Название | Meu Furacão É Você |
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Автор произведения | Victory Storm |
Жанр | Книги для детей: прочее |
Серия | |
Издательство | Книги для детей: прочее |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9788835424543 |
— Como você ousou queimar as cartas de Kira — explodiu Lucas, sem conseguir se conter mais.
Seu pai olhou para ele por um instante, intrigado com o repentino ataque verbal do filho, então ele se recuperou.
— Sou seu pai e posso fazer o que quiser! Você me pertence.
— Eu não pertenço a você! — gritou Lucas em resposta.
— Como você ousa falar assim com seu pai? — O homem ficou zangado, dirigindo o punho ao peito do menino, mas Lucas conseguiu evitá-lo com um salto de felino. Contudo, ele estava muito zangado para ficar satisfeito por se proteger. Ele precisava extravasar um pouco.
Ele sentiu o desejo de dar vazão à sua raiva ao bater em alguém pela primeira vez em sua vida, então, antes mesmo que pudesse perceber esse novo desejo, ele podia sentir todo seu corpo se esticando na direção do homem que havia transformando sua infância em um inferno e acertando sua mandíbula com violência, aproveitando-se da sua instabilidade de bêbado.
Ele foi trazido de volta à realidade por uma dor aguda em sua mão.
Darren Scott ficou surpreso e chocado com o ataque, que foi mais violento do que ele gostaria de admitir: ele caiu de joelhos e sentiu uma dor imensa no rosto.
Ele estava tentando se levantar, quando foi atingido de novo, por um chute poderoso que o deixou sem fôlego.
— Bastardo idiota! — gritou o homem para Lucas, ofegando e tentando se proteger.
— Você é o bastardo aqui! — O menino respondeu, então o agrediu mais uma vez.
— Vou buscar meu cinto, então veremos se você ousa falar comigo assim de novo — ameaçou ele, com uma voz trêmula de raiva.
— Apenas bata em mim! Bata em mim o quanto quiser, pai! Estas são as únicas coisas que você consegue fazer: ficar bêbado e bater em mim. Bem, você pode fazer isso, mas não vou mais ficar parado e esperar pelo seu golpe de cinto! — gritou seu filho para ele exasperado, enquanto continuava a socá-lo.
— Sua… mercadoria estragada… — balbuciou o homem, abalado com a agressão do filho.
— Você é a mercadoria estragada! — respondeu seu filho de repente. Ele estava cansado dessa agressão que não conseguia mais impedir e que parecia ficar cada vez mais forte a cada novo golpe.
Seu pai começou a rir com desdém.
— Lucas, lembre-se disso: uma fruta nunca caí longe da sua árvore.
— O que você quer dizer?
— Quero dizer que você é tão danificado e estragado quanto eu. Você é meu filho e eu sou seu pai! Meu sangue corre nas suas veias!
— Não vou ser como você!
— Você já é. É por isso que todos continuam deixando você, assim como sua mãe fez comigo e com você. Ninguém quer ficar com um fracasso como você. Até sua jovem amiga fugiu assim que conseguiu.
— Isso não é verdade! Kira me ama. Eles a obrigaram a ir embora.
— Você é um pobre idiota! Aquela garota nunca o amou de verdade ou teria ficado aqui! Sabe, Lucas, eu li as cartas que ela continuava escrevendo para você. Que garota lamurienta! Mas posso dizer isso: Kira não vai mais voltar para você! E ela não vai mais escrever para você porque ela desistiu de correr atrás de um pobre idiota como você — disse seu pai, com desdém.
Lucas preferia ser golpeado pelo cinto do pai naquele momento do que ouvir suas palavras horríveis, que o estavam corroendo por dentro.
Ele estava se sentindo sujo e pronto para autodestruição.
Ele chamou o nome de Kira uma última vez, mas já sabia que sua querida amiga não correria para ajudá-lo e curá-lo da dor que o atormentava. Ela nunca mais voltaria.
Ele saiu correndo da sala, sentindo-se despedaçado e nauseado pelo que era e pelo que poderia se tornar e deixou seu pai lá, tossindo e recuperando o fôlego com a ajuda de uma garrafa de Bourbon.
RELACIONAMENTOS
Tóquio, Japão, 9 de janeiro de 2017
— Você é tão bonita — sussurrou sua mãe para ela, enquanto terminava de pentear seu cabelo.
— Obrigada — exclamou Kira com um sorriso amplo nos lábios, o que fez o coração de Elizabeth pular de alegria. Ver essa expressão feliz no rosto da filha era o melhor remédio que ela tinha para curar a ansiedade e angústia que vinha sentindo nos últimos dois anos.
E tudo isso estava acontecendo graças a Adam Gramell. Com sua doçura e sensibilidade, esse menino foi capaz de encontrar o caminho para o coração de Kira, ajudando-a a esquecer Lucas Scott, aquele garoto de Princeton.
Elizabeth certamente não havia apreciado muito o fato de que ele era dois anos mais velho do que Kira, mas o sorriso da sua filha foi o suficiente para dissipar seus temores.
Além disso, Adam era o menino mais gentil e mais inofensivo do mundo e Kira não parecia se preocupar com todas as cartas de amor que ele recebia de suas colegas de classe.
— Eu confio nele, mãe! Conheço Adam muito bem, e tenho certeza de que ele nunca me enganaria! — Kira havia dito a ela duas semanas antes.
— Enganá-la? Oh, Kira, você já foi tão longe? Você me disse que vocês eram apenas amigos! Você ainda é tão jovem e… — Sua mãe ficou assustada.
— Fique calma, mãe! Então, eu tenho quinze quase dezesseis anos! Não sou mais uma criança e nós não fomos tão longe ainda, embora Adam tenha dezessete anos!
— Sério? Não foi? Você me diria, se fosse…
— Mãe, apenas confie em mim. Adam e eu somos apenas amigos, embora não possa negar que temos pensado em ser um casal.
— Por favor, Kira…
— Eu sei: devo ir com calma. Não devo me apressar. Como você sempre diz, faça amor e não sexo com um estranho. Blah, blah, blah… — Kira continuou dizendo como um robô pois havia memorizado o conselho da mãe. Elizabeth havia entrado em pânico cinco meses antes, quando Kira contou que sua colega de turma, Misaki, não era mais virgem.
— Isso é perfeito.
— Contudo, Adam sabe que ainda não estou pronta e está tudo bem para ele. Ele me disse que nossa amizade é a coisa mais importante.
— Espero que sim — suspirou sua mãe, rendendo-se.
Felizmente, a campainha tocou naquele momento, encerrando a conversa que sempre deixava Kira desconfortável, também por causa do seu sentimento de culpa por todas as mentiras que continuava contando sobre Adam e si mesma.
— Deve ser Adam! Você pode ir e abrir a porta? Ainda estou escolhendo que sapatos usar — pediu Kira, tentando arrumar as roupas que havia jogado na cama.
Ela viu sua mãe hesitar por um instante antes de ir embora.
— Estou muito feliz, sabe? — disse ela a Kira, depois saiu do quarto.
— Eu também, mãe. Mas, por favor, se apresse agora ou Adam vai acreditar que vou mantê-lo lá fora no frio. Você sabe que ele é friorento!
— Não acreditei que você pudesse começar a sorrir de novo, depois que deixamos Princeton e… Lucas — murmurou Elizabeth com cautela. Fazia meses que ela não falava sobre isso porque não queria fazer a filha chorar, mas sentia que algo estava mudando naquele momento.