Название | Obras Completas de Luis de Camões, Tomo III |
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Автор произведения | Luis de Camoes |
Жанр | Зарубежные стихи |
Серия | |
Издательство | Зарубежные стихи |
Год выпуска | 0 |
isbn |
Se ama, he piedoso.
Diz agora a grosa
Que este texto tem,
Que quem he formosa
Ha de querer bem.
Havei dó, menina,
Dessa formosura;
Que se a terra he dura,
Secca-se a bonina.
Sêde piedosa;
Não veja ninguem
Que por rigorosa
Percais tanto bem.
Tende-me mão nelle,
Que hum real me deve.
C'hum real d'amor,
Dous de confiança,
E tres d'esperança,
Me foge o trédor.
Falso desamor
S'encerra naquelle
Que hum real me deve.
Pedio-mo emprestado,
Não lhe quiz penhor:
He mao pagador;
Tendo-mo afferrado.
C'hum cordel atado,
Ao Tronco se leve;
Que hum real me deve.
Por esta travéssa
Se vai acolhendo:
Ei-lo vai correndo,
Fugindo a grã pressa.
Nesta mão, e nessa
O falso se atreve,
Que hum real me deve.
Comprou-me o amor,
Sem lhe fazer preço:
Eu não lhe mereço
Dar-me desfavor.
Dá-me tanta dor,
Que ando apos elle
Pelo que me deve.
Eu de cá bradando,
Elle vai fugindo;
Elle sempre rindo,
Eu sempre chorando.
E de quando em quando
No amor se atreve,
Como que não deve.
A fallar verdade
Elle ja pagou;
Mas ainda ficou
Devendo ametade.
Minha liberdade
He a que me deve:
Só nella se atreve.
Dó la mi ventura,
Que no veo alguna?
Sepa quien padece,
Que en la sepultura
Se esconde ventura
De quien la merece.
Allá me parece,
Que quiere fortuna
Que yo halle alguna.
Naciendo mesquino,
Dolor fué mi cama;
Tristeza fué el ama,
Cuidado el padrino.
Vestióse el destino
Negra vestidura,
Huyó la ventura.
No se halló tormento,
Que alli no se hallase;
Ni bien, que pasase,
Sinó como viento.
Oh qué nacimiento,
Que luego en la cuna
Me siguió fortuna!
Esta dicha mia,
Que siempre busqué,
Buscándola, hallé
Que no la hallaria;
Que quien nace en dia
D'estrella tan dura,
Nunca halla ventura.
No puso mi estrella
Mas ventura em min:
Ansí vive en fin
Quien nace sin ella.
No me quejo della;
Quéjome que atura
Vida tan escura.
Vida de minha alma.
Dous tormentos vejo
Grandes por extremo:
Se vos vejo, temo,
E se não, desejo.
Quando me despejo,
E venho a escolher,
Temendo o desejo,
Desejo temer.
Pastora da serra,
Da serra da Estrella,
Perco-me por ella.
Nos seus olhos bellos
Tanto Amor se atreve,
Que abraza entre a neve
Quantos ousão vellos.
Não sólta os cabellos
Aurora mais bella:
Perco-me por ella.
Não teve esta serra
No meio d'altura
Mais que a formosura,
Que nella se encerra.
Bem ceo fica a terra,
Que tẽe tal estrella:
Perco-me por ella.
Sendo entre pastores
Causa de mil males,
Não se ouvem nos vales
Senão seus louvores.
Eu só por amores
Não sei fallar nella,
Sei morrer por ella.
D'alguns, que sentindo
Seu mal vão mostrando.
Se ri, não cuidando
Qu'inda paga rindo.
Eu triste, encobrindo
Só meus males della,
Perco-me por ella.
Se flores deseja
Por ventura bellas,
Das que colhe dellas
Mil morrem d'inveja.
Não ha quem não veja
Todo o melhor nella:
Perco-me por ella.
Se n'ágoa corrente
Seus olhos inclina,
Faz a luz divina
Parar a corrente.
Tal se vê, que sente
Por