Название | Filho Nota 10 |
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Автор произведения | Paulo Henrique Menezes |
Жанр | Документальная литература |
Серия | javascript:void(0); |
Издательство | Документальная литература |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9786588927113 |
As escolas estavam tentando se reinventar para oferecer o ensino remoto. Foram pegas de surpresa e cada uma a seu modo, com as ferramentas que dispunham, vinham tentando se adaptar à esta nova realidade sem tempo determinado para acabar. As famílias, por sua vez, estavam trabalhando em casa e tendo que dividir suas atividades com uma maior atenção aos filhos que precisavam, mas não conseguiam render nos estudos. Se o que oferecíamos era necessário, se as famílias percebiam as dificuldades, por que nem todos os Coaches e nem todas as unidades estavam tendo sucesso?
Todas as vezes que consegui e consigo respostas para perguntas que o meu pensamento racional não me atende, foi quando parei e paro de olhar com muito foco para a pergunta e passo a mergulhar no conceito mais amplo da questão. Antes de chegar nesse ponto, uso todas as análises e meu lado economista de modo exaustivo; depois entra o filósofo. E neste caso fui buscar na Filosofia a resposta e depois fui construir uma proposta mesclando meus dois perfis.
Educar é a questão! Não é educar em tempos de Pandemia ou educar com aulas virtuais. Entender o que pode ser feito pela Educação é muito maior do que o que pode ser feito para ajudar, pontualmente, unidades ou coaches em dificuldade. Quando a solução chega, toda a cadeia envolvida se beneficia, sejam nossos franqueados, nossos coaches, as escolas, as famílias, os estudantes, a sociedade.
Este livro nasce do mergulho que dei no conceito de Educação. Muita coisa foi levantada, resgatada, construída e proposta. Algumas destas ponderações eu trouxe para este livro com a pretensão de ser um guia prático, um caminho para pais que querem ajudar seus filhos a melhorarem seus resultados como alunos. Mas todos terão uma surpresa, grata espero, de que os caminhos que irão traçar farão com que cheguem a um novo, deslumbrante e inesperado destino: o gosto pelo ato de estudar e pelo ato de trabalhar.
Paulo Henrique Menezes
Agosto 2020
Introdução
A educação e o papel de cada um
“É no problema da educação que assenta
o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.”
Immanuel Kant
Educar não é fácil! E isso não foi dito apenas por Kant, considerado o principal filósofo da era moderna. Nascido em uma família modesta de artesãos na Alemanha, Kant graduou-se em Geografia, Filosofia, Física e Matemática, e tudo isso, em pleno século XVIII, o século das luzes, do Iluminismo. Neste mesmo período, outro grande filósofo, Jean-Jacques Rousseau, publicava o seu famoso tratado sobre Educação: Emílio ou Da Educação, apresentando uma proposta inovadora e desafiadora, livro que se tornou um marco e até hoje é tido como uma referência para quem quer pensar em educação de modo mais amplo.
Saber educar vem sendo uma das grandes questões da humanidade.
“Eduquem as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.”
E isso foi dito 500 a.C. por Pitágoras, ou seja, a questão é antiga mesmo.
Pensar sobre educação não é pensar apenas em alfabetizar, ensinar matérias, conteúdos... Pensar em educação é pensar em transformação. É pensar no processo de transformar uma criança, um adolescente e até mesmo um adulto, em um ser humano completo.
O ser humano se diferencia dos demais seres por ter a capacidade de raciocinar e ter a habilidade de criar e adquirir conhecimento. Ter capacidade é como ter um talento, se não soubermos utilizá-la bem, este é desperdiçado. E é isso o que mais temos visto no mundo: seres humanos desperdiçando suas capacidades de raciocínio, suas habilidades, seus talentos, desperdiçando a potencialidade de serem humanos.
E onde está a dificuldade em educar?
Viver em sociedade não é simples. Para que possamos conviver de modo que todos tenham a possibilidade de usufruírem o que cada modelo de sociedade se propõe a oferecer, é necessário que todos tenhamos obrigações e deveres. Implica em aceitar limites, regras, determinações que, a princípio, são criados visando a preservação do bem da maioria. É abrir mão de algumas coisas para podermos ter outras. É aceitarmos regras para podermos ter nossos direitos garantidos. Isso sempre é polêmico, mas é assim que a banda toca!
A sociedade vai sendo formada aos poucos. As demandas vão surgindo, os modos de fazer negócio vão sendo aprimorados, os desejos humanos vão encontrando caminhos cada vez mais sofisticados de serem saciados. E assim caminha a humanidade. E nesse caminhar, o pilar que sustenta tudo isso chama-se: Educação!
Segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), organização criada após a 2a Guerra Mundial com foco no desenvolvimento humano e na paz mundial, existem 4 Pilares que devem sustentar a educação. O ser humano deve:
•Aprender a conhecer
•Aprender a fazer
•Aprender a conviver
•Aprender a ser
Seguindo estes 4 pilares, os alunos, de acordo com a a UNESCO, terão recebido uma formação que não os preparará somente para o mercado de trabalho, mas também para que vivam em sociedade e se tornem cidadãos mais justos, empáticos e preparados para lidar com todos os problemas e adversidades que o próprio viver traz.
O papel de cada um nesse processo
Educar é um processo amplo, complexo e que, queiram ou não, tenham consciência ou não de seus papeis, é exercido de modo direto por quatro entes:
Família – Escola – Sociedade – Aluno
As funções, responsabilidades e participações de cada um destes entes, além de serem fundamentais para que cada ser humano seja devidamente contemplando com tudo que precisa para se formar como homem, devido a própria natureza evolutiva das sociedades, necessitam sempre ser reavaliadas. Podemos e devemos, no entanto, ter consciência de que existem valores básicos que são imutáveis e eternos. Valores que, independentemente do processo evolução das sociedades, devem ser preservados, até mesmo visando a perpetuidade da própria humanidade. Honestidade, prudência, coragem, fraternidade, justiça, entre outros, servem como base para a estruturação de qualquer modelo de sociedade saudável que se busque construir.
A evolução dos meios de comunicação, o desenvolvimento tecnológico e as descobertas da ciência em diversos campos, são fatores que exigem um contínuo, permanente e incessante processo de repensar no como educar. Reforçar valores que podem se perder, ou incrementar métodos a partir de novas descobertas científicas, além de otimizar o processo de ensino a partir de novas tecnologias disponíveis, são meios que sempre precisam ser repensados, mas a essência de todo processo continuará tendo como base, como berço, os valores eternos que devem compor a formação de um ser humano.
O papel da sociedade
A não ser que vivamos isolados numa ilha deserta ou no meio de uma floresta, sem acesso ao mundo de modo algum, sempre seremos seres inseridos em contextos sociais. Os meios de comunicação tais como internet, televisão, rádios, jornais, revistas, assim como os lugares que frequentamos, os amigos e colegas com os quais convivemos, são todos fatores que participam de nosso processo de educação.
Diariamente somos assediados pelos mais diversos meios que captam nossa atenção, mexem com nossos sentimentos, amplificam nossas sensações e nos levam a criar demandas e conceitos que muitas vezes nem seriam os nossos. Positivos e negativos, construtivos e destrutivos. Como seres constituídos com forte e necessário componente emocional, ter consciência do que é realmente positivo e construtivo, nem sempre é fácil. E cientes dessa nossa fragilidade, a sociedade, numa busca permanente de riqueza, vai nos conduzindo de modo a acreditarmos que nossa felicidade só virá na posse de bens ou vivendo do modo que nos é apresentado tão sedutoramente.