Название | Receio |
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Автор произведения | Francois Keyser |
Жанр | Современные любовные романы |
Серия | |
Издательство | Современные любовные романы |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788835426790 |
“Já falei com a banda,” Steve responde. “Eles querem um aumento no pagamento.”
“Ouve, falamos sobre pagamento extra para o casamento após este e para os outros seguintes. Não apenas este. Já cortei muito o meu lucro só para conseguir este casamento. É importante para mim. Ter este casamento é bom para o meu currículo.”
“Bem, não é bom para os nossos bolsos,” Steve responde firmemente.
“Steve, vá lá. De onde é que isto vem? Sempre conseguimos negociar. Porquê a grande insistência agora?”
“Só tenho umas poucas horas e depois a oferta fica fora de questão.”
“Bem, posso perguntar quem é que está a fazer essa oferta?”
“Isso importa? Não vai mudar nada,” Steve responde.
“Como queiras, mas vou acabar por descobrir.”
“Christine. Christine Jackson.”
Sinto a minha raiva a subir instantaneamente. A mulher que idolatrei e seguia como modelo até recentemente. O meu coração diz-me que isto é deliberado. Não é uma coincidência. Quase digo um palavrão, mas mordo a língua.
“Vi?” Steve pergunta.
“Sim. Okay, olha. Pago-te mais cinquenta por cento este fim-de-semana e de agora em diante. Mas não me faças isto de novo, okay?”
“Okay.”
“Promete-me, Steve,” digo firmemente. “Não me posso dar ao luxo de ter este tipo de problemas tão tarde antes de um casamento.”
“Okay,” diz o Steve. “Desculpa.”
“Faz-me um favor, por favor.”
“O quê?” Steve pergunta.
“Nem uma palavra sobre isto a ninguém, está bem? Se isto se espalha, toda a gente vai pedir mais dinheiro e não o consigo pagar neste momento. Okay? Dizes à banda?”
“Claro. Podemos mantê-lo em silêncio.”
“É bom que sim,” digo.
“Hm, Vi,” Steve diz.
Ele quer dizer-me algo e parece hesitante em fazê-lo.
“O que foi, Steve?” pergunto.
“Deixei escapar que usas um murmurador de casamento,” Steve diz.
“O que é um murmurador de casamento?” perguntei, confusa.
“Ashley,” Steve responde.
Fico estupefacta. Não sei o que dizer. Sempre pensei na Ashley como conselheira. E mantive-a em segredo durante tanto tempo. Toda a gente na minha equipa sabe sobre ela, mas não vai mais longe do que isso. É algo que não anuncio, nem aos meus clientes. Ninguém nesta área usa um, pelo menos não que eu saiba, e agora o segredo foi revelado.
Queria gritar com o Steve, mas segurei-me.
“Vi?” ele pergunta, incitando-me a quebrar o silêncio.
“Estou aqui,” respondo.
“Ouve, desculpa. Não queria criar nenhum problema ou deixar os teus segredos escapar. Estava apenas a tentar dizer-lhe o quão melhor do que ela és.”
E, no entanto, irias trabalhar para ela porque te oferece mais dinheiro, penso para mim mesma. Sinto-me imediatamente culpada pelo pensamento. Conheço o Steve há imenso tempo. Trabalhamos juntos há muito tempo também, e teria esperado que ele me abordasse de maneira mais profissional sobre aumentar os seus rendimentos.
“Agradeço, Steve,” digo. “Simplesmente não digas nem mais uma palavra sobre isso a ela ou a qualquer outra pessoa, okay?”
“Claro. Desculpa,” Steve diz.
Terminamos a chamada e caminho pela minha sala de estar, zangada. Estou furiosa. Quero ligar à Christine e dizer-lhe das boas, mas resisto ao impulso de o fazer. Estou ainda mais zangada por ela saber sobre o murmurador de casamento. Estou zangada com ela e com o Steve.
Por alguma razão, tenho uma má sensação sobre o facto de o Steve ter dito à Christine sobre o meu ‘murmurador de casamento’. Nunca o anuncio a ninguém, pois não acho que seja algo que se deve anunciar como algo que me diferencia de outros organizadores de casamentos. Claro, cobro por isso, mas a taxa é incorporada em outras taxas quando forneço um orçamento aos clientes.
Não se trata do custo porque ainda sou mais barata do que pessoas como a Christine. É sobre o facto de não achar que as pessoas vão considerar que é bom sentir que estão a ser empurradas para um casamento se estão a ter dúvidas de última hora. A verdade é que muitas pessoas têm dúvidas à última da hora, e é algo tolo visto que normalmente seguem em frente na mesma e casam-se. Mas se não prosseguem com o casamento, apenas no caso de não o fazerem, podem perder muito dinheiro que não é reembolsável. Dinheiro para pagar o catering, o MC (mestre de cerimónias), a banda e muito mais. Há que pensar também na minha reputação, e não estou prestes a ter um casamento cancelado porque alguém está com dúvidas. Tenho uma reputação para manter. Então, é ético? O meu próprio júri ainda está a tentar descobrir isso, mas até agora tem funcionado e toda a gente tem estado feliz.
Tenho a certeza de que a Christine será rápida a copiar a ideia agora que descobriu. Especialmente visto ter conseguido prevenir o Steve de ir embora. Ela estará passada por causa disso e certamente estará à procura da próxima coisa com a qual me irá atacar.
Suponho que passou a não gostar de mim por ser a sua concorrente. Não consigo imaginar porquê, para além de poder ter levado um cliente que ela queria muito. Um cliente como aquele cujo casamento vou fazer este fim-de-semana.
Bem, ela pode perseguir a minha banda e o que quer que ela queira, mas é demasiado tarde para me tirar este cliente.
Melhor sorte na próxima vez, cabra, penso para mim mesma. Estou bastante surpreendida com a rapidez com que a minha visão sobre ela passou de ídolo e modelo a raiva de torcer o estômago quando penso nela ou ouço o seu nome.
Questiono-me se irá atrás dos meus outros recursos também, agora que falhou com o Steve. Em vez de ficar quieta e a fumegar, decido começar a encontrar recursos alternativos para intervirem com pouca antecedência, caso seja necessário. É isso o mais certo a fazer.
CHRISTINE
Estou zangada. Falhei com o Steve e a sua banda.
Respiro fundo umas poucas vezes e começo a relaxar. Conseguir a banda de uma organizadora de casamentos é apenas uma parte do seu negócio. Há muitas mais partes para atacar. No entanto, meto de lado o pensamento de outras partes do negócio enquanto penso no conceito de ‘murmurador de casamento’ que o Steve deixou escapar.
Sei que há algo importante nisso. Por enquanto, flutua para além do meu domínio mental como um burro a olhar para um castelo. Tenho de admitir que é uma ideia genial e devia estar a pensar em fazê-lo também. Mas há algo mais sobre isso que penso que é muito mais importante do que simplesmente copiar a ideia.
Pego no folheto que tirei da cabine da Viola e estudo-o. Não há uma única palavra no folheto sobre um murmurador de casamento. Nada que sequer lhe faça alusão como serviço.
Verifico o seu website de novo. Nada. Em lado nenhum. Os testemunhos não dizem nada sobre isso. Como é que ela consegue manter isso em segredo? Certamente os clientes devem ficar impressionados com o valor acrescentado?
Porque é que os clientes o manteriam em segredo? Não é possível. A não ser...
A