Um Sonho de Mortais . Морган Райс

Читать онлайн.
Название Um Sonho de Mortais
Автор произведения Морган Райс
Жанр Героическая фантастика
Серия Anel Do Feiticeiro
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9781632915801



Скачать книгу

a respiração a mergulhar cada vez mais fundo, abrindo os olhos nas águas turvas e procurando por Thorgrin. Ela mal consegue vê-lo na escuridão, afundando cada vez mais, e começa a bater os pés com mais força, estendendo o braço para agarrá-lo pela manga de sua camisa.

      Ele é mais pesado do que ela havia pensado. Angel envolve os braços ao redor de Thor, se vira e começa a bater os pés furiosamente, usando toda a sua força para que eles parem de descer e comecem subir na direção da superfície. Angel não é grande e não é forte, mas ela tinha aprendido rapidamente que suas pernas possuem uma força que a parte superior de seu corpo não tem. Seus braços são enfraquecidos pela lepra, mas suas pernas lhe dão uma vantagem por serem mais fortes do que as pernas de um homem. Ela usa suas pernas, batendo os pés com todas as suas forças para nadar em direção à superfície. Se há uma coisa que ela tinha aprendido ao crescer em uma ilha, é a nadar.

      Angel abre caminho pelas águas, subindo cada vez mais alto em direção à superfície e, ao olhar para cima ela vê a luz solar atravessando as ondas acima dela.

      Vamos lá!  Ela pensa. Só mais alguns metros!

      Exausta e incapaz de segurar sua respiração por muito mais tempo, ela faz um esforço para bater as penas com mais força e, com um último pontapé, chega até a superfície.

      Angel irrompe com falta de ar e carrega Thor com ela, envolvendo seus braços em torno do corpo dele, usando as pernas para mantê-los à tona, dando pontapés e chutes para manter a cabeça acima da superfície. Ele ainda parece estar inconsciente e ela agora começa a se perguntar se ele havia se afogado.

      "Thorgrin!" Ela grita. "Acorde!"

      Angel o agarra por trás, coloca os braços ao redor de seu estômago e o puxa bruscamente em direção a ela, uma e outra vez, como ela tinha visto um de seus amigos leprosos fazer uma vez quando outro amigo havia se afogado. Ela faz a mesma coisa agora, pressionando seu diafragma com os braços trêmulos.

      "Por favor, Thorgrin," Ela implora. "Por favor, viva! Viva por mim!"

      Angel de repente ouve uma tosse seguida pelo barulho do vômito e fica exultante ao perceber que Thor havia despertado. Ele coloca para gora toda a água do mar que havia se acumulado em seus pulmões, tossindo sem parar. Angel é tomada pela sensação de alívio.

      Ainda melhor, Thor parece ter recuperado a consciência. Todo aquele calvário parece finalmente tê-lo desertado de seu sono profundo. Talvez, ela espera, ele esteja forte o suficiente para lutar contra aqueles homens e ajudá-los a escapar para algum lugar.

      Angel mal termina seu pensamento quando de repente ela sente uma corda pesada cair sobre a sua cabeça e envolver Thorgrin e ela completamente.

      Ela olha para cima e vê os assassinos em pé sobre eles na borda do navio, olhando para baixo, agarrando a outra ponta da corda e puxando-os como se eles fossem peixes. Angel resiste, debatendo-se, e espera que Thor faça o mesmo, mas ao mesmo tempo em que Thor tosse, seu corpo permanece flácido e ela percebe que ele claramente ainda não tem a força necessária para se defender.

      Angel sente que eles estão sendo lentamente içados pelo ar, subindo cada vez mais alto enquanto a água escorre pelos seus corpos à medida que os piratas os puxam para mais perto, de volta para o navio.

      "NÃO!" Ela grita, se debatendo enquanto tenta se libertar.

      Um dos assassinos estende um longo gancho de ferro, prendendo-o na rede, e os puxa na direção do convés.

      Eles balançam pelo ar, os cabos são cortados e Angel sente seu corpo caindo rapidamente na direção do convés, despencando uns bons três metros até aterrissar no navio. Angel machuca suas costelas com o impacto e ela se debate sob a rede, tentando se libertar, mas é inútil. Dentro de instantes vários piratas pulam em cima deles, prendendo-os e puxando-os para fora da rede. Angel sente várias mãos ásperas agarrando o seu corpo e percebe que seus pulsos estão sendo amarrados para trás com uma corda grossa enquanto ela é colocada em pé, completamente molhada. Ela não consegue se mexer.

      Angel lança um olhar preocupado na direção de Thorgrin e vê que ele também está sendo amarrado, ainda semiconsciente, mais dormindo do que acordado. Eles são rispidamente arrastados pelo convés e Angel tropeça à medida que eles avançam.

      "Isso vai ensiná-la a não tentar fugir de nós," retruca um pirata.

      Angel olha para cima, vê uma porta de madeira de acesso ao convés inferior sendo aberta e observa a escuridão do porão do navio. No instante seguinte, ela e Thor são jogados no porão pelos piratas.

      Angel sente seu corpo caindo ao despencar de cabeça na direção da escuridão. Ela bate a cabeça com força no chão de madeira e sente o peso do corpo de Thor em cima dela ao mesmo tempo em que os dois saem rolando pela escuridão.

      A porta de madeira para o deck é fechada, bloqueando toda a luz, e então trancada por uma corrente pesada, e ela fica lá, respirando com dificuldade na escuridão e se perguntando onde os piratas a tinham jogado.

      No outro lado, a luz solar de repente ilumina o porão e ela percebe que os piratas haviam aberto uma escotilha coberta por barras de ferro. Vários rostos surgem acima deles, observando-os com escárnio, e alguns deles cospem antes de se afastarem. Quando a escotilha é fechada, Angel ouve uma voz reconfortante na escuridão.

      "Está tudo bem. Vocês não estão sozinhos."

      Angel se assusta, surpresa e aliviada ao ouvir uma voz, e fica chocada e eufórica ao se virar e ver todos os seus amigos sentados na escuridão, todos com suas mãos amarradas para trás. Lá estão Reece e Selese, Elden e Indra, O'Connor e Matus, todos eles em cativeiro, mas vivos. Ela tinha tido certeza de que eles haviam morrido no mar e é inundada por uma sensação de alívio.

      No entanto, ela também tem um péssimo pressentimento: se todos aqueles grandes guerreiros tinham sido aprisionados, ela pensa, que chance eles têm de escapar vivos dali?

      CAPÍTULO TRÊS

      Erec fica sentado no deck de madeira de seu próprio navio, de costas para um poste e com as mãos amarradas atrás dele, e observa com consternação a visão diante dele. Os navios restantes de sua frota estão espalhados diante dele nas águas calmas do oceano, aprisionados no meio da noite e cercados pela frota de mil navios do Império. Todos estão ancorados no lugar, iluminados pelas duas luas cheias, seus navios arvorando as bandeiras de sua terra natal e os outros navios arvorando as bandeiras pretas e douradas do Império. Aquela é uma visão desalentadora. Ele tinha se rendido para poupar seus homens de uma morte certa e agora eles estão à mercê do Império, sendo tratados como prisioneiros comuns e sem nenhuma perspectiva de fuga.

      Erec pode ver os soldados do Império ocupando cada um de seus outros navios da mesma forma que haviam ocupado a sua embarcação, uma dúzia de soldados do Império montando guarda em cada navio ao mesmo tempo em que calmamente observam o oceano. Erec pode ver uma centena de homens no convés de cada um de seus navios, todos alinhados e com seus pulsos amarrados para trás. Em todos os navios os guardas do Império estão em menor número, mas é evidente que eles não estão muito preocupados com isso. Com todos os homens amarrados, os guardas do Império realmente não precisam de nenhum homem para vigiá-los, muito menos de uma dúzia deles. Os homens de Erec tinham se rendido e, com sua frota cercada, claramente não há lugar para onde eles irem.

      Ao observar a cena diante dele, Erec é atormentado pela culpa. Ele nunca tinha se rendido antes e, tendo sido obrigado a fazê-lo, é invadido por uma dor sem fim. Ele precisa se lembrar de que ele agora é um comandante, não um mero soldado, e tem responsabilidade sobre todos os seus homens. Em desvantagem numérica como eles haviam estado Erec não poderia ter permitido que todos fossem mortos. Eles claramente haviam caído em uma armadilha, graças a Krov, e lutar naquele momento teria sido inútil. Seu pai havia lhe ensinado que a primeira regra de um comandante é saber quando lutar e quando baixar suas armas e escolher lutar outro dia, de outra maneira. A bravata e o orgulho, ele havia dito, é o que leva à morte a maioria dos homens. Aquele tinha sido um bom conselho, mas um conselho difícil