A corda do Diabo . Блейк Пирс

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Название A corda do Diabo
Автор произведения Блейк Пирс
Жанр Современные детективы
Серия Os Primórdios Riley Paige
Издательство Современные детективы
Год выпуска 0
isbn 9781640299672



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não ser que ele diga algo que o incrimine aqui, agora.

      Jake disse a Cardin:

      - Pelo que eu vejo você é um ex-marido que não está exatamente de luto.

      Cardin grunhiu e disse:

      - Talvez eu estivesse se Alice não tivesse me feito tão mal. Passou nosso casamento todo dizendo que eu era um fracassado—como se aquele sapo com quem ela casou depois fosse muito melhor. Bom, eu não era um fracassado até ela se divorciar de mim. Foi só aí que as coisas começaram a dar errado para mim. Não é justo...

      Jake escutou Cardin seguir reclamando de sua ex. A amargura e a dor no coração dele eram muito perceptíveis. Jake suspeitava que Cardin nunca havia conseguido deixar de amar Alice. Parte dele parecia ainda ter esperanças de que eles pudessem terminar juntos.

      No entanto, esse amor dele por ela era claramente doente e obsessivo—nenhum pouco saudável, em nenhum aspecto. Jake conhecia muitos assassinos que haviam agido exatamente movidos por esse tipo de sentimento, que chamavam de amor.

      Cardin parou por um momento, e então disse:

      - Me diga—é verdade que encontraram o corpo dela envolto em arame farpado? – Balançando a cabeça e sorrindo, ele acrescentou: - Cara, isso foi... foi criativo.

      Jake chocou-se um pouco com tais palavras.

      O que exatamente Cardin queria dizer?

      Ele estava admirando o trabalho manual de outra pessoa?

      Ou estava maliciosamente elogiando seu próprio esforço?

      Jake percebeu que era hora de tentar abordá-lo sobre o outro crime. Se Cardin fosse cúmplice de quem havia matado Hope Nelson, talvez Jake poderia fazê-lo admitir. Mas ele sabia que precisava tocar no assunto com cuidado. Ele disse:

      - Senhor Cardin, você conhecia uma mulher chamada Nope Nelson, de Dighton?

      Cardin coçou a cabeça e respondeu.

      - Nelson... esse nome é familiar. Não é a mulher do prefeito, ou algo assim?

      Encostado na grade do lado de fora da cela, o Xerife Tallhamer grunhiu e disse:

      - Ela esta morta, é isso que ela está.

      Jake lutou para não deixar transparecer seu desânimo. Ele não planejara contar a verdade a Cardin tão diretamente. Esperava levar um tempo, para tentar descobrir se ele já sabia do que acontecera com Hope Nelson.

      O advogado na outra cela levantou-se.

      - Morta? – Ele disse. – De que porra vocês estão falando?

      Tallhamer cuspiu um pouco de tabaco no chão de concreto e disse:

      - Ela foi morta ontem à noite—exatamente do mesmo jeito que Alice. Amarrada em um poste, empacotada com arame farpado.

      Parecendo completamente sóbrio de repente, Ozzie esbravejou:

      - Então por que diabos vocês ainda estão segurando meu cliente? Não vão me dizer que vocês acham que ele matou outra mulher ontem enquanto estava preso aqui.

      Jake desabou por dentro. Sua tática havia dado errado, e ele sabia que qualquer outra pergunta não faria sentido. Mesmo assim, ele perguntou novamente a Cardin:

      - Você conhecia Hope Nelson?

      - Não acabei de falar que não? – Cardin disse, um pouco surpreso.

      Mas Jake não conseguiu decifrar se aquela surpresa era real ou não.

      Ozzie segurou as grades de sua própria cela e gritou:

      - É melhor vocês soltarem meu cliente agora, ou vocês vão enfrentar um bom processo!

      Jake segurou um suspiro.

      Ozzie estava certo, é claro, mas...

      Ele escolheu ser competente de repente.

      Jake virou-se para Tallhamer e disse:

      - Solte Cardin. Mas fique bem de olho nele.

      Tallhamer chamou seu parceiro para que ele trouxesse os pertences de Cardin. Quando o xerife abriu a cela para que Cardin saísse, ele virou-se para Ozzie e disse:

      - Você também quer ir?

      Ozzie bocejou e deitou-se em seu beliche.

      - Não. Tive um belo dia de trabalho. Vou dormir mais um pouco—enquanto você não precisar da cela para por outra pessoa.

      Tallhamer piscou e disse:

      - Sinta-se à vontade.

      Ao sair da estação com Tallhamer e Cardin, Jake viu que o homem de jaleco branco ainda estava ali, do outro lado da rua, exatamente no mesmo lugar que antes.

      De repente, o homem começou a se mexer, atravessando a rua em direção a eles.

      Tallhamer murmurou para Jake:

      - Lá vem problema.

      CAPÍTULO OITO

      Jake analisou o homem que estava correndo em direção a eles no lado de fora da estação policial. Ele viu raiva no rosto do homem, mas não sentiu que era o alvo daquele sentimento. Percebeu, claramente, que Tallhamer não estava pronto para o que estava por vir.

      No mesmo instante, Cardin havia se virado e estava correndo rapidamente pela calçada.

      O homem nervoso atacou Tallhamer. Apontando um braço na direção de Cardin, ele gritou:

      - Eu exijo que esse merda volte a ser preso!

      Aparentemente imune à raiva do homem, o xerife Tallhamer calmamente apresentou Jake a Earl Gibson, o único médico da cidade, marido de Alice Gibson.

      Jake esticou a mão e ofereceu suas condolências, mas os braços do médico ainda estavam balançando em círculos enquanto ele falava com Tallhamer. Jake percebeu que o Dr. Gibson era um homem simples, e seu rosto tinha muitas marcas, ainda mais visíveis por sua onda de fúria. Ele lembrou de que Cardin havia o descrito como “aquele sapo com que ela casou depois”.

      De fato, Cardin era um cara muito bonito se comparado ao médico.

      Jake imaginou que Earl Gibson devia ter outras virtudes, que não sua aparência, que teriam atraído a mulher agora morta. Afinal de contas, Gibson era médico, e o ex-marido de Alice não passava de um cozinheiro fracassado.

      Provavelmente, uma escolha muito fácil em uma cidade com poucas opções.

      A raiva de Gibson só aumentou quando ele descobriu quem Jake era.

      - O FBI! Por que é que o FBI tem que estar aqui? Vocês já pegaram o assassino da minha mulher! Vocês soltaram ele! Não tem um júri no mundo que diria que ele não é culpado. E agora vocês soltaram ele!

      O xerife Tallhamer arrastou seus pés e disse em um tom paciente, quase com pena:

      - Earl, nós falamos sobre isso pouco tempo atrás, não?

      O Dr. Gibson disse:

      - Sim, falamos. E por isso eu fiquei esperando. Eu tinha que ver com meus próprios olhos. Eu queria impedir.

      - Nós tivemos que soltar ele, e você sabe porque – Tallhamer disse. – Outra mulher foi morta ontem à noite em Dighton, do mesmo jeito que Alice foi. Eu posso garantir onde Phil Cardin estava ontem à noite, e com certeza não era nem perto de Dighton. Ele não matou aquela mulher, e agora não temos motivos para acreditar que ele tenha matado Alice.

      - Não tem motivos! – Gibson disse, explodindo de raiva. – Ele ameaçou a vida dela no mesmo dia. E não venha me falar besteiras sobre a vítima de Dighton e sobre como Phil Cardin não matou ela. Nós dois sabemos que existe um suspeito viável para o outro crime.

      Jake se interessou pela conversa de repente.