O Escritor. Danilo Clementoni

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Название O Escritor
Автор произведения Danilo Clementoni
Жанр Героическая фантастика
Серия
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9788893988308



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um pouco melhor.

      – Ok, você é o chefe. – disse Petri, enfatizando a frase com uma espécie de saudação militar como ele tinha visto os soldados terrestres.

      – Vaivém dois. Ative a cúpula de contenção. – disse Azakis no seu comunicador.

      Começando do topo da nave central e traído apenas por uma leve vibração no ar, uma espécie de véu quase invisível se espalhou rapidamente com um raio de cerca de cem metros, formando um capuz em forma de hemisfério que se estendia do ápice da nave dois da pirâmide virtual para baixo para afundar no solo arenoso do deserto.

      – Isso parece um bom trabalho para mim. – disse Petri satisfeito.

      – Porque se posicionaram assim? – perguntou Elisa intrigada.

      – Como o quê? – respondeu Azakis. – Do que estás a falar?

      – O vaivém. As pirâmides que eles formaram estão quase em linha reta e posicionadas com um lado voltado para o sul. Os dois mais externos estão aparentemente alinhados, enquanto o central parece um pouco mais fora do eixo.

      – Tens um excelente espírito de observação. – comentou Azakis.

      – O facto é que eles me lembram muito de outra coisa.

      – O que exatamente? – perguntou o coronel, que subitamente mostrou grande interesse na discussão.

      – Já estiveste no Egito?

      – Há muito tempo.

      – E visitaste o planalto de Gizé?

      – Obviamente que sim. – respondeu Jack. Então, batendo na testa, ele exclamou:

      – Mas é claro! Eles estão posicionados exatamente como as três maiores pirâmides.

      – Quéops, Quéfren e Menkaure. – apontou o médico.

      – Eu não sei do que estás a falar. – disse Azakis, perplexo.

      – Espera um minuto. – respondeu Elisa. – Eu vou mostrar. – e ela caminhou rapidamente em direção à tenda do laboratório. Ela apareceu em menos de um minuto depois com um livro grande e bem manuseado. Quando ela se aproximou dos outros três, folheou rapidamente as páginas. – Chegamos lá. Olha. – e ela mostrou algo ao extraterrestre.

      – Interessante. Quais são elas?

      – Deixa-me ver. – disse Petri, deslizando pelo livro grosso nas mãos do seu companheiro. – Ah, sim! Eu vi esse tipo de construção. Elas são como esta. – e apontou para o Zigurate atrás do campo. – Mas eles deviam ter sido construídos por outro povo e numa era diferente.

      – Muito bem, Petri. Estás certo, claro. Desde o dia em que eles foram descobertos, os nossos estudiosos foram usando a sua inteligência para entender a razão pela qual eles foram construídos e por que eles foram organizados desta maneira.

      – Mas é muito simples. – disse Petri, mostrando um belo sorriso. – Consegues ver essas estrelas lá em cima? – e ele apontou para uma constelação no meio de todas as outras, no espaço deixado pelo sol poente.

      – Certamente que sim. Nós chamamos isso de constelação de Orionte. Tem o nome do semideus grego Orionte. – disse Elisa. Então, enquanto traçava o seu perfil com o dedo indicador no ar límpido do deserto, ela acrescentou:

      – Se você unir as suas estrelas com uma linha virtual, a cabeça, os ombros, o cinto e os pés de um homem aparecerão. Segundo a mitologia grega, Orionte era um gigante nascido com habilidades sobre-humanas, um poderoso caçador que matava a sua presa com uma marreta de bronze inquebrável. Quando o herói grego morreu, ele foi colocado entre as estrelas pela eternidade.

      – As tuas histórias são sempre muito evocativas. – disse Petri extasiado. – No entanto, pelo que os Anciães nos ensinaram, todas as construções deste tipo, e há muitas espalhadas por toda a terra, estão ligadas a nós.

      – Vocês, extraterrestres?

      – Nós, 'deuses', que descemos do céu para começar a raça humana. – especificou Petri.

      – E não terias adivinhado que tinhas uma mão nisso também. – deixou escapar Jack. – Parece que tudo o que fizemos até agora é única e exclusivamente relacionado com vocês.

      – Bem, pensando nisso. – comentou Elisa. – Devo dizer que ele tem razão.

      – Eu só queria dizer – acrescentou Petri calmamente – que os nossos vaivéns são simplesmente posicionados como as três estrelas no cinto de Orionte.

      – E assim, o mesmo se aplica às pirâmides do Egito? – perguntou Jack chocado.

      – Eu diria que sim.

      – Então, as suposições dos nossos cientistas eram verdadeiras. – disse o médico quase num sussurro. Então, ela segurou o queixo entre o polegar e o indicador e acrescentou:

      – No entanto, eu ainda não entendi o verdadeiro motivo dessa distribuição.

      – Simples, minha querida. – exclamou Petri. – Energia.

      – Vais ter de explicar isso corretamente. – respondeu a doutora, endireitando as costas e cruzando os braços.

      – Mesmo nós não sabemos muito sobre isso. – Petri apressou-se a esclarecer. – Mas parece que, um objeto em forma de pirâmide é capaz de gerar um tipo de energia positiva que é benéfica para todos os seres vivos que estão próximos a ela. Obviamente, quanto maior o objeto, mais energia ele gera. Então, se é também em conexão com um corpo celeste ou melhor ainda, com uma série deles, tudo é amplificado de uma maneira exponencial.

      – Mas de que tipo de energia estamos a falar? – perguntou o arqueólogo.

      – Como eu disse, não está claro nem para nós. Muitos dos nossos Peritos estudaram isso, mas ainda não temos dados confiáveis.

      – Finalmente, algo que nem você sabe. – disse Jack satisfeito. – Isso é quase um milagre.

      – Há muitas coisas que não sabemos, meu amigo. Em escala global, somos apenas um pouco mais evoluídos do que você. Existem tantos mistérios no universo. Não achavas que conhecíamos todos eles?

      – Eu confesso, por um momento, que realmente pensei que sim.

      – Existem conceitos que nunca iremos entender. Nem a situação anterior, nem a situação presente.

      – Mas somos seres inteligentes, imaginativos, curiosos. O que pode nos impedir de entender?

      Então Azakis entrou no debate dizendo:

      – É apenas uma questão de níveis de perceção.

      – Isso eu realmente não entendi. – exclamou Elisa intrigada.

      – Embora se possa pensar que os nossos cérebros são quem sabe muito “evoluídos", existem algumas dimensões tão distantes das nossas estruturas de pensamento que não podemos sequer começar a fazer suposições, pelo menos com o nosso conhecimento atual.

      – Sinto muito, mas não estou a acompanhar o teu raciocínio.

      – Pensa numa célula do teu fígado como exemplo. – continuou Azakis pacientemente. – Imagina a intenção de raciocinar sobre o seu estado, sobre o seu trabalho, sobre as células próximas a ele. Quem sabe quantas vezes terá tentado entender o que está além da realidade que experimenta? Haverá outros grupos de células? Eles serão como eu? Talvez também tenha tentado postular a presença de um deus. Ele também terá tentado entrar em contato com ele seguindo a bondade, ritos complexos, rezando pela sua intercessão na resolução dos seus problemas diários. Mas quem é o seu deus? A sua vesícula biliar? O seu coração? Você? Que perceção uma célula pode ter do seu fígado, de você, do seu deus? Como poderia entrar em contato direto contigo? E se não