Название | Um Reinado de Rainhas |
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Автор произведения | Морган Райс |
Жанр | Героическая фантастика |
Серия | Anel Do Feiticeiro |
Издательство | Героическая фантастика |
Год выпуска | 0 |
isbn | 9781632914071 |
Ela se sente cada vez mais recuperada, e se senta mais ereta para continuar bebendo do líquido doce, perguntando-se o que seria aquilo ao mesmo tempo em que seu coração se enche de gratidão por aquele povo. Eles haviam salvado a vida dela e de seus súditos.
Gwen ouve um gemido, e ao olhar para baixo vê Krohn ainda deitado ao seu lado com a cabeça em seu colo; ela estica o braço e dá um pouco de sua bebida para ele, que bebe avidamente. Ela acaricia a cabeça de Krohn gentilmente; mais uma vez, ela lhe deve a sua vida, e vê-lo ali a faz pensar em Thor.
Gwen olha para cima e observa o povo de Sandara, sem saber como agradecê-los pela ajuda.
"Vocês nos salvaram," ela diz. "Devemos-lhes nossas vidas."
Gwen se vira e olha para Sandara, que se aproxima e se ajoelha diante dela, mas Sandara balança a cabeça.
"Meu povo não acredita em dívidas," ela responde. "Eles acreditam que é uma honra ajudar alguém em apuros."
A multidão abre caminho e Gwen vê um homem sério que parece ser o líder da tribo – com cinquenta anos de idade, uma expressão séria e lábios finos – aproximar-se. Ele se agacha diante dela usando um grande colar de conchas azul turquesa que brilha sob a luz do sol e faz uma saudação – com os olhos cheios de compaixão ao examiná-la.
"Eu sou Bokbu," ele diz com sua voz profunda e autoritária. "Atendemos o chamado de Sandara por que ela é uma de nós. Acolhemos vocês colocando nossas próprias vidas em risco. Se o Império descobrir a presença de vocês aqui, todos nós morreremos."
Bokbu se levanta e coloca as mãos nos quadris, e Gwen lentamente fica em pé com o auxílio de Sandara e do curandeiro, encarando-o. Bokbu suspira e olha para todo o povo de Gwen, para o estado lastimável de seu navio.
"Agora eles estão em melhores condições e devem partir," diz uma voz.
Gwen se vira e vê um guerreiro musculoso, sem camisa e segurando uma lança – assim como os outros, aproximar-se de Bokbu e encará-lo com frieza.
"Envie esses forasteiros de volta para o outro lado do mar," ele continua. "Por que deveríamos derramar sangue por eles?"
"Eu sou sangue do seu sangue," Sandara diz, dando um passo adiante e encarando o guerreiro severamente.
"E é por isso mesmo que você nunca deveria tê-los trazido aqui e nos colocado em perigo," ele dispara.
"Você envergonha a nossa nação," Sandara responde. "Por acaso esquece as leis da hospitalidade?"
"Tê-los trazido aqui é uma desgraça para o nosso povo," ele insiste.
Bokbu ergue as mãos em ambos os lados, e os dois se silenciam.
Bokbu fica ali parado, sem esboçar reação, e parece estar pensando. Gwendolyn o observa, e percebe a situação precária em que ela e seu povo se encontram. Se fossem forçados a voltar para o alto mar, eles certamente morreriam; mas por outro lado ela não quer colocar em risco aquele povo que os havia ajudado.
"Não lhes desejamos mal algum," Gwen fala, dirigindo-se para Bokbu. "Não queremos lhes colocar em risco. Podemos embarcar agora mesmo."
Bokbu balança a cabeça.
"Não," ele declara. Então ele olha para Gwen, analisando-a com o que parece ser grande espanto. "Por que você trouxe o seu povo até aqui?" ele pergunta.
Gwen suspira.
"Nós fugimos de um grande exército," ela explica. "Eles destruíram a nossa terra. Viemos até aqui para encontrar um novo lar."
"Vieram ao lugar errado," diz o guerreiro. "Esse não será o seu lar."
"Silêncio!" Bokbu fala para ele, lançando-lhe um olhar severo, e finalmente o guerreiro se cala.
Bokbu se vira para Gwendolyn, olhando dentro dos olhos dela.
"Você é uma mulher orgulhosa e nobre," ele diz. "Posso ver que você é uma boa líder. E você liderou bem o seu povo. Se voltarem para o mar agora, todos vocês certamente morrerão. Talvez não hoje, mas com certeza dentro de alguns dias."
Gwendolyn continua o encarando, inflexível.
"Então nós morreremos," ela responde. "Eu não posso permitir que o seu povo morra apenas para que o meu possa sobreviver."
Ela o encara com firmeza, sem demonstrar qualquer sentimento, encorajada por sua nobreza e por seu orgulho. Ela pode ver que Bokbu a estuda com um novo senso de respeito. Um tenso silêncio preenche o ar.
"Percebo que o sangue de um guerreiro corre em suas veias," ele diz. "Vocês ficarão conosco. Seu povo se recuperará aqui até ficarem bem e fortes – por quantas luas forem necessárias."
"Mas meu comandante-" o guerreiro começa a dizer.
Bokbu se vira para ele, dirigindo-lhe um olha duro.
"Minha decisão já foi tomada."
"Mas o navio deles!" ele protesta. "Se o navio permanecer em nosso porto, o Império o encontrará. Todos nós seremos mortos antes da lua minguante!"
O comandante olha para o mastro e então para o navio, absorvendo tudo. Gwen olha ao seu redor e analisa a cena, e percebendo que eles tinham sido rebocados até um porto escondido e cercado por uma densa folhagem. Ela olha para trás e vê o mar aberto atrás deles, e sabe imediatamente que o homem tem razão.
O comandante olha para ela e assente.
"Você quer salvar o seu povo?" ele pergunta.
Gwen assente com firmeza.
"Sim."
Ele também assente para ela.
"Líderes devem tomar decisões difíceis," continua ele. "Agora é a sua vez. Você quer ficar conosco, mas o seu navio será a nossa ruína. Convidamos vocês a desembarcarem, mas o seu navio não pode ficar aqui. Vocês terão que queimá-lo, e somente então lhes daremos refúgio."
Gwendolyn encara o chefe da tribo, e seu coração se parte com a ideia de destruir seu navio. Ela olha para ele – para o navio que os tinha levado através do oceano e salvado o seu povo da morte do outro lado do mundo, e seu coração se aperta. Sua mente gira com emoções conflitantes. Aquele navio é a sua única saída dali.
Mas por outro lado – sua única saída para onde? De volta para o meio do o oceano rumo à morte? Seu povo mal pode caminhar; eles precisam se recuperar. Eles precisam de abrigo, de um porto seguro e de refúgio. E se queimar aquele navio é o preço que eles devem pagar por suas vidas, que assim seja. Se eles decidissem voltar para o alto mar, então eles teriam que encontrar outro navio – ou construir outro navio, e fazer o que fosse preciso. Agora, eles precisam apenas se preocupar em sobreviver. Isso é a única coisa que importa.
Gwendolyn olha para ele e assente solenemente,
"Que assim seja," ela diz.
Bokbu também assente para ela em claro sinal de respeito. Ele então se vira e grita um comando, e à sua volta, seus homens partem para a ação. Eles se espalham pelo navio, ajudando os residentes do Anel a ficarem em pé – um de cada vez – e começam a guiá-los pela prancha até a costa arenosa abaixo. Gwen assiste enquanto Godfrey, Kendrick, Brandt, Atme, Aberthol, Illepra, Sandara e todas as pessoas que ela mais ama no mundo passam diante dela.
Ela continua ali parada e espera até que todos tenham deixado o navio, até que ela é a única pessoa que ainda permanece a bordo – com Krohn aos seus pés, e o chefe da tribo espera pacientemente ao seu lado.
Bokbu segura uma tocha em chamas nas mãos e a entrega a um de seus homens. Ele estica o braço e está prestes a encostá-la no barco.
"Não," diz Gwen, erguendo o braço e segurando a mão dele.
Ele olha para ela surpreso.
"Um comandante deve destruir seu próprio navio," ela fala.
Gwen cautelosamente