Uma Marcha De Reis . Морган Райс

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Название Uma Marcha De Reis
Автор произведения Морган Райс
Жанр Героическая фантастика
Серия Anel Do Feiticeiro
Издательство Героическая фантастика
Год выпуска 0
isbn 9781632910745



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pôde ver seus olhos se encherem de lágrimas. “A lei do rei é estrita. Sem exceções. Eles castigam o terceiro delito decepando sua mão.

      Thor estava horrorizado. Ele olhava para as mãos de Merek; ele ainda tinha as duas.

      “Eles não vieram por mim ainda.” Merek disse. “Mas eles vão vir.”

      Thor se sentia péssimo. Merek olhou para outro lado, como se estivesse envergonhado e Thor fez o mesmo, ele não desejava pensar nesse assunto.

      Thor apoiou a cabeça em suas mãos, sua cabeça estava matando-o ao tentar conciliar seus pensamentos. Durante os últimos dias, ele se sentia como se estivesse em um redemoinho; tanta coisa tinha acontecido e tudo tão rapidamente. Por um lado, ele sentia uma sensação de sucesso, de vindicação: ele tinha visto o futuro, tinha previsto o envenenamento de MacGil e o tinha salvado disso. Talvez o destino, afinal de contas, podia ser mudado – talvez o destino pudesse ser alterado. Thor sentiu uma sensação de orgulho: ele tinha salvado seu rei.

      Por outro lado, ali estava ele, no calabouço, incapaz de limpar o seu nome. Todas suas esperanças e sonhos foram despedaçados, qualquer chance de entrar para a Legião havia acabado. Agora ele seria sortudo se não tivesse de passar o resto de seus dias ali embaixo. Thor se afligia ao pensar que MacGil, quem o havia acolhido como um pai, o único pai verdadeiro que ele tinha tido, pensasse que Thor realmente tinha tentado matá-lo. Também lhe doía pensar que Reece, seu melhor amigo, pudesse acreditar que ele tinha tentado matar o seu pai. Ou ainda pior, Gwendolyn; ele pensou em seu último encontro – em como ela pensava que ele frequentava bordéis – e sentia como se tudo de bom na sua vida tivesse sido tirado dele. Ele se perguntava por que isso tudo estava acontecendo com ele. Depois de tudo, ele só tinha desejado fazer o bem.

      Thor não sabia o que viria a ser dele; ele já não se importava. Tudo o que ele queria agora era limpar seu nome, para que as pessoas soubessem que ele não tinha tentado machucar o rei; que ele tinha poderes genuínos; que ele realmente previa o futuro. Ele não sabia o que seria de sua vida, porém ele sabia de uma coisa: de um jeito ou de outro, ele tinha de sair dali.

      Antes que Thor pudesse terminar o pensamento, ele ouviu passos, botas pesadas pisando firme o seu caminho pelos corredores de pedra, então ele ouviu um barulho de chaves e momentos depois apareceu um carcereiro corpulento, era o homem que o havia arrastado até ali e dado um soco em seu rosto. Ao vê-lo, Thor sentiu uma oleada de dor em sua bochecha, pela primeira vez tomou consciência da dor e foi invadido por um intenso sentimento de repugnância.

      “Vejam só se não é o pestinha que quis matar o Rei.” O carcereiro zombou, enquanto virava a chave de ferro na fechadura. Após soarem vários cliques, ele estendeu a mão e deslizou a porta da cela. Ele carregava algemas em uma mão e levava um pequeno machado pendurado em sua cintura.

      “Você logo terá seu castigo.” Ele disse para Thor com desprezo, logo se virou para Merek e disse com um sorriso malicioso: “mas agora é sua vez seu ladrãozinho. Esta é a terceira vez. Sem exceções.”

      Ele partiu para cima de Merek, agarrou-o com brutalidade, dobrou um dos braços dele atrás das costas, prendeu-o com uma das algemas e enganchou o outro par em um gancho na parede. Merek gritava, puxava o grilhão descontroladamente, tentando se libertar, mas era inútil. O guarda se pôs atrás dele e o sujeitou agarrando-o forte como o abraço de um urso, tomou sua mão livre e colocou-a sobre uma pequena plataforma de pedra.

      “Isto vai te ensinar a não roubar.” Ele grunhiu.

      Ele retirou o machado do seu cinto e levantou-o bem acima de sua cabeça, sua boca estava escancarada exibindo seus dentes horríveis enquanto ele grasnava.

      “NÃO!” Merek gritou.

      Thor ficou sentado ali, horrorizado, estava petrificado quando o guarda começou a baixar o machado apontando para o pulso de Merek. Thor percebeu que em poucos segundos, esse pobre garoto teria sua mão decepada para sempre, simplesmente por praticar pequenos furtos para ajudar a alimentar sua família. A injustiça de toda a situação o queimava por dentro e ele sabia que não poderia permiti-la. Simplesmente não era justo.

      Thor sentiu um calor repentino percorrer seu corpo, então sentiu dentro de si um forte ardor que provinha de seus pés e que prosseguia até as palmas de suas mãos. Ele sentiu o tempo ficar mais devagar, encontrou a si mesmo movendo-se mais rápido do que o homem, ele sentiu cada instante de cada segundo, quando o machado do guarda permaneceu ali pendurado no ar. Thor sentiu uma bola de energia ardente provir da palma de sua mão e a lançou contra o guarda.

      Ele observou espantado, como a esfera amarela saiu voando da palma de sua mão, atravessou o ar, iluminando a cela escura deixando um rastro e foi direto para o rosto do guarda. A bola de fogo o atingiu na cabeça e quando ela fez isso, ele deixou cair seu machado, saiu correndo em disparada pela cela, chocou contra uma parede e desabou no chão. Thor salvou Merek uma fração de segundos antes que a lâmina atingisse seu pulso.

      Merek olhava para Thor com os olhos arregalados.

      O guarda balançou a cabeça e começou a levantar-se para agarrar Thor. Porém Thor sentiu de volta o poder queimando através de seu corpo e quando o guarda pôs-se de pé e dirigiu-se a ele, Thor correu para a frente, saltou no ar e chutou o homem no peito. Thor sentia um poder que nunca tinha experimentado brotar por todo o seu corpo e ouviu o barulho de algo que se rompia quando o seu chute mandou o brutamontes pelos ares, fazendo-o ir contra a parede e dessa vez cair como uma trouxa no chão, verdadeiramente inconsciente.

      Merek ficou ali chocado. Thor por sua vez, sabia exatamente o que devia fazer. Ele pegou o machado e rapidamente sujeitou a algema que mantinha preso a Merek contra a pedra e, com um golpe do machado a partiu. Uma grande faísca cortou o ar quando o elo da corrente foi partido. Merek encolheu-se, logo levantou sua cabeça e olhou para a corrente que pendia sobre seus pés e percebeu que estava livre.

      Ele olhava para Thor boquiaberto.

      “Eu não sei como agradecer a você.” Merek disse. “Não sei como você fez isso – seja como for, seja quem você for, ou seja o que você for – você salvou minha vida. Eu lhe devo uma. E isso é algo que eu levo muito a sério.”

      “Você não me deve nada.” Thor disse.

      “Errado.” Merek disse estendendo a mão e apertando o antebraço do Thor. “Agora você é meu irmão. Eu vou recompensá-lo. De alguma forma. Um dia.”

      Com isso, Merek se virou, apressou-se em direção à porta aberta da cela e correu pelo corredor enquanto ouvia os gritos dos outros prisioneiros.

      Thor olhou para os lados, viu o carcereiro inconsciente, a porta da cela aberta e soube que ele tinha de atuar rápido também. Os gritos dos prisioneiros estavam ficando mais fortes.

      Thor saiu, olhou para ambos os lados e decidiu correr em direção contrária a Merek. Depois de tudo, os dois não poderiam ser agarrados ao mesmo tempo.

      CAPÍTULO TRÊS

      Thor correu toda a noite pelas ruas caóticas da corte do Rei, ele estava espantado com a comoção em torno dele. As ruas estavam lotadas, multidões de pessoas correndo no meio da agitação. Muitas portavam tochas, iluminando a noite, projetando sombras nos rostos, enquanto os sinos do castelo soavam incessantemente. Era um tom baixo que soava uma vez a cada minuto e Thor sabia o que isso significava: morte. Os sinos da morte. E havia apenas uma pessoa no Reino por quem os sinos dobrariam nessa noite: o rei.

      O coração de Thor batia descompassado enquanto ele imaginava. O punhal de seu sonho passou diante de seus olhos. E se fosse verdade?

      Ele necessitava ter certeza. Ele estendeu a mão e agarrou um transeunte, um menino que ia correndo na direção oposta.

      “Aonde você vai?” Thor perguntou com insistência. “Por que toda essa comoção?”

      “Você não ouviu?” O garoto retrucou agitado. “Nosso rei está morrendo! Apunhalado! Multidões estão se formando ao lado do portão do rei, tentando obter notícias. Se for verdade, será terrível para todos nós. Você consegue imaginar? Uma terra sem um rei?”

      Com