Название | Heroína, Traidora, Filha |
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Автор произведения | Морган Райс |
Жанр | Героическая фантастика |
Серия | De Coroas e Glória |
Издательство | Героическая фантастика |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781640293564 |
Ceres viu-a então, algures à sua frente, ainda envolta numa névoa. Correu atrás dela, e viu-a a virar-se, mas parecia que ela não estava a conseguir alcançá-la suficientemente rápido.
Naquele momento, havia um espaço entre elas. Ceres saltou, estendendo a mão. Ela viu a sua mãe estender-lhe a mão, e, durante um momento, Ceres pensou que Lycine iria apanhá-la. Os dedos delas roçaram, e, depois, Ceres caiu.
Ela caiu no meio de uma batalha, com figuras agitando-se sobre ela. Os mortos estavam ali, e as suas mortes, aparentemente, não os impediam de combater. Lorde Oeste lutava ao lado de Anka, Rexus ao lado de uma centena de homens que Ceres havia matado em tantas lutas diferentes. Eles estavam todos em torno de Ceres, lutando entre si, lutando contra o mundo...
O Último Suspiro estava lá à sua frente, o antigo lorde de combate tão sombrio e aterrorizante como nunca. Ceres deu por si a saltar sobre o bastão de lâmina que ele empunhava, estendendo a mão para transformá-lo em pedra como ela havia feito antes.
Nada aconteceu daquela vez. O Último Suspiro atirou-a para o chão, ficando de pé sobre ela triunfo, e agora ele era Stephania, a segurar uma garrafa em vez de um bastão, com o fumo ainda acre nas narinas de Ceres.
Então ela acordou. A realidade não era melhor do que o seu sonho.
Ceres acordou a sentir a pedra dura. Por um momento, ela pensou que talvez Stephania a tivesse deixado no chão do seu quarto, ou pior, que ela ainda pudesse estar de pé sobre si. Ceres girou, tentando levantar-se e continuar a luta, apenas para perceber que não havia espaço para o fazer.
Ceres teve de se esforçar para respirar lentamente, lutando contra o pânico que ameaçava engoli-la quando ela viu paredes de pedra por todos os lados. Foi só quando ela olhou para cima e viu uma grade de metal em cima dela que ela percebeu que estava num poço e não enterrada viva.
O poço mal tinha largura suficientemente para ela se sentar. Seguramente não havia nenhuma maneira de ela se conseguir deitar ao comprido. Ceres estendeu a mão para cima, testando as barras da grade acima de si, fazendo força para dobrá-las ou parti-las.
Nada aconteceu.
Naquele momento, Ceres sentiu o pânico a crescer. Ela tentou alcançar o poder novamente, sendo gentil com ele, recordando como a sua mãe a tinha corrigido após Ceres ter esgotado os seus poderes a tentar conquistar a cidade.
Ela sentia-se da mesma forma, em alguns aspectos, e, no entanto, tão diferente em tantos outros. Antes, tinha sido como se os canais ao longo dos quais o poder fluía tivessem sido queimados até doerem demasiado para serem usados, deixando Ceres oca.
Agora, parecia que ela era simplesmente normal, apesar de isso não ser nada em comparação com o que ela tinha sido há pouco tempo. Não havia dúvida do que tinha provocado isso: Stephania e o seu veneno. Em algum lugar, de alguma forma, ela tinha encontrado um método para retirar de Ceres as forças que o seu sangue de Ancião lhe dava.
Ceres conseguia sentir a diferença entre aquilo e o que tinha acontecido antes. Tal tinha sido como a cegueira do clarão: muito em pouco tempo, desaparecendo lentamente com o cuidado certo. Aquilo era mais como ter os olhos arrancados pelos corvos.
Ainda assim, ela estendeu a mão para as barras novamente, na esperança de estar errada. Ela esforçou-se, colocando toda a força que conseguiu reunir na tentativa de as mover. Elas não cederam nem um pouco, mesmo quando Ceres as puxou com tanta força que as palmas das suas mãos sangraram contra o metal.
Ela gritou de susto quando alguém atirou água para dentro do poço, deixando-a encharcada e encolhida contra a pedra da parede. Quando Stephania se mostrou, de pé sobre a grelha, Ceres tentou encará-la em desafio, mas, naquele momento, ela ficou com muito frio, molhada e fraca para fazer o que quer que fosse.
“Afinal, o veneno resultou”, disse Stephania sem preâmbulos. “Bem, deveria. Eu paguei o suficiente para isso.”
Naquele momento, Ceres viu-a tocar na sua barriga, mas Stephania continuou antes que Ceres conseguisse perguntar o que queria.
“Qual é a sensação de te terem tirado a única coisa que te tornava especial?”, perguntou Stephania.
Como ter sido capaz de voar, mas agora mal conseguindo rastejar. Mas Ceres não ia lhe dar essa satisfação.
“Não estivemos já aqui, Stephania?”, perguntou ela. “Tu sabes como termina. Comigo a escapar e a dar-te o que mereces.”
Stephania despejou outro balde de água sobre ela e Ceres saltou para as barras. Ela ouviu Stephania a rir-se ao fazê-lo e isso fez com que Ceres ficasse cheia de raiva. Ela não se importava de não ter poderes naquele momento. Ela ainda tinha o treino de um lorde de combate, e ela ainda tinha tudo o que tinha aprendido com o Povo da Floresta. Ela iria estrangular Stephania com as suas mãos se fosse necessário.
“Olha para ti. Olha para o animal que és", disse Stephania.
Isso foi o suficiente para retardar um pouco Ceres, quando mais não fosse porque ela não iria deixar que ela fosse qualquer coisa que Stephania quisesse que ela fosse.
“Dever-me-ias ter matado quando tiveste oportunidade,” disse Ceres.
“Eu queria fazê-lo”, respondeu Stephania, “mas os acontecimentos nem sempre nos dão o que queremos. Basta ver como as coisas têm corrido entre ti e Thanos. Ou entre mim e Thanos. Afinal, sou eu que, na verdade, estou casada com ele, não é?”
Ceres teve de colocar as mãos contra a pedra das paredes para evitar pular para Stephania outra vez.
“Eu teria cortado a tua garganta se não tivesse ouvido as cornetas de guerra”, disse Stephania. “E então ocorreu-me que, reconquistar o castelo, seria uma coisa fácil de fazer. E então fi-lo.”
Ceres abanou a cabeça. Ela não conseguia acreditar naquilo.
“Eu libertei o castelo.”
Ela tinha feito mais do que isso. Ela tinha-o enchido com rebeldes. Ela tinha levado as pessoas que eram leais ao Império e tinha-as aprisionado. Aos outros, ela tinha dado oportunidades, ela...
“Ah, estás a começar a vê-lo agora, não é?”, perguntou Stephania. “Todas aquelas pessoas que foram tão rápidas a agradecer-te pela sua liberdade, viraram-se para mim com a mesma rapidez. Vou ter de vigiá-las.”
“Vais ter de vigiar mais do que isso”, retrucou Ceres. “Achas que os combatentes da rebelião vão deixar que te sentes aqui a fazer de rainha? Achas que os lordes de combate o farão?”
“Ah”, disse Stephania, com uma demonstração exagerada de constrangimento que fez Ceres temer o que estava por vir. “Receio ter algumas más notícias sobre os teus lordes de combate. Acontece que o melhor dos lutadores ainda morre quando tu lhe coloca uma flecha no seu coração.”
Ela disse-o tão casualmente, então sarcasticamente. Porém, mesmo se fosse meia verdade foi o suficiente para destroçar o coração de Ceres. Ela tinha lutado ao lado dos lordes de combate. Ela tinha treinado ao lado deles. Eles tinham sido seus amigos e seus aliados.
“Tu gostas de ser cruel”, disse Ceres.
Para sua surpresa, ela viu Stephania abanar a cabeça.
“Deixa-me adivinhar. Achas que eu não sou melhor do que aquele idiota, Lucious? Um homem que não se conseguia divertir no mínimo a menos que alguém estivesse a gritar? Achas que eu sou assim?”
Parecia uma descrição bastante precisa do que Ceres achava. Especialmente tendo em conta tudo o que provavelmente aconteceria a seguir.
“Não és?”, quis saber Ceres. “Oh, eu sinto muito, e lá estava eu a pensar que tu me ias colocar num poço de pedra, à espera de morrer.”
“À espera da tortura, na verdade”, disse Stephania. “Mas isso é apenas a tua opinião. Tu mereces