Seduzindo A Sereia. Rebekah Lewis

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Название Seduzindo A Sereia
Автор произведения Rebekah Lewis
Жанр Исторические любовные романы
Серия
Издательство Исторические любовные романы
Год выпуска 0
isbn 9788835400707



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sendo acometido por delírios febris porque, enquanto ele aceitava que aquela mulher não era um anjo de verdade; ele sentia dor demais para estar no céu; e que não havia dúvidas de que ela estava nua, e que ela não podia ser humana. Ela era perfeita demais, linda demais e estava à vontade demais na água. Enquanto seu olhar ia mais pra baixo, e ele se xingava pela falta de controle cavalheiresco, ele parou de respirar. Ela era impossível. Ela não podia existir, a menos que ele estivesse enlouquecendo.

      – Você é uma…

      Ela olhou para baixo, para ela mesma. A parte inferior do corpo dela, em sua maioria, estava escondida pela água rasa, mas as escamas douradas da calda de peixe iam até o abdômen e paravam acima do umbigo, prosseguiam um pouco mais acima, nas laterais, para cobrir os quadris. Os mamilos nus eram da mesma cor das escamas e dos cabelos. Embora a luz fosse fraca, os olhos dela pareciam ser do mesmo tom. Com a pele levemente bronzeada, até mesmo sob a luz da lua, ela parecia ser feita de ouro. Ansiava tocá-la, mas fechou os dedos da mão que ainda tinha para reprimir o impulso. As histórias de sereia que ouviu no seu tempo no mar as pintaram como caçadoras perversas com um rosto lindo e motivações sanguinárias. Ele perderia a outra mão caso se atrevesse?

      A sereia parou de olhar para ele e encarou a água.

      – Sou uma decepção para os seus olhos assim como sou para os da minha gente?

      O quê? Como uma mulher tão linda podia acreditar que era outra coisa?

      – Não estou entendendo. – A declaração dele era verdadeira em vários níveis. A existência dela, o que tinha acontecido a ele e a crença dela de que sua aparência deixava a desejar.

      Ela suspirou e olhou para o toco no seu pulso esquerdo. Ele quase quis voltar a enfiá-lo na água salgada para que ela não visse aquela imperfeição. Se alguém era decepcionante aos olhos, aquela honra pertencia a ele. Seria considerado um inválido quando voltasse a Londres. Havia coisas piores também, mas o nome da sua família estaria nas páginas de fofoca por meses. Algo que não faria nenhum bem para a sua irmã durante a primeira temporada dela.

      – Preciso levá-lo para longe da praia – ela voltou a falar, interrompendo seus pensamentos errantes. – Se você permitir que eu volte a tocá-lo. – Quando ela olhou para ele, não havia pena ali. Ele ficou grato por isso.

      Ele abriu a boca e a fechou algumas vezes enquanto lutava para encontrar palavras para responder tal declaração.

      – Por que eu não permitiria que você me tocasse? – quando ele começou a sacudir a cabeça e a ficar ainda mais consciente da dor no braço e nas costelas, pensar nas mãos dela no seu corpo lhe trouxe conforto. Poderia o toque dela causar um alívio temporário? Ele ansiava descobrir.

      – Um momento atrás você se encolheu e saiu do meu alcance quando percebeu que o que eu sou não é algo que lhe agrada.

      – Agrada… o quê? Você é a mulher mais linda que eu já vi. Se eu me afastei foi porque eu não podia vê-la da posição em que estava e eu precisava vê-la, desesperadamente. – Ao que parecia, mulheres da terra e do mar exigiam garantias e palavras bonitas. Não foi um feito difícil, mas engraçado ainda assim.

      – Oh. – Ela afastou o olhar e, tímida, brincou com um cacho do próprio cabelo. O fato de ele não poder dizer se ela estava corando ou não o fez amaldiçoar a falta de luz do sol. Ela brilharia e reluziria sob a luz do dia? As escamas eram ásperas ou suaves ao toque? Ele se afastou quando percebeu que estava se inclinando para ela. Maldição, ele seria consumido por ela como uma mosca sem nenhuma noção dos perigos inerentes de voar perto demais de uma chama. Talvez houvesse uma razão para as ninfas serem retratadas frequentemente como sereias. Quem precisaria de música quando tinha uma aparência dessas?

      – Qual é o seu nome? – Ele nunca tinha acreditado que sereias existiam fora das superstições bobas de sua tripulação, e agora que tinha uma na sua frente, ele não sabia bem o que dizer para ela. Os cabelos dela tinham, felizmente, caído sobre os seios, o que ajudou a controlar o seu desejo de olhar para eles. Ela acabaria por fazer dele um libertino.

      – Ione. – Um belo sorriso iluminou o rosto dela e ela pegou a mão dele e a levou à bochecha dela. – Meu nome é Ione.

      A pele era macia e quente, apesar do leve frio da brisa do mar.

      – Obrigado por me salvar, Ione. Eu sou cap… James. Você pode me chamar de James. – Ele não se preocuparia com formalidades já que ela não era do seu mundo e não se preocuparia com o seu sobrenome ou com o significado daquela posição. – Infelizmente, acredito que eu esteja morrendo. Você não deveria testemunhar algo tão terrível. Ajude-me a sair da água e eu não irei atrasá-la mais – Ele não conseguia ver uma forma de sobreviver àquela noite. Se conseguisse voltar à mansão, com certeza sucumbiria à febre morreria por causa dos ferimentos ou por causa da infecção. Ninguém merecia testemunhar algo assim, principalmente se fosse algo que pudesse ser evitado.

      O sorriso de Ione desapareceu, e então, com um erguer determinado do queixo, ela soltou a mão dele e o segurou por baixo dos braços. O corpo dela brilhou por um instante antes de as escamas desaparecerem e darem lugar a pernas humanas. Vagamente, enquanto ela se movia e o cabelo fazia o mesmo, ele notou que os mamilos dela tinham escurecido para um tom rosado normal quando aquilo aconteceu. Intrigante. Ele fechou os olhos enquanto ela se levantava para que não fosse pego encarando o ápice das coxas dela. Mas era tarde demais. Não havia pelos e não tinha nada escondido do seu olhar. O sangue que ele não tinha perdido correu para a virilha.

      Ele abriu os olhos enquanto Ione o arrastava pela praia e caía ao lado dele, imperturbada com a própria nudez.

      – Você não vai morrer, James. Não enquanto eu estiver aqui.

      Voltando a fechar os olhos, tentou controlar aquela parte sua antes que ela notasse, ele sacudiu a cabeça e a apontou para o mar do Norte.

      – Você não pode controlar a natureza. – Seu único arrependimento com a morte seria falhar com a irmã. Underwood, aquele diabo vil, sem dúvida nenhuma iria feri-la. James desejava poder sobreviver o bastante para mandar avisar no porto que seu navio estava sendo roubado.

      Underwood falsificaria a sua assinatura e agiria como se tudo estivesse bem, aquele pulha. Independentemente de ele ter sido ou não superado pelo molecote, ele não queria que o fedelho conseguisse o que queria. Underwood precisava aprender a ter respeito e, evidentemente, algo que as pessoas civilizadas chamavam de moralidade.

      – Você tem certeza? – Ione disse tão baixinho que James quase não conseguiu ouvir. Então ela se virou para ele e agarrou sua blusa molhada. Gostou de sentir as mãos dela em seu corpo, mesmo que apenas pelo conforto e não mais por razões libidinosas. – Se eu fosse humana como você, o que você faria?

      Ele sentiu as sobrancelhas se erguerem e engoliu a resposta óbvia, mas apesar de seu tempo como contrabandista, ele tinha sido criado como um cavalheiro.

      – Perdoe a minha confusão… Você está perguntando sobre o que eu estaria fazendo nesse minuto se eu não estivesse morrendo, ou sugerindo que gostaria de ouvir sobre como eu a cortejaria? – Ele trincou os dentes quando sentiu outra onda de dor e se deitou na areia.

      – Você não vai morrer – Ione declarou como se ela tivesse certeza absoluta do fato. – Fale-me sobre este… cortejo? – Ele voltou a olhar para ela, e a pele entre as sobrancelhas dela estava enrugada como se estivesse perplexa com a ideia. Era adorável.

      Ele desejava ter a mesma confiança dela no que dizia respeito à sua longevidade.

      – Seria uma dificuldade já que você não tem família ou casa em terra para que isso fosse feito de forma apropriada. Pelas regras do meu povo, nós dois sozinhos, neste momento, implica que tenhamos feito coisas que não deveríamos. – Ele não queria assustá-la com a conversa de ela ter sido arruinada, então se esquivou o melhor que pôde do assunto. – Você não poderia morar comigo a menos que estivéssemos casados. Eu teria que conseguir uma licença especial e escondê-la na propriedade do meu pai para evitar um escândalo até que estivéssemos casados.

      Uma