Название | Vizinho Silencioso |
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Автор произведения | Блейк Пирс |
Жанр | Зарубежные детективы |
Серия | |
Издательство | Зарубежные детективы |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781094303864 |
PRÓLOGO
Rosa destrancou a porta da casa de dois andares, pensando em como era estranho pessoas contratarem outras pessoas para limpar suas casas, dando a elas acesso irrestrito a todos os quartos e possíveis segredos de suas vidas. Rosa já vinha limpando casas em Falls Church, Virginia, há seis anos, e já tinha visto algumas coisas inesperadas. Aquilo a demonstrara como as pessoas pouco faziam para esconder suas indiscrições e segredos.
Mas ela não achava que encontraria, acidentalmente, itens escandalosos ou segredos obscuros na casa daquele casal. Eles eram seus mais novos clientes, os sétimos da lista, e estavam a ajudando a alcançar sua meta de ganhar quatro mil dólares por mês apenas limpando casas. Nada mal para uma mulher que outrora mal conseguia pagar seu aluguel de trezentos e cinquenta dólares limpando mesas em restaurantes.
Não, esse casal, os Fairchild, parecia tranquilo e sem dramas. Duas pessoas casadas, porém possivelmente envolvidas demais com seus trabalhos. O marido trabalhava no mercado financeiro e viajava ao menos uma vez por mês para reuniões em Nova York e Boston. A esposa, uma mulher elegante de cerca de cinquenta anos, não parecia fazer muita coisa. Ela era uma espécie de influencer nas mídias sociais—fosse lá o que isso significasse. Mas eles eram bacanas, ricos, e vinham sendo incrivelmente queridos e amigáveis com Rosa... algo que muitos de seus clientes não eram.
Ela entrou no grande hall e olhou em volta da sala espaçosa e da cozinha anexa, separadas apenas por um bar. A casa era, na opinião de Rosa, muito grande para um casal sem filhos—um casal em que o marido não estava em casa por uma semana ou mais todos os meses.
Olhando em volta, Rosa percebeu que aquela seria uma daquelas semanas onde ela sentia que não estava fazendo por merecer seu salário. Os Fairchild eram muito higiênicos e deixavam a casa sempre limpa. Rosa esfregava, passava pano e limpava janelas, mas a casa sempre parecia limpa.
Ela foi até a lavanderia e ao mudroom anexo, onde encheu a pia de água, derramando um pouco de Pinho Sol de lavanda. Pensou em limpar o chão da cozinha, que parecia ser o cômodo mais usado da casa. O plano seria: enquanto esperasse o piso secar, ela passaria o aspirador nos quartos do segundo andar, já que todos tinham carpete. Rosa odiava sentir que estava ganhando dinheiro fácil de um casal tão bacana, mas sabia que se passasse pelas principais áreas da casa, os Fairchild considerariam o trabalho bem feito. Além disso, não era culpa dela que a casa estivesse tão limpa.
Enquanto esperava para que a pia enchesse até a metade, Rosa caminhou até a cozinha e depois até a escada. O aspirador estava no closet, no andar de cima, onde a casa tinha carpete. Lembrou que talvez o aparelho precisasse de um novo filtro e queria confirmar isso agora, antes que começasse a passar pano e esquecesse.
Encontrou o aspirador no lugar de sempre e checou o filtro, percebendo que ainda poderia utilizá-lo mais algumas vezes antes da troca. Ao tirar o aspirador, decidiu passá-lo no quarto principal. Era um quarto gigante, com lareira, estante para livros e um banheiro anexo que era maior do que a sala de seu apartamento.
A porta estava aberta, então ela entrou sem bater. Geralmente, Rosa não sabia se a senhora Fairchild estava em casa ou não, mas sabia que precisava bater sempre que houvesse uma porta fechada naquela casa. Ela empurrou o aspirador, mas parou após o terceiro passo dentro do quarto.
A senhora Fairchild estava na cama, dormindo. Pareceu estranho, já que Rosa sabia que aquela mulher acordava cedo e corria quase todos os dias. Ela quase saiu do quarto, sem querer acordá-la. Mas então, percebeu duas coisas peculiares ao mesmo tempo.
Primeiro, a senhora Fairchild estava vestindo sua roupa de corrida. Segundo, ela estava deitada sob a roupa de cama, com a cama recém arrumada.
Rosa percebeu algo de errado e, ao invés de sair do quarto, como pretendera, deu um passo à frente, como se estivesse sendo empurrada por uma mão invisível.
- Senhora Fairchild? – chamou.
Não houve resposta. A senhora Fairchild nem sequer se mexeu.
Ligue para a polícia, Rosa pensou. Ligue para a emergência. Isso não é nada bom... ela não está só dormindo, você sabe.
Mas ela precisava ter certeza. Deu mais dois passos à frente até que pudesse ver o rosto da senhora Fairchild.
Os olhos dela estavam abertos, olhando na direção da janela—sem piscar. Sua boca estava parcialmente aberta. Uma piscina de sangue, relativamente fresca, pintava o lençol sob sua cabeça. Uma marca grotesca podia facilmente ser vista em seu pescoço.
Rosa sentiu um grito subindo em sua garganta. Seus joelhos se amoleceram, mas ela conseguiu dar alguns passos para trás. Ao colidir com o aspirador, gritou de susto.
Foi preciso um esforço considerável para que Rosa conseguisse desviar seu olhar da senhora Fairchild, mas quando o fez, rapidamente correu para fora do quarto. Foi até ao bar da cozinha, onde havia deixado seu telefone, e ligou para a emergência. Ao ser atendida, Rosa estava tão horrorizada pelo que tinha visto que nem sequer percebeu a pia da lavanderia transbordando, enchendo o chão da casa de água.
CAPÍTULO UM
Chloe já tinha ouvido muitas histórias sobre a importância de manter uma divisão clara entre sua vida pessoal e sua carreira. Enquanto agente federal, as coisas geralmente se complicavam muito quando esses dois mundos colidiam. Mas, sinceramente, ela vinha vivendo em uma constante colisão entre os dois mundos desde sua formatura na academia—graças aos jogos mentais de perseguição de seu pai.
Ela sabia que tinha passado muito tempo pensando em seu pai e no que ele teria ou não teria feito para sua mãe quase dezoito anos antes. Graças a Danielle, que lhe mostrou o diário de sua mãe, Chloe vinha passando as últimas semanas totalmente confusa. Agora, ela tinha certeza de que seu pai havia matado sua mãe todos aqueles anos antes. Ela havia dado a ele todos os benefícios da dúvida até então—chegando a colocar a culpa pelo assassinato de sua mãe