Название | O italiano implacável |
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Автор произведения | Miranda Lee |
Жанр | Языкознание |
Серия | MINISERIE SABRINA |
Издательство | Языкознание |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788413489926 |
Por tudo isso, Alex e Jeremy não se tinham incomodado com a terceira regra, que os sócios do Clube de Solteiros não podiam casar-se antes dos trinta e cinco anos, algo que ainda parecia muito longínquo.
Mesmo assim, Sergio sempre soubera que acabaria por se casar, apesar de toda a amargura causada pelo segundo casamento do pai e o divórcio posterior. Ao fim e ao cabo, era italiano e a família era importante para ele, mas mantivera a ideia afastada enquanto trabalhava obsessivamente para conseguir o objetivo principal do Clube dos Solteiros: Ser multimilionário antes dos trinta e cinco anos.
Algo que, finalmente, conseguira naquele dia.
Outra onda de melancolia apoderou-se dele ao ter de aceitar que esse dia também assinalava o fim, para efeitos práticos, do clube. Naturalmente, os três continuariam a ser amigos, mas à distância. Em breve, voltaria para Milão para tomar conta da empresa familiar, que decaíra gravemente nesse ano, desde a morte do pai. Alex voltava no dia seguinte para a Austrália para ampliar a empresa imobiliária já próspera. E Jeremy ficaria em Londres, onde compraria uma empresa. Certamente, de publicidade.
Sabia que, naquela noite, quando contasse a Jeremy e Alex que tencionava casar-se, eles também compreenderiam que o Clube dos Solteiros tinha os dias contados. No entanto, a vida era assim, não era? Nada continuava igual e as mudanças eram inevitáveis.
Saiu da casa de banho com firmeza positiva e decidiu que pensaria no casamento como noutro objetivo.
Então, que tipo de esposa queria? Sergio questionou-se enquanto entrava no closet imenso que era a inveja de Jeremy. Passou ao lado de todos os fatos italianos impressionantes que tinha, escolheu umas calças pretas feitas à medida e vestiu-as.
Teria de ser uma mulher relativamente jovem, visto que queria ter mais do que um filho. Não podia passar dos vinte e tal anos. Também teria de ser fisicamente atraente, decidiu, enquanto vestia uma camisa branca. Não se imaginava a casar-se com uma rapariga anódina, embora também não pudesse ser impressionante. As mulheres impressionantes davam problemas aos homens.
Estava a abotoar a camisa quando o telemóvel tocou. Franziu o sobrolho e voltou ao quarto para ir buscar o telemóvel à cama, onde o deixara. Muito poucas pessoas tinham o seu número privado. Alex, Jeremy e, naturalmente, Cynthia. Mudava o número todos os anos e gostava da privacidade que isso lhe dava. Devia ser Jeremy ou Alex para lhe dizer que iam atrasar-se, como de costume. Não podia ser Cynthia porque tinham acabado há um mês e ela já sabia que não iam reconciliar-se.
Arqueou as sobrancelhas quando pegou no telemóvel e viu que era uma chamada anónima. Fez uma careta devido à possibilidade de terem pirateado o seu número privado. Já acontecera algumas vezes.
– Quem é? – perguntou, com raiva.
Fez-se um silêncio breve antes de ouvir a voz hesitante de uma mulher.
– Sou… Sou a Bella…
O choque foi tal que o deixou com falta de ar e sem voz.
– Sergio… – continuou ela. – És tu, não és?
– Sim, Bella, sou eu.
Sergio maravilhou-se por ter conseguido parecer normal, porque não se sentia assim. O coração acelerava e parara de pensar de forma coerente. Era Bella, a incrivelmente bonita Bella, que fora como uma irmã e torturadora.
– Disseste que… se alguma vez precisasse da tua ajuda… podia ligar-te. Deste-me o teu número no funeral do teu pai… Não te lembras?
– Lembro-me – reconheceu ele.
– Vou ter de te ligar depois – replicou ela, antes de desligar a chamada.
Sergio praguejou, olhou fixamente para o telemóvel e agarrou-o com força para dominar a vontade de o atirar contra a parede.
Passeou pelo quarto enquanto se questionava em que confusão se teria metido, embora não devesse importar. Ela, evidentemente, não voltara a lembrar-se dele desde que os pais se tinham divorciado, e fora há onze anos! No ano passado, quando aparecera no funeral do pai, fizera-o pelo pai, não por ele. Enfurecia-o estar à espera que voltasse a ligar-lhe quando devia ir para o restaurante. Reservara mesa para as oito e já estava quase na hora. Se tivesse o mínimo de sensatez, deixaria de pensar em Bella e ir-se-ia embora.
Riu-se enquanto escolhia os sapatos e as meias e começava a calçá-los. Quando conseguira parar de pensar em Bella?
Talvez tivesse conseguido esquecê-la se continuasse a ser uma mulher desconhecida que tinha uma vida tranquila na Austrália, mas o destino não o quisera assim. Bella, depois de ter ganhado um concurso exigente na televisão australiana, pouco antes de Dolores pedir o divórcio ao pai dele, transformara-se numa intérprete famosa de musicais e protagonizara espetáculos por todo o mundo, sobretudo, na Broadway e Londres. O seu rosto delicioso aparecera na televisão, nos autocarros, em cartazes publicitários… Ele dominara a vontade de ir vê-la no palco, pois sabia que, se a visse, reavivaria esse desejo que despertara nele há tanto tempo… e cuja lembrança ainda o embargava.
No entanto, o destino voltara a ser desconsiderado com ele quando, há três anos, Jeremy o levara a um baile de beneficência a que a família real assistia e em que, sem que ele soubesse, Bella fora uma das intérpretes convidadas. Vê-la a cantar e dançar fora uma verdadeira tortura.
No entanto, o pior ainda não chegara nessa noite e Jeremy comunicara-lhe, enquanto caía o pano de fundo, que recebera um convite para a festa posterior ao concerto que se celebrava no Hotel Soho. Podia ter-se recusado a acompanhá-lo, mas uma curiosidade perversa superara a sua primeira intenção, que fora embebedar-se até perder os sentidos no seu apartamento de Canary Wharf. Pelo contrário, fora à festa, onde Bella entrara de braço dado com o seu último acompanhante, um ator francês atraente de pouco talento e com fama de mulherengo. Tinham formado um casal deslumbrante. A beleza loira dela era o contraste perfeito com a beleza morena do francês. Bella usava um vestido de noite etéreo e branco e ele ia de preto… Observara-a de longe e desejara-a. Os ciúmes tinham-no corroído por dentro cada vez que o francês lhe tocava, que tinham sido muitas.
Já não se lembrava bem do que lhe dissera quando ela o vira finalmente, deixara essa sanguessuga e fora falar com ele. Não fora indelicado, não era o seu estilo porque o pai lhe inculcara a cortesia e as boas maneiras desde que era muito pequeno. De certeza que elogiara a sua atuação. No entanto, conseguia recordar a ereção delatora enquanto via a sua boca a mexer-se para dizer algo que não ouvira. Nunca sentira uma coisa dessas. A proximidade física despertara um desejo quase incontrolável nele.
Mesmo assim, controlara-o e falara com ela, até o acompanhante serviçal e possessivo se aproximar e a levar. Então, quando chegara a casa, sozinho e a salvo no quarto, dera rédea solta às suas emoções. Dera um murro na porta da casa de banho, partira dois dedos, tomara um duche frio e chorara como um bebé.
A mão demorara algumas semanas a sarar, tanto quanto ele demorara a criar distância com os seus sentimentos autodestrutivos por Bella. Falar com Alex e Jeremy ajudara, embora o conselho fosse o típico deles.
– Tens de ir para a cama com mais mulheres – declarara Alex.
– Além disso, o mais provável é que não seja grande coisa na cama –