O Médico Enigmático. Serna Moisés De La Juan

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      O

      Médico

      Enigmático

      Juan Moisés de La Serna

      Traduzido por Valéria Cristina Ferreira Ventura

      Editorial Tektime

      2019

      “O Médico Enigmático”

      Escrito por Juan Moisés de La Serna

      1ª edição: junho 2019

      © Juan Moisés de La Serna, 2019

      © Edições Tektime, 2019

      Todos os direitos reservados

      Distribuído por Tektime

      https://www.traduzionelibri.it

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      Prólogo

      Tinha levado menos tempo do que o calculado no trajeto, porque com estes avanços nos meios de locomoção eu mal tinha percebido ele enquanto estava revisando algumas páginas do jornal que eu havia comprado momentos antes na estação

      O que eu achei mais difícil naquela viagem foi tomar a decisão final, aquela que sempre deixa dúvidas como as borras de um bom café no fundo da xícara, sobre se a opção escolhida era a mais correta ou não, mas depois de uma noite de sono profundo resolvi o problema com determinação e comecei este que seria, sem dúvida, o meu destino mais desejado.

      Finalmente me encontrei diante de um dos mais belos e majestosos portais medievais preservados, portas de pedra esculpidas com esforço e cuidado por experientes pedreiros na arte de converter o material frio e áspero das pedreiras próximas em belas colunas, lintéis e arcos.

      Dedicado aos meus pais

      Índice de contenido

       Prólogo

       CAPÍTULO 1. A VOLTA

       CAPÍTULO 2. A CRUZ

       CAPÍTULO 3. A CIDADE

       CAPÍTULO 4. O MENINO DA ÁGUA

       CAPÍTULO 5. O PARENTE

       CAPÍTULO 1. A VOLTA

      Tinha levado menos tempo do que o calculado no trajeto, porque com estes avanços nos meios de locomoção eu mal tinha percebido ele enquanto estava revisando algumas páginas do jornal que eu havia comprado momentos antes na estação

      O que eu achei mais difícil naquela viagem foi tomar a decisão final, aquela que sempre deixa dúvidas como as borras de um bom café no fundo da xícara, sobre se a opção escolhida era a mais correta ou não, mas depois de uma noite de sono profundo resolvi o problema com determinação e comecei este que seria, sem dúvida, o meu destino mais desejado.

      Finalmente me encontrei diante de um dos mais belos e majestosos portais medievais preservados, portas de pedra esculpidas com esforço e cuidado por experientes pedreiros na arte de converter o material frio e áspero das pedreiras próximas em belas colunas, lintéis e arcos.

      Um monumento imperecível e imóvel, um espectador silencioso da lenta passagem das décadas que deixa de pequenas e minúsculas fendas a grandes vazios, como marcas indeléveis do passar do tempo, como sulcos indeléveis mais próprios do rosto cansado de um ancião de idade avançada.

      Uma testemunha inevitável dos acontecimentos que ocorreram a seus pés, desde as épocas de maior esplendor e auge, de grande nobreza e festanças, o centro dos mais destacados senhores e o berço de distintos artistas, estudiosos e filósofos, até àquelas épocas que foram especialmente difíceis para os seus habitantes enfrentando duras batalhas, que provocaram enquanto foi possível a fuga em massa de seus vizinhos.

      Uma espetacular fortaleza natural localizada na colina de uma grande rocha, como um mosteiro, distante e isolada do mundo, suas encostas são atravessadas por um amplo e sinuoso rio que a envolve como um fosso natural, que aumenta seus dotes defensivos e a transforma em um extraordinário e forte lugar a conquistar, testemunhado pelos inúmeros fracassos de seus inimigos que viram seu ímpeto frustrado para conseguir o saque tão desejado.

      Uma cidade milenar com um grande património histórico-monumental com o qual se pode deleitar onde quer que se olhe, com casas antigas preservadas em tão bom estado que é fácil adivinhar como as pessoas viviam há séculos.

      Um belo destino de muito charme, com edifícios centenários cheios de história, lugares escondidos que ainda cheiram a velho e que parecem melhorar a sua espetacularidade com o tempo como bom vinho.

      Uma cidade rodeada de muralhas largas e guardada por ameias de ferro, cujo acesso só podia ser feito a partir daqueles enormes pórticos ricamente esculpidos e ornamentados com brasões, dentro dos quais se estendia uma rede de ruas estreitas, terminando em frente as edificações mais comemorativas ou em frente a belas praças com terraços vividamente coloridos pelas mais belas flores.

      E tudo isto num lugar sem igual, uma extraordinária combinação da natureza na sua forma mais pura com a arquitetura mais modesta, que me cativou desde o primeiro momento em que a vi e cuja memória me acompanhou ao longo da minha vida, pois o tempo não tinha conseguido abalar na minha memória.

      Esta era a segunda vez que eu vinha, mas agora era diferente, eu não me sinto como um estranho, um turista em busca de uma bela recordação, ansioso para viver algo memorável para contar aos meus companheiros e amigos quando eu voltar para casa, agora eu não venho de passagem, eu sinto que estou no lugar que corresponde a mim e pretendo ficar. Mas para isso eu teria que resolver uma pequena mas importante questão, para a qual eu tinha gasto muito tempo pensando em possíveis alternativas sem encontrar qualquer solução, conseguir um emprego com o qual pudesse pagar minha estadia e minha manutenção.

      Anteriormente e sem ter deixado cair os anéis, eu tinha realizado muitos e variados trabalhos, desde os mais simples e ao mesmo tempo fisicamente custosos, como trabalhador de obras, até aqueles que exigiam o desenvolvimento de habilidades especiais no tratamento com as pessoas e no momento de lembrar datas e nomes, como o de guia turístico.

      Eu tinha me defendido mais ou menos muito bem nestas tarefas que não implicavam qualquer responsabilidade ou obrigações maiores do que a de cumprir o meu dia de trabalho e esperar receber o pagamento correspondente no final do dia, independentemente de qual fosse a jornada de trabalho.

      Ainda que seja verdade que tinha preferências entre uns trabalhos e outros, porque as forças e energias que me acompanhavam na minha juventude foram dando lugar à quietude e tranquilidade da maturidade, de modo que o esforço que fazia com as tarefas de construção ou de campo já se tornavam eternas e pouco gratificantes.

      Por outro lado, o trabalho de guia era cada vez mais atraente para mim, não só porque não exigia tanta dedicação física, mas porque eu ficava muito mais grato no que diz respeito à remuneração, especialmente