Название | Guerreiro Místico |
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Автор произведения | Brenda Trim |
Жанр | Современная зарубежная литература |
Серия | |
Издательство | Современная зарубежная литература |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788835428930 |
— Que maldita confusão – praguejou Zander. – Kadir e Azazel são ousados, mas não muito espertos, se acham que permitiremos rédeas soltas a esta escaramuça em nosso complexo. – Cailyn não gostou do que Zander dizia.
— Devemos dar um jeito nela agora, antes que seja um risco – acrescentou Gerrick.
Um pavor gelado percorreu a espinha de Cailyn.
— Ninguém vai dar um jeito em Jessie, a menos que seja para curá-la e fazê-la melhorar – disse, indignada com o que estavam insinuando.
Como podiam ser tão insensíveis ao falar sobre matar a sua amiga? Cailyn estava determinada a impedir que qualquer outra coisa acontecesse a Jessie. A amiga já havia passado por coisas demais por causa de Cailyn e pela conexão que esta possuía com aquelas criaturas. Cailyn se recusava a deixá-la passar por mais dor por sua causa. Ela se remexeu, tentando se aproximar de Jessie, mas Jace se recusou a deixá-la ir.
— Pare com isso. Cailyn, não temos ideia do que enfrentaremos quando ela acordar. Normalmente, as escaramuças são consumidas pela sede de sangue e matam quando se alimentam. Elas se alimentam de humanos e agora você é a única humana neste complexo – falou Jace, mantendo o olhar fixo nela.
A empatia e a tristeza refletidas nele apenas a irritaram mais. Ele já havia concluído que sua amiga também era um risco. Estava claro que ele concordava com a decisão de confiná-la e depois matá-la.
— Não posso acreditar que alguma vez pensei que vocês eram melhores do que a escória da humanidade. Nada disso é culpa de Jessie. Foram seus inimigos que fizeram isso, mas nenhum de vocês está disposto a lutar pela vida dela. Vocês estão tirando uma conclusão precipitada sobre a condição dela. Bem, eu me recuso a acreditar que não há esperança e não vou permitir que algo aconteça com ela – declarou Cailyn, desejando poder ficar de pé sozinha para assumir uma posição melhor. Doía ainda mais o fato de estar ferida e sem condições de defender melhor Jessie.
Zander colocou a mão gentilmente em seu ombro.
— Acalme-se, puithar. Ninguém vai machucá-la, mas tenho que dizer que, em todas as décadas de pesquisa, nossos cientistas não foram capazes de encontrar uma maneira de lidar com o veneno de escaramuça, muito menos reverter os efeitos de uma mordida de arquidemônio – explicou Zander.
A compaixão nos olhos dele disse a Cailyn que ele acreditava que Jessie precisaria ser morta. Não ia acontecer.
— Mas nós nunca vimos uma mulher transformar-se antes, também – acrescentou Jace. – Talvez o processo seja diferente com as mulheres. Olhe para o pescoço dela. A mordida tem tons de azul nas bordas, em vez de preto. O sangue dela ainda está vermelho e, pelo breve exame que fiz, suas ondas cerebrais estão ativas e normais, se não intensificadas. Agora, não fiz um exame completo, mas todas as indicações mostram que ela não está se transformando no mesmo padrão de uma escaramuça masculina, pelo menos não fisicamente – informou ele ao grupo, e o coração de Cailyn disparou. Talvez houvesse esperança, afinal.
Jace se virou para ficar de frente para Bhric e Jessie. Cailyn estendeu a mão e agarrou a mão mole de Jessie, odiando a forma como as contrações dela estavam mais pronunciadas.
Jace mudou Cailyn de posição nos braços e passou a mão pelo braço dela. Cailyn estremeceu, mas não com a dor pelo movimento que ele fez. Uma excitação intensa percorreu seu corpo com aquele leve toque. Ele instruiu Bhric a abrir a mandíbula de Jessie para que ele pudesse examinar os dentes.
— Os incisivos delas estão soltos, então acredito que vão crescer presas. A questão é: o que enfrentaremos quando a transição dela estiver concluída? – perguntou Jace.
Cailyn se recusava a acreditar que Jessie se transformava em um assecla demoníaco irracional.
— Não pode ser tarde demais para reverter a transição. Ela não está ciente do seu reino, ou de que os sobrenaturais sequer existem. E agora vai ter presas? Vai ter que beber sangue, pelo amor de Deus! – exclamou Cailyn, temerosa pelo que Jessie poderia enfrentar.
Mais uma vez, Cailyn se culpou pela condição da amiga. Se não tivesse pedido a Jessie para buscá-la no aeroporto, a amiga estaria dormindo, sã e salva, em sua cama. Naquele momento, ela se odiou por ser tão materialista a ponto de recusar a deixar sua Mercedes estacionada no aeroporto. Tudo parecia tão sem importância agora.
— Jace está certo, eles nunca transformaram uma mulher antes. Sempre presumi que as mulheres morriam se fossem envenenadas. Entendo sua preocupação por sua amiga, Cailyn, mas não posso permitir que ela vagueie livremente pela casa até que entendamos a situação melhor. É meu dever zelar pela proteção de Elsie e pela sua. Não colocarei nenhuma de vocês em risco desnecessário – ordenou Zander.
Cailyn notou a forma como Jace enrijeceu com as palavras de Zander, e estava curiosa para saber o motivo. Ela se perguntou se ele também se irritava com a supremacia do rei. Foi preciso que Cailyn se esforçasse muito para recuar e considerar o perigo que corria. Ela já havia visto o que uma escaramuça era capaz de fazer e não queria colocar ninguém nessa posição. Mas o que iriam fazer?
Enquanto Cailyn pensava em como proteger Jessie, ela observou a pele da amiga mudar diante de seus olhos. A textura suavizou e qualquer gordura que havia em seu corpo desapareceu, substituída por músculos. Aquilo não poderia ser boa coisa. Jessie poderia se tornar a ameaça que temiam. Jessie poderia arrancar a garganta de alguém e tirar a vida deles? A Jessie que Cailyn conhecia era muito bondosa e atenciosa para se transformar nesse ser. Mas ninguém entendia exatamente em que Jessie estava se transformando. Eles haviam admitido esse desconhecimento e Jace já percebera diferenças em Jessie. Isso não significava que Cailyn iria aceitar que Jessie fosse eliminada, e se recusava a ficar parada enquanto Zander ou Gerrick a matavam. Não, tinha que haver outra maneira.
— Nós podemos contê-la. O que precisamos descobrir é o que Kadir ganha com isso. Ele não pode estar planejando usá-la para nos prejudicar diretamente. Deve saber que não permitiríamos que ela vagasse livremente pelo complexo, o que significa que não haverá nenhuma oportunidade de procurar pelo amuleto. Ele aumentou a aposta pelo Amuleto Triskele, e assumiu riscos maiores do que qualquer arquidemônio antes dele. Simplesmente não vejo o que ele consegue com isso – contemplou Zander, passando a mão pelo cabelo. – Talvez ele espere criar dissensão entre nós. Veja como estamos discutindo sobre o assunto. Não vou permitir que isso cause uma divisão entre nós. Agora, mais do que nunca, precisamos permanecer unidos. As apostas estão mais altas do que nunca. Está claro que ele ainda está atrás da minha companheira. Nem ela nem Cailyn devem deixar o complexo sem proteção. Jace, envie o sangue de Jessie para os cientistas testarem e certifique-se de lhes dizer que essa é a prioridade mais alta. Devemos saber o máximo possível, o mais rápido que pudermos. Até então, ela ficará trancada na masmorra – ordenou Zander.
— Jessie não é um perigo que precisa ser trancado e não é cobaia de ninguém. É uma contadora de vinte e oito anos e tem importância – protestou Cailyn.
Jace agarrou o queixo dela entre o polegar e o indicador, forçando-a a encará-lo. Ela se viu presa pelo olhar cor de ametista por vários segundos. Algo cintilou entre eles, alimentando o fogo lento no ventre dela, apesar da dor excruciante que sentia.
Finalmente, ele quebrou o silêncio, fazendo-a perceber que todos na sala haviam se calado.
— Cailyn, temos que contê-la. Precisamos estudá-la para podermos ajudar. Ela está se transformando, sim, mas não posso dizer com certeza o que vai acontecer a seguir. Prometo-lhe que ela não será torturada ou machucada durante o teste – disse Jace para tranquilizá-la. Infelizmente, ocorreu exatamente o oposto.
A dor que brotou foi poderosa. Devido ao fato de ele estar agindo de forma tão protetora e por estar segurando-a tão perto, ela pensou que ele sentia algo por ela. No momento