Название | Rebelde, Peão, Rei |
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Автор произведения | Морган Райс |
Жанр | Героическая фантастика |
Серия | De Coroas e Glória |
Издательство | Героическая фантастика |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781640290273 |
Ele soava exatamente como um pretendente preocupado devia soar, o que só fez com que Stephania confiasse menos nele.
"Demora o tempo que for preciso para pensares sobre tudo o que eu te disse", disse Lucious. "Pensa em tudo o que um casamento comigo te poderia oferecer. Certamente por comparação com ser a mulher que era casada com um traidor. Tu podes não me amar ainda, mas pessoas como nós não tomam decisões com base nesse tipo de tolice. Nós tomamos decisões porque somos superiores, e reconhecemos aqueles que são como nós quando os vemos."
Stephania não era nada como Lucious, mas ela sabia que era melhor não o dizer. Ela só queria que ele se fosse embora.
"Enquanto isso", disse Lucious perante a falta de resposta dela, "eu tenho um presente para ti. Aquela tua aia pensou que talvez pudesses precisar disto. Ela disse-me todo o tipo de coisas sobre ti enquanto implorava pela sua vida."
Ele tirou um frasco da sua bolsa do cinto e colocou-o na pequena mesa perto da janela.
"Ela contou-me sobre o motivo pelo qual tiveste de fugir do festival da Lua de Sangue", disse Lucious. "Sobre a tua gravidez. Claramente, eu nunca poderia criar o filho de Thanos. Bebe isto e não haverá nenhum problema. Em todos os sentidos."
Stephania queria atirar-lhe o frasco. Ela pegou nele para fazer exatamente isso, mas Lucious já tinha passado da porta.
Ela ia atirá-lo de qualquer maneira, mas deteve-se, sentando-se à janela a olhar para o frasco.
Estava claridade, a luz do sol brilhava através dele de uma maneira que o fazia parecer muito mais inocente do que era. Ao bebê-lo ela ficaria livre para se casar com Lucious, o que era um pensamento horrível. No entanto, tal iria colocá-la numa das posições mais poderosas do Império. Ao bebê-lo, os últimos vestígios de Thanos desapareceriam.
Stephania ficou ali sentada, sem saber o que fazer e, lentamente, as lágrimas começaram a escorrer-lhe pelas maçãs do rosto.
Talvez, afinal, ela o fosse beber.
CAPÍTULO TRÊS
Ceres lutava desesperadamente para voltar à tona em direção à consciência, empurrando-se através dos véus da escuridão que a puxavam para baixo, como uma mulher a afogar-se e a debater-se para chegar à superfície. Mesmo até naquele momento, ela conseguia ouvir os gritos dos moribundos. A emboscada. A batalha. Ela tinha de esforçar-se por acordar, ou tudo teria sido em vão...
De repente, ela abriu os olhos e colocou-se de pé, pronta para continuar a luta. Pelo menos, ela tentava. Algo a apanhou pelos pulsos e tornozelos, detendo-a. O sono finalmente abandonou-a e ela viu onde estava.
Ceres estava rodeava de muros de pedra, curvando-se num espaço que mal chegava para ela ficar deitada. Não havia nenhuma cama, apenas um duro chão de pedra. Uma janela pequena com barras deixava a luz entrar. Ceres sentia o peso limitativo do aço ao redor dos seus pulsos e tornozelos, e ela conseguia ver o pesado suporte onde as correntes a ligavam à parede e a porta grossa amarrada com faixas de ferro que a proclamavam prisioneira. A corrente desaparecia por uma ranhura na porta, sugerindo que ela podia ser puxada pelo lado de fora, diretamente na direção do suporte, para a prender contra a parede.
Naquele momento, Ceres ficou furiosa por estar ali presa daquela maneira. Ela puxou o suporte, tentando simplesmente arrancá-lo da parede com a força que os seus poderes lhe davam. Nada aconteceu.
Era como se houvesse uma névoa dentro da sua cabeça e ela estivesse a tentar olhar através da mesma para a paisagem mais além. Às vezes, a luz da memória parecia quebrar aquela névoa, mas era uma coisa fragmentada.
Ela conseguia lembrar-se dos portões para a cidade a abrirem-se e dos "rebeldes" a acenarem para eles entrarem. A atacar, dando tudo pelo que eles pensavam ser a batalha-chave para a cidade.
Ceres caiu para trás, magoando-se. Algumas feridas eram mais profundas do que apenas as físicas.
"Alguém nos traiu", disse Ceres com suavidade.
Eles tinham estado à beira da vitória, e alguém os tinha traído. Por causa de dinheiro, ou medo, ou necessidade de poder, alguém tinha denunciado tudo o que eles haviam trabalhado, deixando-os cavalgar na direção de uma armadilha.
Ceres lembrou-se então. Lembrou-se da visão do sobrinho de Lorde Oeste com uma flecha a sair da sua garganta. Lembrou-se do olhar de desamparo e descrença que tinha cruzado o rosto dele antes de cair da sela.
Lembrou-se de flechas a apagarem o sol, de barricadas e de fogo.
Os homens de Lorde Oeste tinham tentado disparar contra os arqueiros que os atacavam. Ceres tinha visto as habilidades deles enquanto arqueiros a cavalo para Delos, capazes de caçar com arcos pequenos e disparar em pleno galope, se precisassem. Quando eles dispararam as suas primeiras flechas em resposta, Ceres até se atreveu a ter esperança, porque parecia que aqueles homens seriam capazes de superar qualquer coisa.
Mas não foram. Com os arqueiros de Lucious escondidos nos telhados, eles estavam em grande desvantagem. Algures no caos, os potes de fogo tinham-se juntado às flechas. Ceres tinha sentido o horror daquilo ao ver os homens a começarem a arder. Só Lucious teria usado o fogo como arma na sua própria cidade, sem se importar se as chamas se espalhariam para as casas vizinhas. Ceres tinha visto cavalos a empinarem-se e homens a serem atirados para o chão quando as suas montarias entravam em pânico.
Ceres deveria ter sido capaz de salvá-los. Ela tinha tentado alcançar o poder dentro de si mas só encontrou o vazio, um vazio desolador onde deveria haver força preparada e poder para destruir os seus inimigos.
Ela ainda estava à procura do seu poder, quando o seu cavalo se empinou, fazendo-a cair...
Ceres forçou a sua mente a voltar ao presente, porque havia alguns lugares onde a sua memória não se queria demorar. O presente não era muito melhor, pois Ceres conseguia ouvir lá fora os gritos de um homem que estava obviamente a morrer.
Ceres dirigiu-se até à janela, lutando até aos limites do que as suas correntes lhe permitiam. Mesmo isso era um esforço. Ela sentia como se alguma coisa se tivesse apagado dentro de si, limpando qualquer réstia de força que ela pudesse ter. Sentia-se como se mal se conseguisse levantar e, muito menos, como se mal conseguisse lutar contra as correntes que a seguravam.
Ela conseguiu chegar lá, enrolando as mãos ao redor das barras como se conseguisse arrancá-las. Na verdade, no entanto, eram praticamente a única coisa que a segurava naquele momento. Quando ela olhou para o pátio que ficava para lá da sua nova cela, ela precisou daquele apoio.
Ceres viu os homens de Lorde Oeste ali, em pé, nas fileiras dos soldados. Todos estavam cobertos com o que sobrava das suas armaduras, embora em muitos casos alguns dos seus pedaços tivessem sido partidos ou arrancados delas. Nenhum tinha as suas armas. Eles tinham as mãos atadas e muitos estavam ajoelhados. Havia algo triste naquele cenário. Falava da derrota deles mais claramente do que praticamente qualquer outra coisa poderia falar.
Ceres reconheceu outros que ali estavam, rebeldes. Ver aqueles rostos provocou-lhe uma reação ainda mais visceral. Os homens de Lorde Oeste tinham vindo com ela de bom grado e tinham arriscado as suas vidas por si. Ceres sentia essa responsabilidade. Ela conhecia os homens e mulheres que ali estavam.
Ela viu Anka amarrada no centro de tudo, com os seus braços amarrados atrás a um poste, tão altos que ela não conseguia sentar-se ou ajoelhar-se para descansar. Uma corda no nível da garganta ameaçava começar a sufocá-la cada vez que ela ousava relaxar. Ceres conseguia ver sangue no seu rosto, deixado ali casualmente, como se ela não se importasse absolutamente nada.
Ver aquilo tudo foi suficiente para que Ceres se sentisse enfurecida. Eles eram todos amigos. Eram pessoas que Ceres conhecera há anos em alguns casos. Alguns deles estavam feridos. Um lampejo de raiva apoderou-se de Ceres, porque ninguém estava a tentar ajudá-los. Em vez disso, eles