Название | Storey |
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Автор произведения | Keith Dixon |
Жанр | Триллеры |
Серия | |
Издательство | Триллеры |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788873041719 |
“Foi a minha decisão, Rick. Não podia continuar e, depois, não podia ficar na cidade. Além disso, o meu pai morreu. Tinha coisas a tratar.”
Aquilo fez Rick conter-se mas não por muito tempo. Entendia a família mas achava que Storey podia ter ultrapassado a situação, podia ter parado por uns tempos, como os psiquiatras recomendaram, regressando depois e voltando a montar na sela, como eles diziam.
“Storey” – disse ele –, “és um idiota. O que te aconteceu podia ter acontecido a qualquer pessoa. Estavas a cumprir ordens e, além disso, foste ilibado.”
“Não devia estar em posição de precisar de ser ilibado. O erro foi meu.”
Rick estava com ele nessa noite e ainda conseguia ver o corpo no chão, outros elementos da equipa à volta, a olhar para ele, todos a pensar: Pobre filho da mãe, Storey, isto vai dar merda.
Independentemente de quanto se treinar, as coisas podem sempre correr mal.
Não importa. Pensou no que Thomas lhe dissera – Traz o Storey de volta, precisamos dele – era uma dos melhores, olho vivo, bons pulmões. Ir aonde Storey morava antigamente não levara a parte nenhuma, com exceção dum remoque da vizinha, aquela jovem de provocar suores que, pensava ele, sabia mais do que dizia. Provavelmente gostava de Storey. Era frequente as mulheres gostarem dele.
“Percebo por que razão te afastaste, precisavas de tempo, e essa merda toda. Mas estás a deitar fora coisas a mais. Devias recompor-te e voltar para aqui.”
“Eu demiti-me – já não te lembras?”
“Podes ser desdemitido.”
“O Thomas tem falado contigo? O encanto habitual em pessoa? Estou a vê-lo a querer que fales comigo para voltar porque não suporta fazê-lo ele pessoalmente.”
“Não interessa, pois não? Não tem a ver com ele.”
“Eu sei, estás a pensar em mim. Vocês aí são tão calorosos e fofos… Vai dormir abraçado a um ursinho de peluche.”
Kirkland estava a treinar o seu swing, a olhar para a sua extensão, segurando a sua última posição e inspecionando a inclinação do cotovelo, como se pertencesse a outra pessoa. Rick virou as costas e disse a Storey: “Então, se não voltas e não me dizes onde estás, porquê esta chamada? Se não te importas, tenho aqui um jovem à espera duma boa pancada. E não, não quero corrigir a frase.”
“Tu e a porra do teu golfe. Por acaso, podias ser-me útil.”
Aí está, pensou Rick. Nunca desligam, quando precisam de alguma coisa. Não conseguem tirar o sistema da cabeça – acesso a informação que não conseguem obter em mais parte nenhuma. Sabia que havia muitos homens que deixavam a polícia para ir para a segurança privada e depois faziam uma chamada, como quem não quer a coisa, só para saber como estamos, e podes arranjar-me um endereço… Normalmente dizia: “Não, não posso. Se querias esse tipo de acesso devias ter ficado na polícia.”
Mas provavelmente era melhor manter Storey do seu lado em vez de o chatear já. Se Thomas o queria de volta, tinha de continuar a falar com Storey até ceder alguma coisa e poder fazer a sua jogada.
“Queres usar-me e deitar-me fora como se fosse uma toalha suja” – disse.
“É isso mesmo.”
Então Rick ouviu Storey falar-lhe no pequeno grupo em que tropeçara, uma mulher chamada Araminta e um homem chamado Cliff. Por alguma razão envolvera-se com eles e agora estava a alinhar para descobrir o que andam a fazer. Não sabiam nada acerca dele, mas parecia que gostavam da maneira como se portava.
“Então que é que queres? Prisões? Cauções?” – perguntou Rick.
“Tudo. Conheço o Elliott porque já o conhecia da escola. Bem, via-o por aí. Quanto a esta Araminta, acho que é uma completa fraude. Era bom se de repente aparecesse relacionada com ele, mas duvido que apareça.”
“Devias entregar isso aos polícias locais. Para que diabo estás a envolver-te?”
“Dá-me algo para fazer. Além disso, sou um combatente contra o crime, não sou? Nascido para combater o crime.”
“Desaparece. Agora vou dar uma pancada para o buraco catorze, portanto, desampara-me a loja.”
“Vê lá se cais e te magoas.”
Rick cortou a ligação, virou-se e viu Kirkland a olhar para ele, levantando o sobrolho como que à espera de que lhe dissesse de quem era a chamada.
Esquece. Não precisava de saber de nada. Se ia violar a lei, dando informações a Storey, quanto menos pessoas soubessem, melhor.
CAPÍTULO DEZ
Viu-os antes mesmo de chegar à porta do bar – os três homens de Cliff estavam cá fora, dois deles a fumar, o terceiro, o que pensava que provavelmente era holandês, com uma imperial na mão. Merda. Estaria ela presa a ele? Não podia fazer nada sem que Cliff lá estivesse?
Olhou em redor. O Litten Tree era um bar-restaurante numa zona movimentada perto do centro, na rua que ia para a estação ferroviária e, finalmente, para Kenilworth. Conseguia ver através da porta dupla o grande televisor de parede, que devia ter dois metros ou mais de largura. O local parecia movimentado, embora a rua estivesse calma.
“Que diabo de coincidência voltar a encontrar os três” – disse ele.
Gary, o baixote com olhar intenso, apagou a beata com o pé. “Desbocado, como de costume. És sempre assim?”
“Tu fazes sobressair o melhor que há em mim. A Araminta está por aí?”
Gary olhou para Tarzan. “Que é que achas, Tarz? Viste-a?” Gostava de usar o grandalhão como seu ajudante nas piadas, pensou Paul, uma maneira de provocar os outros. Antes que Tarzan pudesse responder, continuou: “Tenho a certeza de que lhe teria sentido o cheiro. Borracho à procura de alguém debaixo de quem se rebolar como uma porra duma cadela com o cio. Tarz, viste alguém que corresponda a esta descrição?”
Tarzan puxou uma passa do seu cigarro e abanou a cabeça.
“Ultimamente, não. Nada de borrachos cheirosos por estas bandas.”
“Então, que se passa? Estão à espera de alguém? Sabem, alguém me disse há muito tempo que se visse três homens à porta dum bar, dois deles provavelmente eram gays e o outro, invejoso. Portanto, qual é o quê?”
Gary puxou as calças para cima pelo cinto, olhando em redor, a ver se estava alguém a observar, e Paul preparou-se para a eventualidade de vir aí um murro. Tarzan a deitar fora o cigarro, Paul a pensar que estavam a preparar-se, à procura duma oportunidade, quando o Holandês começou a rir-se.
“Levei-vos, os dois, aos arames” – disse ele. “O perito da provocação pregou-lhes uma partida.”
“Cala-te” – disse Gary, com Paul a vê-lo ficar vermelho. “Ao contrário do meu colega Tarzan, estou seguro da porra da minha masculinidade.”
“Sim, eu vi” – disse o Holandês. “Estava-se a ver na porra da tua cara.”
A porta do bar abriu-se e ali estava agora Cliff, atarracado e musculoso, sólido no seu espaço, começando Paul a ver melhor o poder que exercia sobre as pessoas. “Que merda de mariquice é esta?” – disse Cliff.
“Estávamos só...”
“Sim, sim, eu disse-lhes que me avisassem quando este idiota aparecesse.”
“O idiota sou eu?” – perguntou Paul.
“Achas que sim? Serve-te a carapuça e tudo. Anda, anda por aqui” –, pegando no braço de Paul e afastando-o da luz da porta, passando intencionalmente pela zona pedonal