Historia Romanceada Da Guerra De Tróia. Dionigi Cristian Lentini

Читать онлайн.
Название Historia Romanceada Da Guerra De Tróia
Автор произведения Dionigi Cristian Lentini
Жанр Детская проза
Серия
Издательство Детская проза
Год выпуска 0
isbn 9788835425229



Скачать книгу

humilhação de Príamo e a restituição do corpo de Heitor

       As Amazonas de Pentesiléa e os Etíopes de Memnon

       A morte de Aquiles

       A demência de Ájax

       As três condições

       Filoctetes, Neoptólemo e a morte de Páris

       O rapto de Paladio

       O cavalo e Sinone

       A queda de Tróia

       Apêndice A – “Os deuses gregos”

       Apêndice B – “Genealogias”

       Apêndice C – “A Grécia e Tróia”

       O Autor

       Bibliografia

      No tempo em que homens, deuses e heróis eram os únicos verdadeiros donos do seu Tempo, entretendo as próprias existências, confundindo o próprio comportamento/actos, assimilando e partilhando os próprios sentimentos, o Destino deixava reviver, assim como já tinha feito milhões de outras vezes, assim como faz todos os dias não obstante a nossa inconsciência e assim como fará até ao último dia da existência humana, a vicissitude histórica, fantástica e sobretudo do intimo que com a extraordinária acção, a dinâmica narrativa, o enredo épico, os aspectos psicológicos, os eternos indeléveis valores, inspirou, marcou e condicionou o natural curso da história.

      Prometeu, as núpcias de Tétis e Peleu e o pomo da discórdia

      Tudo teve o seu inicio numa alegre manhã primaveril…

      Nos montes da Tessália nascia o sol do dia tanto esperado por mortais e imortais.

      Finalmente as divinas asas de Hermes, deus da sorte e das viagens mas também mensageiro dos deuses, repousavam exaustos sobre uma confortável cadeira de ebonite, depois de ter distribuído o ditoso convite em toda a parte do universo. No entanto o pequeno Eros, deus do amor, aproveitava brincar com pouco zelo e irregularmente com o Caduceu, na apaixonada espera de atingir com as suas flechas os dois jovens noivos que enfim todos esperavam, o mundo celebrava o banquete nupcial de Tétis e Peleu.

      Tétis, ou Tétide, era a mais bela das cinquenta ninfas filhas de Nereu, antigo deus dos abismos marinhos. A sua juventude e os seus modos fascinantes tinham feito perder a cabeça mesmo ao pai dos deuses, deus do céu e da terra, Zeus, que, não obstante estivesse já casado com a sua irmã Era, deusa da abundância, era normal entregar-se em desleais aventuras com as mais lindas mocinhas do mundo.

      Acontecera que próprio quando Zeus, sob falsos espólios, estava prestes para unir-se com Tétis, chegou inesperadamente o tempestivo Hermes, levando ao seu pai uma urgente missiva: o Titã Prometeu, há anos preso por Zeus num penhasco do Cáucaso por ter roubado o fogo divino e tê-lo oferecido aos homens, estava por referir algo que se tivesse sido ignorado teria feito perder ao deus supremo o trono e a supremacia no Olimpo.

      Assim, o divino sedutor precipitou-se como uma flecha de Prometeu e a estes prometeu de pôr fim ao cativeiro e ao atroz suplício ao qual lhe tinha condenado se este último lhe tivesse desvendado imediatamente o que atentava ao seu trono e incomodava desde sempre os seus sonos. E enquanto fazia solene juramento, deixou voar uma enorme águia, majestosa, impressionante, a qual lançou-se com as suas garras contra um abutre que no entanto chegava inesperadamente de Oriente. Aquele tétrico abutre devorava a fígado do pobre Prometeu durante o dia, abandonando a sua vítima nas horas nocturnas, durante as quais o órgão abdominal, por vontade divina, fatalmente e cruelmente se recompunha, pronto para ser devorado no dia seguinte. Era aquele o infinito suplício escolhido pelo pai dos deuses.

      Só depois que o bico da ave de rapina estatelou-se no chão e que a águia voltou aos pés do seu senhor, Prometeu ergueu a cabeça esgotado e enquanto um chuvisco ligeiro molhava os seus lábios áridos, aceitou o compromisso ditado pelo seu carrasco, revelando que se Zeus tivesse concebido um filho com Tétis, estes teriam feito ao seu pai o que o seu pai tinha feito ao seu avô.

      À tal, advertência, o pai dos dois apavorou-se, o céu trovejou, um raio rasgou a terra e as águas transbordantes do Ponto recordaram a Zeus a hedionda modalidade com a qual na noite dos tempos tinha matado o seu pai Cromo destituindo do trono dos tronos.

      Prometeu foi logo libertado e Zeus renunciou para sempre à Tétis sentenciando que nenhum ser da natureza divina poderia por acaso unir-se à filha de Nereu, a qual viria a ser esposa de um humilde mortal, o mais forte dos príncipes naquela altura vivos em Peleu, filho de Eac, rei de Tessália, aquele que depois de mil peripécias tinha conseguido efectuar a proeza do tosão de ouro em seguimento de Jasão e dos outros 54 argonautas, aquele que tinha sido formado pelo Centauro Chitone, aquele que nem que mortal poderia combater como um deus, aquele que devotíssimo a Zeus teria vigiado dia e noite à futura esposa a custo da sua própria vida.

      Eis porque, não obstante a heterogénea natureza dos noivos, as núpcias que se estavam a preparar eram abençoadas pelos homens como pelos deuses, eis porque as testemunhas das núpcias eram Era e Zeus em pessoa e eis porque deuses e numes de toda a parte da terra, do mar e do céu acorriam para o monte Pelio para festejar o clamoroso evento.

      Finalmente, escoltados pela carroça dourada de Apolo, chegaram os dois noivos e entre mil festejos ocuparam os seus lugares no centro da mesa posta com as suas saborosas guloseimas da terra; logo ao lado deles sentavam as divinas testemunhas e depois Poseidon, deus do mar, Ade, deus dos infernos, a sua mulher Perséfone, deusa da exuberância primaveril e do verão, e Apolo, deus do sol e das artes, e Ares, deus da guerra, e Atena, deusa da sabedoria e da fortaleza, e Afrodite, deusa da beleza, Artemísia, deusa da caça, e ainda Hermes, Demetria, deusa das mensageiras e da fecundidade da terra, Hefesto, deus do fogo e da operacionalidade, Temes, deusa da justiça, Irene, deusa da paz, Éolo, deus dos ventos, Dionísio, deus do vinho e do jogo, etc. etc., até todos os reinantes e notáveis da terra.

      Tudo estava organizado nos mínimos detalhes, tudo estava perfeito, ou melhor divino, a felicidade era notoriamente legível nos olhos de todos os convidados e o amor naquele dos noivos, ainda antes que Eros esticasse o seu arco e lançasse sobre eles as flechas fatais.

       Um cheiro de néctar e ambrósia inebriava e espalhava-se no ar todas as vezes que os dois copeiros, Ganímedes, filho do rei Troo, e Ebe, deusa da juventude, serviam de cada vez todos os convidados.

      Apolo, aconselhado pelo seu pai, chamou junto de si as Musas (Clio, Euterpe, Talia, Melpómene, Terpsícore, Erato, Polímnia, Calíope e Urânia), mais as três deusas (Aglaia, Eufrosina e a outra Talia) e começou, acompanhando-se com a cetra (escudo), a cantar as gestas de Peleu.

      O som daquele instrumento divino encantou todos os presentes e ressoou em toda a terra até que chegou aos ouvidos também dos surdos e da feiíssima Eris, deusa da discórdia, o único nume a não ter sido convidado ao banquete. No dia anterior ela tinha tentado introduzir-se