Um Julgamento de Contos de Fadas a Colarinho Branco. Marcos Sassungo

Читать онлайн.
Название Um Julgamento de Contos de Fadas a Colarinho Branco
Автор произведения Marcos Sassungo
Жанр Современная зарубежная литература
Серия
Издательство Современная зарубежная литература
Год выпуска 2018
isbn 978-5-907078-10-9



Скачать книгу

nossa falta e que na cruz Ele pagou o preço dos pecados e por esse sentimento, e por esse amor Ele ainda nos propõe fazer outras coisas, se em algum dia desses O permitirmos, O aceitarmos. Você ama essa mulher que acabou de entrar agora? – Perguntou ele a mim.

      – Sim, senhor. – Respondi eu.

      – Então, não desista, filho. Corra atrás da mulher que ama; declare todos os dias que você a ama e que não viveria completamente feliz sem ela. É que o seu desejo e destino, ou melhor, a sua tarefa, a tarefa que Deus lhe delegou aqui na terra é amar ela e que sair do mundo sem ter feito isso seria uma dívida imensa. Seja forte e corajoso. Deus é consigo e preocupa-se consigo, preocupa-se com quem será a sua companheira. E se perceber que é ela, então corra. Não desista. E sabe, Esmeralda, foi assim que eu olhei para mim mesmo e disse: “eu vou conseguir. Agradeço ao senhor guarda pois, acreditei na fé e no amor de Deus que me amou primeiro. E hoje olho para si, mesmo com esses anos todos… você e continua a ser a mesma garota de sempre. Linda, amável, respeitosa, carinhosa. Você trouxe-me mais perto de Deus e eu amo-a como Ele me ama. É um mandamento que Ele me deu e olha que eu me tenho esforçado por cumprir… mas saiba que não é uma obrigação, é um prazer imenso poder estar ao seu lado, Esmeralda.

      Hahahaha, amor, que fofinho! Eu também a amo.

      – Olha para aquelas estrelas?

      – Quais?

      – Aquelas perto da lua.

      – Sim, amor.

      – Saiba que eu sempre vou amá-la e brilhar como elas, ao seu lado.

      – Mas graças a Deus, você insistiu e não velou pela minha mania ou atitude rude. Você perdoou-me. Eu não sabia e nem tinha como ter a certeza. Só sei que eu orava muito por si e todas as vezes que me abordasse, eu ficava diferente e então eu decidi orar a Deus e receber Dele um sinal de que era você mesmo a pessoa com quem dividiria a minha vida. Eu não queria um homem rico, eu queria um homem que me amasse, um homem que me desse atenção e respeito como mulher. Eu queria um homem de Deus. Obrigada, Rafael por ter acreditado em mim. Agora, por favor, vamos para casa. Está frio, aqui.

      – Está frio mesmo, querida… Vamos para casa.

      Quando eles chegaram de volta a casa, o Sr. Rafael percebeu o barulho que vinha do portão.

      – Quem é a essa hora?

      – Eu pai. – Disse Batinho.

      – Por onde andavas para chegares a essa hora da madrugada, filho?

      – Pai eu estava…

      – Não me mintas. Diz a verdade, filho.

      – Eu estava… com os amigos aí na rua.

      – Na rua, agora?! Tu não te meteste em problemas de novo, não?

      – Não pai, não me meti em problemas.

      – Meu filho, vem cá e dá-me um abraço. E obrigado pelo abraço. Agora olha para o céu e diga-me, filho: “O que vês?”

      – O céu, pai.

      – Sim, eu sei que é o céu, mas o que tu vês, exactamente, no céu?

      – A lua, as estrelas, umas maiores que outras… e cada uma com um brilho próprio, mas nenhuma dessas ganha o brilho do luar.

      – Bela descrição, filho. Sê bem-vindo ao universo. Sê bem-vindo ao planeta terra. Onde diferentes seres habitam de maneira e forma diferentes. Não importa o brilho que tu podes ter, haverá sempre alguém a brilhar mais do que tu, mas nem por isso tu precisas deixar de brilhar. Porque o teu brilho é único e ímpar. Então não deixes de brilhar. Na escola da vida, tu precisas de ter muito cuidado não com os vegetais ou outros animais. E suspirou o Sr. Rafael.

      – Do que preciso ter cuidado, pai? – Perguntou Batinho.

      – Tu precisas de ter cuidado com o homem. Porque ele é o ser mais simples que existe, mas o mais complexo da natureza. Meu filho, tu estás a crescer e precisas de saber que na tua vida, muitas vezes eu não estarei presente para impedir que tu te magoes ou chores. E as chicotadas que eu e tua mãe te demos não vão doer mais que as chicotadas que a vida vai dar-te. Sê forte e corajoso. Procure o máximo possível não te meteres em problemas. Mas nunca dês as costas aos problemas; elas virão a ti para que os resolvas, para que os soluciones. Seja bem-vindo ao planeta terra, porque aqui o homem chora de dor, chora de alegria, chora de desespero, chora de angústia e chora pela morte que é o fim de tudo. Sê forte e corajoso! Respeita a tua mãe, respeita-me, porque sou teu pai e não abandones a Deus em nenhum momento da tua vida. Não concorras na tolice dos teus amigos, mas te endireites na presença de Deus. Eu não te vou dar nenhuma palmada, pois já és adulto o suficiente e a vida vai convidar-te a viver situações diferentes. Apenas ouve o que eu te digo, não abras mão de Deus.

      – Obrigado, pai. E desculpa por eu não ter despedido.

      – Está bem, filho. Estás desculpado. Mas lembra-te que eu te amo.

      – Eu também te amo, pai. Obrigado por ser tão cuidadoso comigo.

      – Dá um beijo, filhão.

      – Iiiii! Pai, olha, eu tenho algo a dizer-te.

      – Diz, meu filho.

      – Pai, eu estou a gostar muito de uma amiga minha, mas ela é que não sabe.

      – Onde ela vive?

      – Bem, ela vive no bairro do São João.

      – Tem-na visto? Conversas com ela, frequentemente?

      – Bem, eu falava com ela, muitas vezes, mas ela viajou para Alemanha e soube de que ela voltou.

      – Bom, filho. E ela ligou-te?

      – Não, pai, ela não me disse nada. Apenas fui informado pela Irmã do Putsom sobre a sua chegada.

      – Ok. Isso significa…

      – Significa o quê, pai?

      – Tem duas variantes: ou ela quer fazer-te uma surpresa ou para ela, tu, simplesmente, deixaste de existir. Mas o que te aconselho, é, seja natural, amanhã. Não te emociones e não te aproximes muito e isso vai dar-te a oportunidade de te sentires mais à vontade em falar dos teus sentimentos. Tu ama-la?

      – Sim, pai. Embora seja prematuro afirmar, mas acho que sim, pai.

      – Está bem, filhão, não pode haver dúvidas sobre isso. Deve-se estar firme e convicto nos sentimentos, mas sê forte e corajoso. Demonstra isso. Declara isso para ela e diz o quanto a amas. Mas prepara o teu coração para a jornada mais tenebrosa que é o amor. Onde só os fortes ficam e os fracos desistem.

      Quando encontrei a tua mãe eu descobri-me e percebi que por ela valia a pena lutar, porque todas as vezes que eu olhava para ela na faculdade, ela tinha um brilho diferente. Um brilho que não se via em nenhuma outra mulher e todas as vezes que a tua mãe mostrasse uma atitude que me descontentava, eu orava para que não perdesse o brilho daquele olhar e até hoje esse brilho não pára e está cada vez mais a brilhar desde o dia em que a conheci, quando ainda éramos adolescentes.

      – O pai ama de verdade a mãe e isso eu percebo. Inclusive a Vanda falou disso na festa. É realmente lindo.

      –É, filho, eu amo a tua mãe. Agora é tua vez de encontrar alguém e amá-la de verdade, campeão. Não é fácil, mas nunca perderemos nada, se amarmos alguém. Agora vai descansar.

      – Obrigado pai. Até amanhã.

      – Até amanhã, filhão.

      Capítulo II

      O Desastre do Amor

      "No mercado da vida, os homens são convidados e desafiados a sonhar… O sonho desafia o homem a vencer a dor, a lágrima e o punhal do sofrimento. O sonho desafia o homem a treinar o seu eu para formação do seu carácter e personalidade. Os sonhos maltratam homens sonhadores de sonhos. Alguns bons e outros ruins…"