiscutivelmente obeso, que estava no banco do motorista, enquanto mordia um enorme sanduíche e derrubava migalhas na barriga e nas calças.
— Foi uma ideia genial colocar um emissor no brinco da doutora — respondeu o outro, muito mais magro, com olhos grandes e escuros, que bebia café de um copo grande de papel marrom. — daqui, podemos ouvir perfeitamente tudo o que eles dizem.
— Não faça asneira e grave tudo — avisou — caso contrário, vão nos fazer pagar por esses brincos.
— Não precisa se preocupar. Conheço muito bem esse aparelho. Não vai escapar nem mesmo um sussurro.
— Devemos averiguar o que a doutora, de fato, descobriu — acrescentou o gordo. — nosso líder tem investido muito dinheiro para seguir com esta investigação secreta.
— Com certeza não será fácil, tendo em vista a forte estrutura de segurança que o Coronel preparou — o homem magro olhou para o céu com cara de sonhador e acrescentou: — se tivessem me dado um milésimo de todo aquele dinheiro, agora estaria deitado sob uma palmeira em Cuba, tendo como única preocupação escolher entre uma Margarita ou uma Piña Colada.
— E talvez com um monte de garotas de biquíni, passando filtro solar em você — disse o gordo, caindo na gargalhada, enquanto o movimento da barriga fazia cair parte das migalhas no chão.
— Esse aperitivo é delicioso — a voz da doutora saiu ligeiramente distorcida pelo pequeno alto-falante no painel. — Devo confessar que não esperava encontrar, por trás dessa fachada de militar rude, um homem tão refinado.
— Bem, obrigado Elisa. Eu também não esperava que, por trás de uma doutora tão altamente qualificada, além de muito bonita, estivesse também uma mulher muito gentil e agradável — disse a voz do Coronel, sempre um pouco distorcida, mas com um volume ligeiramente mais baixo.
— Olha como eles flertam — disse o grandalhão no banco do motorista. — acho que eles vão acabar na cama.
— Eu não tenho tanta