Название | Uma Justa de Cavaleiros |
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Автор произведения | Морган Райс |
Жанр | Героическая фантастика |
Серия | Anel Do Feiticeiro |
Издательство | Героическая фантастика |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781632916709 |
"Não se preocupe," diz uma voz doce.
Thor se vira e vê Angel puxando um pedaço de sua camisa.
"Tudo vai ficar bem," ela completa com um sorriso.
Thor sorri para ela, colocando a mão sobre sua cabeça, tranquilizado pela presença dela como sempre. Ele havia aprendido a amar Angel como sua própria filha, a filha que ele nunca havia tido. A presença dela o conforta.
"E se tudo não ficar bem," ela continua com um sorriso nos lábios, "Eu darei um jeito!"
Ela ergue o pequeno arco que O'Connor havia feito para ela com orgulho e mostra para Thor suas habilidades com a arma. Thor sorri, divertindo-se, quando ela ergue o arco na altura de seu peito, prepara uma pequena flecha com as mãos trêmulas e começa a puxar a corda. Ela atira e sua pequena flecha de madeira atravessa o ar, incerta, caindo dentro do mar.
"Eu matei um peixe?" ela pergunta com excitação, correndo alegremente até a grade lateral do navio para olhar dentro da água.
Thor fica ali parado, observando a espuma do mar, e não tem tanta certeza disso. Mesmo assim, ele sorri.
"Tenho certeza que sim," ele responde de maneira encorajadora. "Talvez até mesmo um tubarão."
Thor ouve um guincho distante e imediatamente levanta a sua guarda. Todo o seu corpo fica paralisado ao mesmo tempo em que ele segura o punho de sua espada e observa o oceano, estudando o horizonte.
As grandes nuvens escuras se partem e, naquele exato instante, o horizonte é revelado, partindo o coração de Thor: na distância, nuvens de fumaça escura preenchem o céu. Quando mais nuvens se partem, Thor pode ver que a fumaça está vindo de uma ilha distante – não uma ilha qualquer, mas uma ilha com penhascos íngremes que se erguem na direção do céu, culminando em um imenso platô. Aquela é uma ilha inconfundível.
A Ilha da Luz.
Thor é invadido por uma dor intensa ao ver o céu repleto de criaturas malignas, parecidas com gárgulas, sobrevoando o que resta da ilha como abutres e preenchendo o ar com seus guinchos. Há um exército daquelas criaturas e, abaixo delas, toda a ilha está em chamas. Nenhum canto da ilha havia sido poupado.
"MAIS RÁPIDO!" Thor ordena, gritando contra o vento ao mesmo tempo em que sabe que aquilo é inútil. Aquela é maior sensação de desamparo que ele já havia sentindo em toda a sua vida.
Mas não há nada que ele possa fazer. Ele observa as chamas, a fumaça e os monstros, ouve Lycoples guinchando acima deles e sabe que é tarde demais. Nada poderia ter sobrevivido àquilo. Todas as pessoas daquela ilha, Ragon, Guwayne e todos os outros, certamente estão mortos.
"NÃO!" grita Thorgrin, amaldiçoando todos os deuses enquanto avança, tarde demais, na direção da ilha da morte.
CAPÍTULO DOIS
Sozinha no castelo de sua mãe, de volta no Anel, Gwendolyn observa os seus arredores e percebe que há algo de errado. O castelo está abandonado, todos os móveis e objetos tinham sido levados, as janelas removidas, todos os belíssimos vitrais que um dia haviam decorado o lugar levados para sempre, deixando apenas aberturas nas paredes de pedra por onde passa a suave luz do sol. Poeira paira no ar e o castelo parece estar desabitado há milhares de anos.
Gwen observa a paisagem do Anel, um lugar que ela havia conhecido e amado com todo o seu coração, agora vazio, distorcido e grotesco. Como se nada de bom tivesse restado no mundo.
"Minha filha," diz uma voz.
Gwendolyn se vira e fica chocada ao ver sua mãe parada ali, olhando para ela com uma expressão severa e doentia, em nada parecida com a mãe que ela havia conhecido e da qual se recorda. Aquela é a figura que ela se lembra de ter visto no leito de morte de sua mãe, uma pessoa que parece ter envelhecido demais em uma única vida.
Gwen sente um nó na garganta e percebe que apesar de tudo o que havia acontecido entre elas, ela ainda sente falta de sua mãe. Ela não sabe se sente falta da mãe ou de ver a sua família, algo familiar, e o Anel. Ela daria qualquer coisa para estar de volta em casa, para ter as coisas como antigamente.
"Mãe," responde Gwen, quase sem conseguir acreditar no que está vendo diante de si.
Gwen estica os braços e, ao fazer isso, de repente se vê em outro lugar, diante de um precipício em pé em uma ilha que tinha acabado de ser incendiada. O forte cheiro de fumaça e enxofre perdura no ar, queimando suas narinas. Ela observa seus arredores e, quando as cinzas são levadas pelo vento, vê um pequeno berço feito de ouro, o único objeto naquele lugar repleto de brasas e cinzas.
Ao dar um passo adiante, o coração de Gwen bate acelerado de ansiedade para saber se seu filho está ali e se está tudo bem com ele. Uma parte dela está exultante em se aproximar para segurá-lo em seus braços e nunca mais se afastar dele. Mas outra parte dela teme que ele possa não estar ali ou, ainda pior, que esteja morto.
Gwen se apressa e, abaixando-se, olha dentro do berço e tem seu coração partido ao perceber que ele está vazio.
“GUWAYNE!” Ela grita em desespero.
Gwen ouve um guincho tão alto quanto o seu no céu acima dela e, ao olhar para cima, vê um exército de criaturas negras, parecidas com gárgulas, voando para longe. Seu coração se parte ao ver um bebê pendurado nas garras da última criatura, chorando. Ele está sendo levado na direção de uma escuridão melancólica, içado por um exército maligno.
"NÃO!" grita Gwendolyn.
Gwen acorda chorando. Ela se senta na cama, procurando Guwayne por toda parte, esticando os braços para salvá-lo e para segurá-lo junto ao peito.
Mas ele não está em parte alguma.
Gwendolyn continua sentada na cama, respirando com dificuldade e tentando descobrir onde ela está. A luz clara do amanhecer invade as janelas e Gwen precisa de alguns instantes para perceber onde se encontra: no Cume. No castelo do Rei.
Gwen sente algo nas palmas de suas mãos e, ao olhar para baixo, vê Krohn lambendo a sua mão e descansando a cabeça em seu colo. Ela acaricia a cabeça dele ao se sentar na beirada da cama, sem fôlego e lentamente organizando os seus pensamentos enquanto o seu pesadelo ainda povoa a sua mente.
Guwayne, ela pensa. O sonho havia parecido tão real. Ela sabe que aquilo tinha sido mais do que apenas um sonho – aquilo tinha sido uma premonição. Guwayne, onde quer que ele esteja, está em perigo. Ele está sendo raptado por alguma força maligna oculta. Ela pode sentir isso.
Gwendolyn fica em pé, sentindo-se agitada. Mais do que nunca, ela sente urgência em encontrar seu filho e seu marido. Não há nada que ela queira mais do que voltar a vê-lo e segurá-lo em seus braços. Mas ela sabe que isso é impossível.
Enxugando as lágrimas que escorrem pelo seu rosto, Gwen coloca seu roupão de seda, atravessa o chão frio de pedras de seu quarto e para diante da grande janela arqueada. Ela empurra o painel de vidro e, quando ela faz isso, deixa entrar a suave luz do amanhecer enquanto o dia amanhece lá fora, iluminando a paisagem com tons escarlate. A visão é de tirar o fôlego. Gwen olha para fora, apreciando o Cume, a impecável capital e os imensos campos, colinas e vinhedos que a cercam; aquele é o lugar mais abundante que ela já tinha visto. Além da capital, o azul do lago está iluminado pelo sol da manhã e, além dele, Gwen vê os picos do Cume cobertos de névoa, formando um círculo perfeito que protege o lugar. Aquele lugar parece inatingível.
Gwen pensa em Thorgrin e em Guwayne, perdidos em algum lugar além daqueles picos. Onde eles podem estar? Ela voltará a vê-los algum dia?
Gwen vai até a cisterna, lava o rosto e rapidamente se veste. Ela sabe que não encontrará Thorgrin e Guwayne sentada ali naquele quarto e, mais do que nunca, sente que é isso que ela deve fazer. Se há alguém que pode ajudá-la, essa pessoa é o Rei. Ele deve saber o que fazer.
Gwen recorda a conversa que tinha tido com ele ao caminharem pelo Cume para assistir a partida de Kendrick e se lembra dos segredos que ele havia revelado. Sua morte. A morte do Cume. Há mais segredos, mais informações que ele havia pretendido revelar-lhe,