Название | O Encontro Entre Dois Mundos |
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Автор произведения | Aldivan Teixeira Torres |
Жанр | Приключения: прочее |
Серия | |
Издательство | Приключения: прочее |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788873047841 |
Continuamos caminhando sobre pedras, poeira, barro e o sol escaldante. A cada passo, nos sentimos mais ansiosos, expectantes, mas também tranqüilos. Apesar da indefinição, continuamos seguindo em frente, seguindo as orientações do mestre, sem pestanejar. Era o que nos restava no momento.
Passa-se um pouco mais de tempo. Já estamos na parte da tarde, aproximadamente 14:00 Hs. Apertamos os passos, driblamos obstáculos, perigos e inquietações e já chegamos a aproximadamente um terço do trajeto percorrido. Desta vez, não nos impressionamos, isto só nos estimula a avançar ainda mais. E assim continuamos. Revemos as paisagens, a terra seca, alguns animais. O que muda é a situação. Antes, estávamos apenas de passeio, conhecendo o terreno. Agora, estávamos a ponto de encarar um novo desafio, que se mostrava gigantesco, que poucos ousaram arriscar. Além disso, as nossas responsabilidades aumentavam a cada momento.
Mas é bom destacar que isto era absolutamente normal. Desde quando entrei na gruta, assumi a responsabilidade da conquista contínua e evolução em prol do dom que recebera gratuitamente do universo.Com muita garra e coragem, continuaria arriscando sempre não importando as consequências nem os riscos. O importante é que contava com a torcida de amigos,familiares,conhecidos,admiradores e o apoio dos meus companheiros de aventura. Independentemente do resultado, a experiência e o aprendizado se mostravam muito importantes para minha carreira. Era em busca destes dois itens que continuamos avançando embrenhados numa mata quase virgem ao encontro do destino incerto, destino que nos leva a cumprir a metade do trajeto trinta minutos depois.
Em dado momento, nos sentimos cansados e resolvemos de comum acordo parar. Dobramos a direita, num desvio que se apresenta e achamos uma parte de terra limpa e sem garranchos. Sentamos.Pegamos a mochila, cada um pega um pouco de água e de alimento e satisfaz um pouco de suas necessidades. Quando terminamos, aproveito o momento para relaxar e descontrair puxando uma conversa com meu companheiro de aventura.
—E aí? Está tudo bem? Gostando do desafio, do passeio, da experiência e do trabalho?
—Muito. Quando terminarmos vitoriosos, teremos muito a contar. Aqui tudo é muito belo, tranquilo e prazeroso caminhar. No momento certo, te ajudarei ainda mais. (Renato)
—Eu também estou gostando. É diferente de tudo que vivi até agora. As conversas, as orientações, a companhia de alguém que foi um desbravador de preconceitos de sua época me ajudou a ter uma visão nova da vida. Pessoas assim devia se ter aos montes para que o mundo melhorasse de verdade. (Afirmei)
—Eu concordo. Às vezes, o que falta é a coragem. Muitos se escondem do mundo preferindo viver infelizes a ter que enfrentá-lo. É uma opção. Mas com certeza não é a mais adequada. (Renato)
—Bem, isto não se discute. Cada qual sabe o que é melhor para si. Todos nós, em algum momento, temos que fazer escolhas difíceis e está cada vez mais perto da nossa vez. Peço a Deus sabedoria e bom senso para não errar. (Eu)
—Eu também. Somos uma equipe e temos que ter o maior cuidado a partir de agora. Paciência também é importante. (Renato)
—Certo. Vamos continuar? Já está ficando tarde. (Solicitei)
Renato concorda comigo, nos levantamos, voltamos a trilha principal e retomamos a caminhada. No caminho, conversamos um pouco mais sobre o desafio e definimos a estratégia a ser adotada e algumas prioridades. Isto era necessário a fim de que não tivéssemos surpresas desagradáveis. Com tudo acertado, continuamos a caminhar mais tranquilos e convictos. Avançamos rapidamente, driblamos os obstáculos e incertezas e um instante depois ultrapassamos os três quartos do percurso. O desafio estava cada vez mais próximo.
Alguns passos adiante, surge, diante de nós, um grande obstáculo. Encontramos com índios Xucurus que nos cercam por todos os lados. Um deles que parece ser o chefe se aproxima, nos prende e nos pergunta em nossa língua o que fazíamos ali. Um pouco sem graça, explicamos que estamos a passeio, numa busca pelo conhecimento e ele meio sem entender nos diz que para continuarmos temos que vencer um desafio. Desconfiado, pergunto qual seria e ele me apresenta um arco e uma flecha. Manda colocar um alvo minúsculo a cerca de quinze metros e diz: —Tem que acertar, se não morre. Tem três chances.
Nervoso e atormentado, fico alguns instantes sem reação. O que seria de nós agora e da nossa aventura? Não tinha nenhuma experiência com este tipo de coisa e se fracassasse, o nosso destino era a morte prematura. Neste momento, lembro dos desafios da gruta, especificamente das três portas que representavam felicidade, fracasso e medo. Tinha aprendido com meus erros, controlado meu medo e assim conseguido escolher e alcançar a porta certa, a felicidade. Tentaria agir da mesma forma agora.
Preparo-me, fico em posição e quando estou seguro, lanço a flecha. Fecho os olhos e quando os abro tenho uma decepção. Nem passara perto e agora só restava duas tentativas. O cerco se fechava a cada momento tendo nossa vida em jogo. O que aconteceria? Seja o que fosse, não perderíamos a esperança nem teríamos medo de tentar mais uma vez.
Preparo-me novamente. Aponto em direção ao alvo, e lanço. Fecho os olhos e ao abrir, nova decepção. Mas desta vez, passara mais perto. A uns dez centímetros de distância. Agora só restava uma tentativa e se errasse, nossa aventura estaria terminada e nossa vida também. O que diriam nosso mestre, nossos familiares, conhecidos, amigos? Sentiriam saudades de nós e de nossas peripécias? Bem, cabia a mim não os fazer sofrer ou deixá-los com saudades. Não estava em meus planos abortar o projeto do vidente.
Animado com uma força e coragem nunca dantes vistas, pego o arco e flecha pela última vez. Sem pretensão nenhuma, aponto na direção, transformo-me no vidente ao pensar nas três portas, concentro-me um pouco e quando estou pronto lanço a flecha, fecho os olhos e ao abrir, dou um grito e corro para abraçar Renato. A meta estava cumprida. O índio chefe me cumprimenta e se afasta com seus subordinados. O caminho agora estava livre para que pudéssemos continuar sonhando com a conquista dos dons.
Depois do abraço, resolvemos retomar a caminhada imediatamente.