Uma Canção Para Órfãs . Морган Райс

Читать онлайн.
Название Uma Canção Para Órfãs
Автор произведения Морган Райс
Жанр Героическая фантастика
Серия Um Trono para Irmãs
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9781640298569



Скачать книгу

estava a fugir. Era um tipo de cidade provincial, sem o tamanho ou a população de Ashton, mas tinha alguma riqueza graças à sua indústria de manoplas. Talvez fosse um lugar tão bom quanto qualquer outro para Sophia.

      O outro homem assentiu, e isso foi suficiente para Sebastian. Se Sophia lhe tinha deixado uma mensagem, não importava quem ela tinha escolhido para a entregar por si. O que importava era que ele havia recebido a sua mensagem, e que ele sabia que caminho seguir para ir atrás dela. Como agradecimento, Sebastian atirou ao homem do cruzamento uma moeda da sua bolsa do cinto, e apressou-se para montar o seu cavalo.

      Ele dirigiu a criatura para oeste, inclinando-a para a frente enquanto partia na direção de Barriston. Demoraria algum tempo para lá chegar, mas durante o caminho, ele ia acelerar tanto quanto ele se conseguisse atrever. Ele iria alcançá-la lá, ou talvez ele até a alcançasse na estrada. De qualquer maneira, ele iria encontrá-la, e eles iriam ficar juntos.

      "Estou a caminho, Sophia" ele prometeu, enquanto à sua volta, a paisagem dos Ridings passava acelerada. Agora que ele sabia que ela queria ser encontrada, ele faria qualquer coisa que tivesse de fazer para a alcançar.

      CAPÍTULO CINCO

      A Rainha Viúva Maria da Casa de Flamberg estava no meio dos seus jardins, levando uma rosa branca até ao seu nariz e assimilando o delicado aroma. Ela tinha-se tornado boa em encobrir a sua impaciência ao longo dos anos, e no que respeitava ao seu filho mais velho, a impaciência era uma emoção que lhe chegava com muita facilidade.

      "Que rosa é esta?" ela perguntou a um dos jardineiros.

      "Uma variedade criada por uma das nossas jardineiras contratadas ao orfanato" disse o homem. "Ela chama-a de Estrela Brilhante."

      "Felicita-a por isso e informa-a que, a partir de agora, a rosa será conhecida como a Estrela da Viúva", disse a rainha. Era um elogio e um lembrete para o jardineiro de que aqueles que possuíam a dívida da contratada ao orfanato poderiam fazer o que desejassem com as suas criações. Era o tipo de movimento de dois lados que a Viúva apreciava pela sua eficiência.

      Ela tinha-se tornado boa a fazê-los também. Após as guerras civis, teria sido tão fácil deslizar para a impotência. Em vez disso, ela tinha encontrado os pontos de equilíbrio entre a Assembleia dos Nobres e a igreja da Deusa Mascarada, as multidões ignorantes e os comerciantes. Ela havia-o feito com inteligência, crueldade e paciência.

      Até a paciência tinha os seus limites.

      "Antes que tu faças isso" disse a Viúva, "gentilmente arrasta o meu filho para fora de qualquer bordel onde ele esteja instalado e lembra-o de que a sua rainha está à espera dele."

      A Viúva estava parada junto de um relógio de sol, observando o deslocamento das sombras enquanto esperava pelo vagabundo que era o herdeiro do reino. Tinha-se deslocado a amplitude de um dedo cheio quando ela ouviu os passos de Rupert a aproximarem-se.

      "Devo estar a ficar senil na minha tenra idade" disse a Viúva, "porque estou obviamente a esquecer-me de coisas. A parte em te convoquei há meia hora atrás, por exemplo.

      "Olá para ti também, mãe" disse Rupert, sem sequer parecer contrito.

      Teria sido melhor se houvesse alguma indicação de que ele estava a usar o seu tempo sabiamente. Em vez disso, o estado desalinhado da sua roupa dizia que ela não se tinha enganado relativamente ao seu palpite anterior sobre onde ele estaria. Isso, ou ele tinha estado a caçar. Havia tão poucas atividades com as quais o seu filho mais velho parecia realmente se preocupar.

      "Vejo que os teus hematomas estão finalmente a começar a desaparecer" disse a Viúva. "Ou finalmente já estás melhor a cobri-los com pó?"

      Ela viu o seu filho a ruborizar-se enraivecido com o que ela havia dito, mas ela não se importava. Se ele pensasse ser capaz de atacá-la, ele tê-lo-ia feito há anos atrás, mas Rupert era bom em saber a quem é que ele podia e não podia direcionar o seu temperamento.

      "Fui apanhado de surpresa" disse Rupert.

      "Por uma serva" a Viúva respondeu calmamente. "Pelo que eu ouvi, enquanto estavas no meio da tentativa de te impores à antiga noiva do teu irmão."

      Rupert permaneceu ali de boca aberta por vários segundos. Ele ainda não tinha aprendido que a sua mãe sabia o que acontecia no seu reino e na sua casa? Será que ele achava que alguém conseguia permanecer governante de uma ilha tão dividida quanto essa sem espiões? A Viúva suspirou. Ele realmente tinha muito que aprender e não mostrava nenhuns sinais de estar disposto a aprender essas lições.

      "Sebastian já a tinha afastado nessa altura" ele insistiu. "Ela era um jogo justo e, de qualquer forma, nada mais do que uma prostituta contratada ao orfanato."

      "Todos aqueles poetas que escrevem sobre ti como sendo um príncipe dourado realmente nunca te conheceram, pois não?" A Viúva disse, embora a verdade fosse que ela havia pago a mais do que só a alguns para se certificar de que os poemas ficavam bem. Um príncipe deveria ter a reputação que desejava, e não a que ganhara. Com a reputação certa, Rupert podia até ter a aclamação da Assembleia dos Nobres quando chegasse a hora de ele governar. "Não te ocorreu que Sebastian pudesse ficar bravo se soubesse o que tentaste fazer?"

      Rupert franziu a testa e a Viúva viu que o seu filho não entendia.

      "Porque é que ele ficaria? Ele não se ia casar com ela, e, em qualquer caso, eu sou o mais velho, eu serei o seu rei um dia. Ele não ousaria fazer nada."

      "Se tu achas isso" disse a Viúva, "Tu não conheces o teu irmão."

      Rupert riu-se. "E tu conhecê-lo, Mãe? A tentares casá-lo? Não é de admirar que ele tenha fugido."

      A Viúva conteve a sua raiva.

      "Sim, Sebastian fugiu. Admito que subestimei a força dos seus sentimentos, mas isso pode ser resolvido."

      "Tratando da miúda" disse Rupert.

      A nobre assentiu com a cabeça. "Suponho que é uma tarefa que tu queiras para ti?"

      "Certamente."

      Rupert nem hesitou. A Viúva nunca tinha pensado que ele hesitaria. Isso era bom, à sua maneira, porque um governante não se deveria encolher de fazer o que era necessário. No entanto, ela duvidava que Rupert estivesse a pensar nesses termos. Ele só queria vingar-se dos hematomas que prejudicavam as suas feições, de outra forma perfeitas mesmo agora.

      "Vamos ser claros" disse a Viúva. "É necessário que esta miúda morra, tanto para desfazer o insulto contra ti, como por causa das... dificuldades que ela poderia representar."

      "Com um casamento entre Sebastian e uma miúda inadequada" disse Rupert. "Que vergonha."

      A Viúva arrancou uma das flores próximas. "A vergonha é como esta rosa. Parece inofensiva o suficiente. Capta a atenção. No entanto, ainda tem espinhos que cortam. O nosso poder é uma ilusão, mantido vivo porque as pessoas acreditam em nós. Se eles nos envergonharem, essa fé pode vacilar." Ela fechou a mão, ignorando a dor enquanto a esmagava. "Essas coisas devem ser resolvidas, seja qual for o custo."

      Era melhor deixar que Rupert pensasse que isso era sobre manter o prestígio da sua família. Era melhor do que reconhecer o perigo real que a miúda representava. Quando a Viúva se tinha apercebido de quem ela realmente era... bem, o mundo tinha-se transformado numa coisa cristalina, clara e cheia de arestas cortantes. Ela não podia permitir que esse perigo continuasse.

      "Eu mato-a" disse Rupert.

      "Tranquilamente" acrescentou a Viúva. "Sem confusão. Eu não quero que tu cries mais problemas dos que os que resolves."

      "Eu tratarei disso" insistiu Rupert.

      A Viúva não tinha a certeza se ele o faria, mas ela tinha outras peças em jogo no que respeitava à miúda. O truque era apenas usar aqueles que tinham as suas próprias razões para agir. Se desse ordens, ela simplesmente chamaria a atenção de que aquela miúda era alguém que