Название | Razão Para Se Esconder |
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Автор произведения | Блейк Пирс |
Жанр | Современные детективы |
Серия | Um mistério de Avery Black |
Издательство | Современные детективы |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781640299016 |
- Você quer caminhar comigo?
- Claro – ele disse, apertando a mão dela.
Até dar as mãos era algo enorme para Avery. Ela e Ramirez davam as mãos frequentemente e haviam se beijado rapidamente em algumas poucas ocasiões—mas segurar a mão dele intencionalmente era algo que a tirava da zona de conforto.
Mas está ficando confortável, ela pensou quando eles começaram a caminhar. Uou, está confortável já faz um tempo.
- Você está bem? – Ramirez perguntou.
- Sim – ela disse. – Tive um dia muito bom com a Rose.
- Está tudo voltando ao normal por lá? – Ele perguntou.
- Longe do normal – Avery disse. – Mas estamos chegando lá. E falando em chegar lá...
Ela parou, pensando porque era tão difícil para ela dizer o que queria. Por conta de seu passado, sabia que era alguém forte emocionalmente. Então por que era tão difícil expressar seus sentimentos em momentos importantes?
- Vai parecer brega – Avery disse. – Então por favor tenha paciência comigo e lembre-se da minha vulnerabilidade.
- Tudo bem... – Ramirez disse, claramente confuso.
- Eu sei, já faz um bom tempo, que eu preciso mudar algumas coisas. Uma grande parte disso está em consertar as coisas com a Rose. Mas há outras coisas também. Coisas que eu fico amedrontada em admitir para mim mesma.
- Tipo o que? – Ramirez disse.
Ela podia ver que ele estava ficando um pouco desconfortável. Eles haviam sido sinceros um com o outro antes, mas nunca a esse ponto. Estava sendo mais difícil do que ela esperava.
- Olhe... Eu sei que eu praticamente estraguei tudo entre a gente – Avery disse. – Você mostrou muita paciência e entendimento enquanto eu fiz tudo errado. E eu sei que eu continuei te atraindo por um tempo para depois te afastar.
- Se você quer que eu confirme, sim – Ramirez disse com um pouco de ironia.
- Eu não posso me desculpar o suficiente por isso – Avery disse. – E se você puder encontrar no seu coração um espaço para perdoar minha hesitação e meus medos... Eu realmente gostaria de ter uma nova chance.
- Uma chance para o que? – Ramirez disse.
Ele vai me fazer dizer, ela pensou. E eu acho que mereço esse tratamento.
A tarde estava virando noite e havia apenas poucas pessoas nas trilhas ao redor do rio. A cena era pitoresca, como naqueles filmes que ela geralmente odiava assistir.
- Uma chance para nós – Avery disse.
Ramirez parou de caminhar, mas continuou segurando a mão dela. Ele olhou para ela com seus olhos castanho escuro e seguiu fitando-a.
- Não pode ser uma chance – ele disse. – Tem que ser algo real. Algo seguro. Não posso continuar deixando você ir e voltar, fazendo com que eu sempre tenha que adivinhar.
- Eu sei.
- Então, se você puder me explicar o que você quer com nós, eu vou pensar sobre isso.
Ela não conseguia perceber se ele estava falando sério ou somente dificultando as coisas. Desviou o olhar e apertou as mãos dele.
- Droga – ela disse. – Você vai tornar isso ainda mais difícil para mim, não vai?
- Bem, eu acho que—
Ela o interrompeu com um beijo. No passado, os beijos entre eles haviam sido rápidos, estranhos, cheios de sua hesitação habitual. Agora, porém, ela se perdera no beijo. Juntou os corpos o mais perto possível e o beijou com a maior paixão que ela havia posto em um contato físico desde seu último ano feliz de casamento com Jack.
Ramirez não tentou evitar nada. Ela sabia que ele queria aquilo também e podia sentir sua ansiedade.
Eles se beijaram como adolescentes apaixonados ao lado do Rio Charles. Um beijo macio, quente, que acabava com a frustração sexual que houvera entre eles por muitos meses.
Com as línguas juntas, Avery sentiu uma onda de energia passando por ela—uma energia que ela queria usar de uma maneira muito específica.
Ela interrompeu o beijo e colocou sua testa em frente a dele. Eles se olharam por muitos segundos na mesma posição, aproveitando o silêncio e o peso do que haviam acabado de fazer. Uma linha fora ultrapassada. E no silêncio tenso, ambos sentiram que ainda havia muitas linhas para cruzar.
- Você tem certeza disso? – Ramirez perguntou.
- Sim. E eu sinto por ter levado tanto tempo para perceber.
Ele puxou ela para perto e a abraçou. Ela sentiu um alívio no corpo, como se um grande peso tivesse ido embora.
- Eu quero tentar – Ramirez disse.
Ele interrompeu o abraço e a beijou novamente, de leve, no canto da boca.
- Acho que precisamos celebrar essa ocasião. Você quer jantar?
Ela suspirou e sorriu. Já havia quebrado uma barreira emocional ao confessar seus sentimentos para ele. Que mal faria continuar sendo completamente honesta com ele agora?
- Eu acho mesmo que nós temos que celebrar – ela disse. – Mas agora, nesse momento, não estou tão interessada em jantar.
- Então o que você quer fazer? – Ele perguntou.
A pergunta foi mais do que charmosa. Ela inclinou-se e sussurrou na orelha dele, aproveitando a sensação de seu toque e o cheiro de sua pele.
- Vamos para a sua casa.
Ele se afastou e olhou para ela com o mesmo ar sério de antes, mas agora havia algo a mais. Era algo que ela havia visto nos olhos dele algumas vezes—algo que parecia muito com excitação e vinha de uma necessidade física.
- Sim? – Ele disse, sem certeza.
- Sim – ela respondeu.
Enquanto caminhavam pela grama em direção ao estacionamento onde ambos haviam deixado seus carros, riram como crianças. Avery não conseguia lembrar da última vez em que se sentira tão animada e livre.
***
A paixão que haviam sentido enquanto caminhavam à beira do rio ainda estava presente quando Ramirez abriu a porta de seu apartamento. Havia uma parte de Avery que queria pular em cima dele naquele momento, antes mesmo que ele tivesse tempo para fechar a porta. Eles haviam se acariciado durante todo o caminho até o apartamento e agora que estavam ali, Avery sentia que estava à beira de algo incrível.
Quando Ramirez fechou e trancou a porta, Avery surpreendeu-se com o fato de que ele não foi diretamente na direção dela. Ao invés disso, ele passou pela sala e foi até a cozinha, onde serviu a si mesmo um copo d’água.
- Quer água? – Ele perguntou.
- Não, obrigada. – Ela respondeu.
Ele bebeu de seu copo e olhou pela janela da cozinha. A noite havia chegado e as luzes da cidade refletiam no vidro.
Avery juntou-se a ele na cozinha e, brincando, tirou o copo d’água da mão dele.
- O que foi? – Ele perguntou.
- Você... Bem, você mudou de ideia sobre mim? – Ela perguntou. – Toda a espera te fez parar de me desejar?
- Claro que não – ele disse, e colocou seus braços em volta da cintura dela, enquanto Avery viu que ele estava buscando as palavras certas.
- Podemos esperar – ela disse, torcendo para que ele não concordasse.
- Não – ele disse, rapidamente. – É que... Merda, não sei.
Aquilo