Название | Malícia de Mulher |
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Автор произведения | Barbara Cartland |
Жанр | Языкознание |
Серия | A Eterna Colecao de Barbara Cartland |
Издательство | Языкознание |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781788673563 |
—Isso é evidente. Desde que foram morar lá, nunca nos deram problemas, a não ser pelo fato de que Hedley paga salários mais altos e emprega muito mais homens em suas terras do que eu.
—Tudo isso mudará, quando você casar com Lucretia.
—Parece mesmo convencida de que vou concordar com esse plano louco.
A irmã levantou as mãos, num desespero exagerado.
—E existe outra alternativa? Exceto, deixar Jeremy continuar a invadir Merlyncourt!
—Diabos o levem! Nunca concordaria com isso!
—Não há tempo a perder. Tem que procurar a garota imediatamente. De outra forma, não tenha dúvida de que Jeremy vai agarrá-la antes que você possa evitar.
O Marquês apertou os lábios, e a irmã percebeu, com satisfação, que ele não ia permitir que o plano astucioso do primo tivesse sucesso.
Colocou a mão em seu braço, dizendo:
—Aléxis, lamento que tenha que casar com alguém que não ama.
—Sempre estive consciente de que teria que casar algum dia, mas posso lhe garantir, Caroline, que neste momento a ideia me aborrece tremendamente!
CAPÍTULO II
—As respostas afirmativas, chegam aos montes!— disse Elizabeth excitada.
—Todo mundo do condado virá, e será um baile ainda maior do que o que mamãe deu para minha irmã Anne.
—Papai contou que foi maravilhoso— Lucretia sorriu.
—Devemos ter mais de quinhentos convidados. Mas é claro que o Marquês, com a mania de ser superior, não vem.
—O Marquês de Merlyn?
—Seu vizinho!— respondeu Elizabeth—, tive a esperança de que aceitasse o convite, mas já devia imaginar que não se dignaria a comparecer a uma festa como esta.
—Gostaria de saber por quê.
—Se está muito interessada, posso lhe explicar. Mamãe estava ansiosa que ele viesse ao baile de Anne. Acho que pensava que ele poderia ser um ótimo marido para ela. Quando o Marquês recusou o convite, mamãe pediu a meu irmão Henry para falar com ele no clube.
—E o que ele respondeu?— perguntou Lucretia, com curiosidade.
—Ele respondeu: “Meu caro Henry, se há alguma coisa que me aborrece são cavalos mal-amansados, vinhos verdes e garotas imaturas!”.
Lucretia riu.
—Garanto que seu irmão não conseguiu dizer mais nada, depois disso.
—Nada. E mamãe ficou furiosa. Afinal, papai é o Governador do Condado, e pensamos que o Marquês podia ser gentil, pelo menos uma vez.
—Mas sua mãe foi bastante magnânima para convidá-lo pela segunda vez— comentou Lucretia.
—Ela simplesmente espera que eu tenha uma oportunidade! Pobre mamãe! Sempre foi muito otimista!
—E por que não? Afinal, Elizabeth, você é muito bonita.
—Mas definidamente imatura— respondeu a outra, torcendo o nariz—, além disso, não era o que eu queria. Garanto-lhe que não tenho o menor desejo de casar com esse Marquês aborrecido. Pode imaginar coisa pior do que ter um marido que está sempre com um ar enjoado?
Elizabeth fez uma pausa e continuou, pensativa:
—De qualquer modo, ele vai ter que casar algum dia. Senão, aquele odioso Jeremy Rooke herdará Merlyncourt!
Mal acabou de falar, Elizabeth tapou a boca com a mão.
—Oh, desculpe, esqueci que é amigo de vocês.
—Não é meu amigo. Papai é que passa a vida pedindo para ele ficar lá em casa. Não entendo por quê. Para dizer a verdade, eu o acho asqueroso.
—Acha mesmo, Lucretia?
—Claro que acho. Por que haveria de mentir para você?
Elizabeth hesitou um pouco, antes de dizer:
—Pensei que soubesse que todo mundo está falando de você e de Jeremy Rooke.
—De mim? Por quê, se o simples fato de falar com ele me dá alergia?
Elizabeth deu uma gargalhada.
—Lucretia, você diz coisas incríveis! Mas, desta vez, tenho que concordar com você. Com certeza, tem admiradores mais atraentes do que esse nauseabundo Jeremy Rooke.
A outra não respondeu. Passando um momento, Elizabeth perguntou, meio encabulada:
—Você não gosta deles, Lucretia?
—Se está falando desses garotos corados e dos dom-juan de meia-idade que andam com um olho em mim e outro na minha fortuna, a resposta é NÃO!
Elizabeth olhou para ela, interrogativamente.
—Acha mesmo que estão mais interessados no seu dinheiro do que em você? Mas isso é ridículo! Você é linda e muito inteligente! Tenho certeza absoluta de que qualquer homem que a conheça vai amá-la pelo que é.
—Você é muito amável e muito lisonjeira, mas creio que herdei o senso prático de meu pai. Posso lhe garantir, Elizabeth, que, se não tivesse um tostão, não sobraria nenhum admirador.
—Claro que sobrariam dúzias e dúzias deles. Mas não Jeremy Rooke!
As duas desataram a rir.
—Pelo menos de uma coisa posso ter certeza— disse Elizabeth—, ninguém vai casar comigo por interesse. Com três irmãos, duas irmãs e o pobre do papai sempre fugindo dos credores, esse perigo eu não corro!
—Mesmo assim, seu pai pode lhe oferecer um baile para quinhentas pessoas!
—Isso é jogar a isca para apanhar o peixe. E eu sou a isca! Afinal, Anne casou com Lorde Bolton logo na primeira temporada que passou em Londres, e meus pais depositam grandes esperanças em mim.
—E não se importa com a ideia de casar com alguém que mal conhece, só porque seus pais arranjaram esse casamento?
Elizabeth encolheu os ombros.
—Não há outra alternativa, a não ser ficar em casa e me tornar uma solteirona, há? Daqui a um ano, quando Belinda tiver dezassete, também terá seu baile. Se casar antes de mim, juro que morrerei de vergonha.
Lucretia ia começar a dizer alguma coisa, mas mudou de ideia. Em vez de falar, despediu-se da amiga e, deixando a imponente, mas decrépita, residência do Conde de Munster, dirigiu seu elegante coche para casa.
Ia pensativa através das vielas ladeadas de arbustos recobertos das primeiras folhinhas verdes da primavera. Tinha poucas amigas de sua idade e gostava de Elizabeth, embora soubesse que tinham pouca coisa em comum. A ideia de qualquer mulher ser atirada no competitivo mercado do casamento era-lhe insuportável e não compreendia como Elizabeth a aceitava tão tranquilamente.
Ainda pensava em Elizabeth, na elegante e dispendiosa festa que o Conde e a Condessa de Munster iam lhe oferecer, embora dificilmente tivessem condições financeiras para isso, quando passou pelos portões de ferro forjado de Merlyncourt.
Olhou para dentro, para a mansão grande e bonita, com pequenos lagos em volta, que pareciam formar um colar estranho com a luz do sol. Reparou que havia uma bandeira hasteada, isso significava, que o Marquês estava em casa.
«Por que será que ele voltou?», pensou Lucretia. Talvez fosse dar uma de suas alegres