A Ascensão Dos Bravos . Морган Райс

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Название A Ascensão Dos Bravos
Автор произведения Морган Райс
Жанр Героическая фантастика
Серия Reis e Feiticeiros
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9781632913395



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continuaram a cavalgar durante horas, voltando a cair num silêncio confortável, às vezes a trotear quando a floresta se abria, outras vezes a floresta era tão densa que precisavam de desmontar e levar os seus animais. Kyra sentia-se a todo o tempo no precipício, sentindo que poderiam ser atacadas a qualquer momento, nunca sendo capaz de relaxar neste bosque. Ela não sabia o que a magoava mais: o frio ou as dores de fome que rasgavam o estômago dela. Doíam-lhe os músculos, e ela não conseguia sentir os lábios. Ela sentia-se miserável. Ela mal podia conceber que a sua missão mal tinha começado.

      Passadas algumas horas, o Leo começou a gemer. Era um ruído estranho – não era o seu gemido habitual, mas sim o gemido que ele reservava para momentos em que lhe cheirava a comida. No mesmo instante, Kyra, também, cheirou algo – e Dierdre virou-se na mesma direção e ficou a olhar.

      Kyra perscrutou a floresta, mas não viu nada. Quando pararam para escutar, ela começou a ouvir um som desmaiado de algo a mexer-se algures mais à na frente.

      Kyra estava simultaneamente entusiasmada pelo cheiro e nervosa pelo que que aquilo poderia significar: outros estavam a partilhar com eles este bosque. Ela lembrou-se do aviso do seu pai, e a última coisa que ela queria era um confronto. Não aqui e não agora.

      Dierdre olhou para ela.

      "Estou esfomeada", disse Dierdre.

      Kyra também sentiu espasmos de fome.

      "Quem quer que seja, numa noite como esta", Kyra respondeu, "tenho a sensação de que não vai estar disposto a partilhar."

      "Nós temos imenso ouro", disse Dierdre.”Talvez eles nos vendam algum."

      Mas Kyra abanou a cabeça, com uma sensação negativa, enquanto Leo gemeu e lambeu os seus lábios, claramente famintos também.

      "Não acho que seja sensato", disse Kyra, apesar das dores no estômago.”Devemos manter-nos no nosso caminho."

      "E se não encontramos comida?", insistiu Dierdre.”Podíamos todos morrer aqui de fome. Os nossos cavalos também. Podiam ser dias, e esta pode ser a nossa única hipótese. Além disso, temos pouco a recear. Tu tens as tuas armas, eu tenho as minhas, e nós temos Leo e Andor. Se precisares, podes colocar três flechas em alguém antes de ele pestanejar – e nessa altura já podíamos estar longe.”

      Mas Kyra hesitou, pouco convencida.

      "Além disso, eu duvido que um caçador com um espeto de carne nos cause algum mal", acrescentou Dierdre.

      Kyra, sentindo a fome de todos, e o desejo de a perseguirem, não conseguiu resistir mais.

      "Eu não gosto disto", disse ela.”Vamos devagar e vamos ver quem é. Se sentirmos que há problemas, vocês têm de concordar em sair antes de nos aproximarmos.”

      Dierdre assentiu.

      "Eu prometo ", ela respondeu.

      Todos eles partiram, cavalgando rapidamente pelos bosques. À medida que o cheiro ficava mais forte, Kyra viu um brilho impercetível mais à frente, e enquanto cavalgavam na sua direção, o coração dela começou a bater mais rápido enquanto ela se perguntava quem poderia estar ali.

      Eles abrandaram quando se aproximaram, a cavalgar com mais cautela, entrelaçando-se entre as árvores. O brilho ficou mais brilhante, o barulho mais alto, a comoção maior, quando Kyra sentiu que eles estavam na periferia de um grande grupo de pessoas.

      Dierdre, menos cautelosa, deixando a fome apoderar-se dela, cavalgava mais rápido, indo à frente e a ganhar um pouco de distância.

      "Dierdre!" Kyra assobiou, instando-a de volta.

      Mas Dierdre continuava a andar, aparentemente subjugada pela sua fome.

      Kyra apressou-se para conseguir acompanhá-la, e quando o fez, o brilho tornou-se mais forte quando Dierdre parou à beira de uma clareira. Quando Kyra parou ao lado dela, olhou por cima dela para uma clareira na floresta, e ficou chocada com o que viu.

      Ali, na clareira, havia dezenas de porcos a assar em espetos, grandes fogueiras que iluminam a noite. O cheiro era cativante. Também na clareira havia dezenas de homens, e quando Kyra focou o olhar, o coração dela caiu ao ver que eram soldados da Pandesia. Ela ficou chocada ao vê-los aqui, sentados ao redor de fogueiras, rindo, gracejando uns com os outros, segurando sacos de vinho, as mãos cheias de pedaços de carne.

      Do outro lado da clareira, o coração de Kyra caiu ao ver um conjunto de carruagens de ferro com grades. Dezenas de rostos magros olhavam esfomeadamente, os rostos de meninos e homens, todos desesperados, todos prisioneiros. Kyra percebeu imediatamente o que era aquilo.

      "As Chamas", assobiou ela para Dierdre.”Eles estão a trazê-los para As Chamas."

      Dierdre, ainda a uns bons quinze pés à frente, não voltou para trás, os olhos fixados nos porcos a assar.

      "Dierdre!", assobiou Kyra, sentindo-se alarmada.”Temos de sair deste lugar imediatamente!"

      Dierdre, porém, ainda não ouvia, e Kyra, jogando o cuidado ao vento, correu para agarrá-la.

      Assim que a alcançou quando, de repente, Kyra viu um movimento com o canto dos olhos. No mesmo instante, Leo e Andor rosnaram – mas já era demasiado tarde. De fora do bosque surgiu de repente um grupo de soldados da Pandesia, lançando uma enorme rede sobre eles.

      Kyra voltou-se e instintivamente chegou-se para trás para alcançar o seu bastão, mas não teve tempo. Antes que ela pudesse dar conta do que estava a acontecer, Kyra sentiu a rede a cair sobre ela, a prender-lhe os braços, e ela percebeu, com o coração apertado, que todos eles eram agora escravos da Pandesia.

      CAPÍTULO SETE

      Alec desequilibrou-se quando caiu para trás, sentindo a corrente de ar frio, o seu estômago a encolher-se quando estava a mergulhar na direção do chão e viu o bando de Wilvoxs lá em baixo. Ele sentiu a sua vida passar-lhe diante dos seus olhos. Ele tinha escapado da mordida venenosa da criatura acima dele apenas para cair para o que certamente seria uma morte instantânea. Ao lado dele, Marco desequilibrou-se, também, caindo os dois juntos. Era de pouco consolo. Alec não queria ver o seu amigo morrer, tão pouco.

      Alec sentiu o embate em algo, uma pequena dor nas costas, e estava à espera que uns dentes afiados se afundassem na sua carne. Mas ficou surpreendido ao aperceber-se que era o corpo musculoso de Wilvox que se contorcia debaixo dele. Ele tinha caído tão depressa que Wilvox não tinha tido tempo de reagir e aterrou nas costas dele, com ele a amortecer a sua queda à medida que o derrubava para o chão.

      Houve um embate ao seu lado, e Alec olhou para ver Marco aterrar em cima de um outro Wilvox, achatando-o, também, pelo menos o suficiente para manter as suas mandíbulas longe. Isso deixou apenas por enfrentar dois outros Wilvox. Um deles entrou em ação, baixando as suas mandíbulas na direção do intestino exposto de Alec.

      Alec, ainda de costas, com um Wilvox sob ele, permitiu que os seus instintos assumissem o controlo, e quando a fera pulou para cima dele, ele inclinou-se para trás, levantou as botas e colocou-as de forma protetora sobre a sua cabeça. A fera caiu em cima deles e quando o fez, Alec empurrou-a com os pés fazendo que com voasse para trás.

      Ele aterrou a vários pés de distância, na neve, dando a Alec um tempo precioso – e uma segunda hipótese.

      Ao mesmo tempo, Alec sentiu a fera que estava debaixo dele a tentar escapar-se. A fera preparou a investida e quando o fez, Alec reagiu. Virou-se rapidamente, envolvendo um braço firmemente em torno da sua garganta, estrangulando-o e segurando-o de perto o suficiente para que ele não conseguisse morder, e apertando com tanta força quanto podia. A criatura lutou como uma louca contra o aperto, tentando desesperadamente morder-lhe, e foi precisa toda a força de Alec para o conter. De alguma forma, ele fê-lo. Ele apertou cada vez com mais força. A fera afastava-se, virando-se e rolando na neve, e Alec agarrava-se a ela e rolava com ela.

      Pelo canto do olho Alec viu outra fera a dirigir-se para atacar as suas costas agora expostas, e ele antecipou a sensação dos dentes a perfurar a sua carne. Ele não tinha tempo para reagir, então ele fez o que era contraintuitivo: ainda a segurar Wilvox, ele rebolou de costas, segurando-o à